A obesidade infantil é o excesso de peso durante a infância. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), uma a cada três crianças estão pesando mais do que o recomendado
. Em 2010, havia cerca de 42 milhões crianças obesas em todo o mundo, sendo que 35 milhões viviam em países em desenvolvimento.
O comparativo é realizado a partir da altura e do peso, que determina do Índice de Massa Corporal (IMC).
Atualmente, a obesidade infantil está sendo reconhecida com um grave problema de saúde pública, em virtude do alto índice de crianças com sobrepeso. Vale ressaltar que o termo sobrepeso é muito utilizado quando relacionado a crianças, pois é menos estigmatizante.
Causas
Entre os fatores que mais causam a obesidade infantil estão a má alimentação, o sedentarismo, a genética e/ou a combinação desses elementos. É importante destacar que o fato dos pais serem obesos não determina que os filhos sofram do mesmo problema.
Afinal, o tipo de alimentação e a periodicidade na qual a criança pratica exercício físico são fatores determinantes para o aparecimento ou não da obesidade infantil. Ficar atento a esses hábitos pode prevenir problemas para toda a vida.
Como diagnosticar a obesidade infantil
Para um diagnóstico mais preciso é imprescindível criar o hábito de realizar consultas constantes com especialistas como: pediatra, nutricionista e endocrinologista.
No caso dos adultos, as medidas recomendadas, através do IMC, são:
- 18,5 e 25 – Normal
- Acima de 25 – Sobrepeso
- Acima de 30 – Obesidade
Já com as crianças, esse parâmetro não se aplica, e podem inclusive causar uma falsa sensação de que estão saudáveis. Nesses casos, as faixas de IMC mudam de acordo com a idade e o sexo da criança.
Além de analisar esse índice, o especialista irá avaliar alguns tópicos importantes para identificar se o peso está afetando na saúde dos menores, como:
- Histórico familiar de obesidade e problemas de saúde relacionados com o peso, como diabetes
- Hábitos alimentares
- Nível de atividade física da criança
- Outras condições de saúde que a criança possa ter
Alguns exames podem ser solicitados:
Colesterol total e frações
Glicemia de jejum
Exames de sangue para verificar se desequilíbrios hormonais
Riscos
A obesidade infantil aumenta o risco de uma série de condições, incluindo:
- Colesterol alto
- Hipertensão
- Doenças cardíacas precoce
- Diabetes tipo 2
- Problemas ósseos
- Síndrome metabólica
- Distúrbios do sono
- Puberdade precoce
- Depressão
- Asma e outras doenças respiratórias
- Condições de pele como brotoeja, infecções fúngicas e acne
- Baixa autoestima
- Problemas de comportamento
Tratamento da obesidade infantil
Ainda não há nenhum tipo de tratamento farmacológico para esse tipo de doença. O caminho mais indicado é mudança completa no estilo de vida.
Caso a criança ou adolescente esteja com o peso recomendado ou com obesidade leve, sem riscos de desenvolver outras doenças, pode ser recomendado a manutenção do peso. Afinal, o crescimento da criança pode fazer com que ela entre na faixa de IMC saudável, sem a necessidade de um tratamento para emagrecimento.
Já no caso das crianças ou adolescentes com obesidade instalada e com risco de desenvolver outras doenças, o emagrecimento deve ser lento e constante, através de uma dieta saudável aliada à prática de exercícios.
Alimentação
Pequenos detalhes na alimentação do filho podem fazer uma grande diferença para a saúde, como por exemplo:
- Consumo de frutas, legumes e vegetais
- Aderir a alimentos integrais
- Evitar alimentos enriquecidos de açúcar, sódio e gordura, como os biscoitos.
- Reduzir o consumo de alimentações em fast-food.
- Sirva porções adequadas, uma vez que as crianças comem bem menos do que os adultos. Se sua filha ou filho não conseguiu comer todo o prato, não o force a terminar.
A reeducação alimentar é fundamental para evitar a obesidade infantil (Foto: Pixabay)
Prática de atividade física
Os exercícios físicos são fundamentais para a queima de calorias, além do fortalecimento dos ossos, melhora no humor a ajuda no sono. Outro fator importante é que a prática de esportes durante a infância pode fazer com que a criança mantenha os hábitos no futuro.
Especialistas indicam que as crianças devem realizar pelo menos uma atividade física todos os dias, como:
- Esportes
- Academia,
- Aulas de dança,
- Brincadeiras.
Medicamentos
Nos casos mais graves da doença, podem ser indicados medicamentos. Porém, o uso de tratamentos farmacológicos não é muito recomendado para crianças e adolescentes.
Vale ressaltar que os medicamentos não substituem a adoção de novos hábitos de vida, como dieta e prática de exercícios.
Cirurgia
A cirurgia bariátrica é uma opção para os casos mais severos da doença. Porém, como qualquer outro tipo de cirurgia, há risco de complicações. A cirurgia não é garantia de que a criança irá perder o excesso de peso, nem tão pouco manter após a perda. Também não substitui a necessidade de seguir uma dieta saudável e um programa de atividade física regular.
Observação importante: É necessário que o adolescente seja acompanhado por uma equipe de especialistas, como endocrinologista, nutricionista, pediatra e psicólogo.