Resumo de Filosofia - Patrística

Corrente filosófica embasada no cristianismo

A Patrística foi uma vertente filosófica que teve início no período de transição entre a Antiguidade e a Idade Média. O nome “Patrística” faz uma referência aos primeiros padres da Igreja Católica, que se dedicaram a desenvolver uma filosofia que se aproximava do pensamento cristão e do conhecimento religioso
A Patrística é uma filosofia muito importante, isto porque, foi a partir dela que boa parte do sistema teológico cristão foi desenvolvido. Foi no período patrístico que os dogmas do cristianismo e análises mais profundas do pensamento cristão foram avaliados. 
Embora seja possível encontrar traços do platonismo e elementos de outras vertentes, como a da Filosofia Grega, foram os primeiros padres que formularam e sistematizaram todos os princípios do pensamento cristão, que constituíram a Igreja Católica Apostólica Romana tal qual conhecemos atualmente. 


Como surgiu a Filosofia Patrística

A Filosofia Patrística surgiu justamente quando o cristianismo foi aceito oficialmente pelo Império Romano como Religião. Mas ainda assim, o período era muito difícil para as pessoas que seguiam a fé cristã. Muitos adeptos sofriam perseguições na época, já que ela não era tão popular pela Europa. 
Por isso, as primeiras manifestações da patrística foram originadas por aqueles que professavam a fé cristã e os padres apologistas, que a todo tempo buscavam elaborar uma defesa para o pensamento cristão. Entre os que se dedicavam à apologética, estavam aqueles que misturavam o cristianismo com a filosofia grega pagã, a exemplo de Justino, e os que defendiam a exclusão da do paganismo grego desse movimento, como Tertuliano. 
Durante um período, o pensamento defendido por Justino predominou, inclusive, durante a Filosofia Escolástica, período que vem logo após a patrística. Mas existia um grande problema nisso. A patrística era, essencialmente, uma filosofia do conhecimento cristão, ao passo que a filosofia grega defendia a razão, a lógica e o conhecimento científico. 
Com o passar do tempo, esse embate entre fé e razão ficou tão acirrado que era impossível manter essas duas linhas de pensamento lado a lado. Por isso, em outros períodos da filosofia, a crença e o pensamento racional seguiram por caminhos distintos. 
Outro aspecto muito importante dessa vertente filosófica é a influência do pensamento de Platão, filósofo grego que contribui bastante para essa ciência. Muito do que foi utilizado pelos patrísticos tem origem no neoplatonismo, uma filosofia formulada que estudou e formulou as obras deixadas por Platão e foi construída a partir de seus escritos. 
Assim como o neoplatonismo, o aristotelismo influenciou a patrística, mas só ganhou força durante o período Escolástico através de São Tomás de Aquino. Muitos personagens se destacaram através da escola patrística, entre eles, o que mais se destacou como teólogo patrístico foi Agostinho de Hipona, um pagão que se converteu com 32 anos e que posteriormente foi canonizado pela Igreja Católica, tornando-se Santo Agostinho. 

O trabalho de Santo Agostinho


A relação entre Agostinho e a Filosofia é bastante interessante, pois até alcançar os 32 anos o filósofo tinha uma grande resistência ao pensamento cristão. Antes de se interessar pela religião, Agostinho se aventurou em várias correntes teóricas e vertentes filosóficas na busca por encontrar o sentido da vida. 


O filósofo conheceu o pitagorismo, também teve acesso à Filosofia Helênica e o maniqueísmo. Embora tivesse influências cristãs em sua casa, a exemplo de sua mãe que tentava inserir a educação cristã ao filho, ele nunca se interessou pelo evangelho. Na época, a ideia lhe parecia contrária ao que ele entendia por “intelectual”. 


Mas graças aos esforços dos pais e também pelo interesse que passou a desenvolver, Agostinho passou a estudar Teologia. Após um certo período ele não só defendia a fé cristã, mas lutava para combater as heresias que iam surgindo. O filósofo se tornou Bispo de Hipona, uma cidade que atualmente fica na Argélia, e mais tarde, foi canonizado pela Igreja Católica, que o transformou em Santo Agostinho. 


Principais obras do período


Durante a patrística foram produzidas muitas obras que contribuíram para a compreensão do pensamento cristão ocidental, entre elas, destacam-se:


Cidade de Deus () - O livro, escrito por Agostinho é uma narrativa que fala sobre o mundo, o Reino de Deus, o comportamento humano, o bem e o mal, o pecado, a culpa, a morte e vários temas que fazem parte do universo cristão. 


Confissões – Também escrito por Agostinho, o livro escrito do século IV é uma autobiografia, na qual o filósofo fala sobre os momentos que se encontrava perdido até o momento da sua conversão ao cristianismo. 


Também ganham destaque os tratados de Plotino, conhecido como Enéadas e o clássico Isagoge, escrito por Porfírio.

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