O Paleolítico, também chamado de Idade da Pedra Lascada, foi um período da Pré-História que começou há cerca de 2.5 milhões de anos e seguiu até 10.000 a.C. Essa época ficou marcada pela produção dos primeiros artefatos de pedra, da arte rupestre em cavernas e da manipulação do fogo.
A história da humanidade é dividida em períodos, que têm início e fim marcados por algum acontecimento importante. No caso do Paleolítico, a fabricação do primeiro utensílio é o destaque.
- Pré-História (2.5 milhões – 3.500 a.C)
- Idade da Pedra
Paleolítico (2.5 milhões - 10.000 a.C.)
- Mesolítico (13.000 – 9.000 a.C.)
- Neolítico (5.000 – 3.000 a.C.)
- Idade dos Metais
- Idade do Cobre (3.300 – 1.200 a.C)
- Idade do Bronze (3.300 – 700 a.C)
- Idade do Ferro (1.200 a.C. – 1.000)
- Idade da Pedra
- História Antiga (4000 a.C. – 476)
- Idade Média (476 – século XV)
- Idade Moderna (1453 – 1789)
- Idade Contemporânea (1789 – atual)
As três fases do Paleolítico
Na primeira fase da Idade da Pedra Lascada, Paleolítico Inferior, surgiram nos países da África as primeiras espécies de hominídeos (ancestrais dos homens).
As provas do desenvolvimento do homem nessa região são incertas, mas estudos científicos e pesquisas arqueológicas indicam que a vida humana teve origem na África.
Os primeiros hominídeos que surgiram na época foram Australopithecus, Homo habilis e Homo erectus.
Esses indivíduos pré-históricos viveram na fase das glaciações e devido as baixas na temperatura as calotas polares se expandiam alterando o clima do Hemisfério Norte.
Para não morrerem de frio durante as glaciações, os hominídeos abrigavam-se em cavernas, mas com a escassez de alimentos eles adotaram um estilo de vida nômade. Na época não existia agricultura, a alimentação se dava por meio da caça e o abate de grandes animais (mamutes, rinocerontes e bisões) da época eram em grupos.
É perceptível que no Paleolítico já havia uma organização social e divisão de tarefas. Os homens eram responsáveis pela caça, os mais fortes eram eleitos como líderes. E as mulheres ficaram encarregadas pela coleta dos alimentos e cuidado dos filhos.
Para auxiliar na caça, os hominídeos utilizavam armas rústicas de ossos e madeira. Com o decorrer do tempo, essas ferramentas foram incrementadas e evoluíram para outros modelos como lanças, facas e machadinhas.
Com o crescimento dos grupos, conflitos começaram a surgir e os artefatos de caça foram adaptados para a guerra. Os humanos pré-históricos também protegiam ao corpo com peles de animais.
O surgimento do Homem de Neandertal marcou o início do Paleolítico Médio. Esses homens adotaram um estilo de vida diferente, devido principalmente ao clima que era mais ameno. As armas criadas por eles eram mais leves e afiadas, o objetivo era utilizá-las na pesca (lanças) e rasgar a carne dos animais.
Os Neandertais desenvolveram uma comunicação oral básica com ruídos. As pinturas nas cavernas (pinturas rupestres) eram outra forma de comunicação utilizada na época. Através de desenhos, os homens contabilizavam o tempo, trocavam experiências e transmitiam diversas mensagens.
No Paleolítico Médio, os homens iniciaram uma tradição de enterrar os mortos junto ao seus pertences (colares, vestes, ferramentas e cerâmicas). O sepultamento era um rito repleto de significados:
“Ao ser sepultado, o cadáver era salpicado de ocre vermelho (minério de ferro) ou era deitado em leito de ocre; este, por sua cor, seria símbolo do sangue e, por conseguinte, da vida. Às vezes, o ocre era colocado explicitamente diante da boca e das fossas nasais, como símbolo do sopro de vida” (AQUINO,2014).
No Paleolítico Superior ocorreu a quarta glaciação e os homens foram obrigados a adaptarem-se mais ainda ao clima e a vida nas cavernas. Nesse contexto surgiu o Homem de Cro-Magnon, uma espécie semelhante aos humanos atuais.
Os homens de Cro-Magnon certamente eram um grupo sedentário, que migravam apenas em casos especiais como encontrar nova caça ou por causa mudanças ambientais. Eles também talhavam e esculpiam pequenas gravuras, relevos e estatuetas, com figuras humanas e animais.
Essa fase do Paleolítico também ficou marcada pelo início do desenvolvimento da agricultura, domesticação de animais e avanço da produção artística. Este último elemento, historiadores nomearam de Vênus criada no Paleolítico a estatueta feminina de marfim que era produzida naquela época.
O manuseio do fogo
O fogo transformou a vida do Homo erectus. O calor gerado por meio de combustão foi crucial para a sobrevivência no frio e permitiu um maior controle sobre os animais, possibilitando a defesa pessoal frente aos animais ferozes que tinham medo das chamas.
O manuseio do fogo inicialmente foi realizado por meio da observação.
Os homens pré-históricos perceberam que a chama aumentava com o aquecimento de galhos ou folhas secas. Depois descobriram como gerar fogo através do atrito entre dois pedaços de madeira seca.
Eles também descobriram que era possível gerar fogo através do atrito entre duas pedras. O choque entre os objetos gerava faíscas, que colocados perto de folhas e galhos secos gerava uma chama.
Arte no Paleolítico
A arte paleolítica é considerada a manifestação artística mais antiga da humanidade, mas somente a partir do século XX foram encontrados indícios na Ásia, África e nos países da Europa. As primeiras pinturas foram realizadas em cavernas (arte parietal) e paredes externas de pedra (arte rupestre).
Historiadores sustentam a hipótese que arte paleolítica era uma tentativa de controlar forças sobrenaturais e obter a simpatia dos deuses apara alcançar bons resultados na caça.
É importante ressaltar que ainda no Paleolítico Superior, a arte não tinha um caráter contemplativo, pois acredita-se que o homem pré-histórico não se preocupava com valores estéticos e sim com a necessidade de entendimento e representação do sobrenatural.
O Homo sapiens, que sucedeu o Homem de Neandertal, não conseguia distinguir ainda o sonho da realidade. Deste modo, mesclava a arte e realidade, deste modo alguns desenhos realizados, como as cenas de caça, no imaginários deles aquilo se tornaria realidade.
Os materiais utilizados na pinturas em sua maioria eram encontrados na natureza.
Eles utilizavam argilas, minerais e carvão triturados, misturados com aglutinantes (clara de ovo, sangue, excrementos de animais e gordura vegetal) para dar viscosidade e fixar o pigmento.
As técnicas artísticas utilizadas denotavam uma inteligência não comum à época. Os artistas eram considerados seres superiores pela capacidade de transpor do imaginário para as superfícies rochosas os fenômenos.
Por exemplo, os homens pré-históricos tentavam obter terceira dimensão, por meio do aproveitamento dos acidentes naturais do teto e das paredes das cavernas, aplicando nos desenhos linhas de sombreado, espessura nas linhas e policromia.
Esculturas também foram produzidas no Paleolítico. A mais famosa delas foi a Vênus de Willendorf, considerada uma idealização da figura feminina. Essa escultura possui vulva, seios e barriga extremamente volumosos.
Acreditava-se que naquela época, os seres femininos estavam diretamente relacionados à fertilidade e à abundância, sendo consideradas sagradas.
Pesquisas arqueológicas também indicaram que as mulheres tinham uma estrutura física bastante resistente, com braços mais fortes do que as campeãs de remo dos dias de hoje.
Alguns filmes para estudar a era paleolítica
- 2001 – Uma Odisseia no Espaço (Stanley Kubrick, 1968);
- Guerra do Fogo (Jean-Jacques Annaud, 1982);
- 10.000 a.C. (Roland Emmerich, 2008);
- Clã do Urso das Cavernas (Michael Chapman, 1985);
- Mistérios da Humanidade (The National Geographic Society, 1989).