Pearl Harbor foi uma base naval americana alvo de um ataque militar do Japão em 1941. O intuito era destruir completamente a frota americana para que o Japão conseguisse dar continuidade ao seu projeto de expansão territorial, colocado em prática desde o ano de 1930.
Os japoneses iniciaram um processo de abertura política, modernização das suas indústrias e desenvolvimento da economia depois da Revolução Meiji (1850).
Em razão disso, os nipônicos tornaram-se uma potência econômica no Oriente, o que acarretou intensas disputas com os países imperialistas
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Depois de ser estabelecido como um país modelo nas principais áreas, como social, política, econômica e educação, o Japão integrou à política do imperialismo. Então, passou a dominar territórios do continente asiático como a China, a Coreia e a Ilha de Formosa (atual Taiwan).
Desde então, a corrida imperialista foi marcada por muitas rivalidades entre os países capitalistas ocidentais, que desejavam dominar áreas estratégicas de várias partes do mundo a fim obter novos mercados consumidores, matéria-prima e mão de obra barata.
Na região do continente asiático havia um território de muito interesse das duas potências imperialista, Japão e Estados Unidos: a China.
Pearl Harbor e as ofensivas dos EUA contra o Japão
O ataque à Pearl Harbor, certamente, foi o momento mais explosivo da relação conturbada entre os dois países imperialistas que desejavam o domínio político e econômico sobre a mesma região.
Antes mesmo do ataque militar, os Estados Unidos realizavam muitas ofensivas com o objetivo de impedir as conquistas econômicas do império nipônico.
O Japão ampliou ainda mais suas ambições imperialistas depois da conquista do território da Península da Coreia, na Primeira Guerra Sino-Japonesa, entre os anos 1894 e 1895.
Depois, em 1904, os japoneses foram os únicos orientais a derrotarem um país capitalista europeu. Isso porque eles saíram vencedores da Guerra Russo-Japonesa e conquistaram as regiões da Manchúria, Correia e do Port Arthur, localizado na península de Liaodong na China.
Vendo o poder econômico e militar dos nipônicos, os estadunidenses agiram juntamente com a França e a Grã-Bretanha. Adotaram uma política de embargos que proibiu a venda de produtos necessários para o mercado japonês, como o aço e barris de petróleo
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Diante dessa situação cada vez mais acirrada o ataque à Pearl Harbor ficou iminente.
Pearl Harbor: o ataque
No primeiro momento, foi defendido por poucos oficiais japoneses uma negociação diplomática com os Estados Unidos.
O almirante Isoroku Yamamoto foi um dos oficiais que reconheceu a insuficiência militar do Japão em declarar guerra e prossegui-la a longo prazo, diante da potência bélica norte-americana.
Embora o Japão tenha se tornado uma nação forte e poderosa economicamente no Oriente, os Estados Unidos possuía uma capacidade industrial tão eminente quanto sua capacidade de guerra.
Segundo o historiador Max Hastings, o Japão conquistou apenas 10% da capacidade industrial dos estadunidenses.
Então, o enfrentamento militar dos japoneses contra os americanos poderia significar uma desastrosa derrota ou uma gloriosa vitória sobre um gigante europeu. E o risco foi aceito pela maioria da alta patente militar japonesa
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E quem recebeu a incumbência de liderar a operação militar japonesa foi o Almirante da Marinha Chuichu Nagumo.
A base naval dos Estados Unidos de Pearl Harbor estava localizada no Pacífico, no arquipélago havaiano.
Era uma manhã de domingo, do dia 7 de dezembro, quando os militares americanos ouviram os alertas dos radares da base. A princípio pensaram que eram novas aeronaves aterrissando.
Depois dos primeiros bombardeios surpresas dos inimigos, os soldados entenderam que se tratava de um ataque.
O planejamento militar secreto do Japão articulou a destruição de toda a frota naval dos Estados Unidos. Para isso, as tropas japonesas combateram durante duas horas a base de Pearl Harbor e utilizaram 353 aviões.
A força militar japonesa incluía muitos maquinários de guerra. No grupo aéreo tinham seis porta-aviões da Marinha Imperial Japonesa, entre eles o Akagi, caças zero, bombardeiros-torpedos e bombardeiros-de-mergulho.
E também no grupo naval contavam com 20 submarinos e cinco mini-submarinos para afundar qualquer navio inimigo.
Saldo de destruição
Depois do cessar fogo, as tropas japonesas deixaram um desastroso saldo de destruição.
A respeito das perdas e mortes sofridas pela Marinha dos Estados Unidos o historiador Antony Beevor avalia:
Além dos encouraçados Oklahoma e Arizona, a marinha americana em Pearl Harbor perdeu dois contratorpedeiros. Outros três encouraçados foram afundados ou encalharam e mais tarde foram recuperados e consertados, e três mais foram avariados. O corpo aéreo do exército e o da marinha perdeu 188 aviões destruídos e 159 avariados. No total, 2.335 soldados americanos foram mortos e 1.143 feridos.
Mesmo depois de tamanho desastre o ataque de Pearl Harbor não destruiu a poderosa indústria naval dos Estados Unidos. Isso porque novos navios foram construídos em tempo hábil e aqueles que foram danificados foram recuperados
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O ataque japonês enfureceu e mobilizou a entrada dos americanos na Segunda Guerra Mundial e nada diminuiu a sua capacidade de guerra.
Desastre estratégico ou estratégia de guerra?
O serviço de inteligência dos americanos possuía meios suficientes para inibir qualquer ataque invasor a seu território.
Alguns historiadores interpretaram o Pearl Harbor como um desastre estratégico dos Estados Unidos. Assim, antes do ataque houve suspeitas de que o serviço secreto americano interceptou informações sobre a iminência do ataque militar japonês.
E depois, tais informações foram repassadas para o então presidente americano, Franklin Delano Roosevelt, e ainda para alguns oficiais da Marinha americana.
O historiador americano John Toland (1912-2004) é um dos defensores dessa interpretação. Ele ainda acredita que o presidente Franklin Delano Roosevelt “fechou os olhos” para a situação porque queria se aliar aos países da guerra e convencer a população para tal fim.
Embora os Estados Unidos tivessem muitos interesses em serem provocados para iniciar oficialmente “fogo” contra os inimigos, alguns estudiosos acreditam que não existiram provas concretas sobre isso.
O historiador e escritor Voltaire Schilling, professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), acredita nessa segunda linha de interpretação sobre o Pearl Harbor. E afirma:
Não há nenhum indício, nenhum documento, nenhum testemunho sequer que possa confirmar a tese de que o governo Roosevelt sabia previamente do ataque.
Então, não havendo indícios comprobatórios, o ataque militar dos japoneses a base naval dos americanos pode ter sido uma estratégia de guerra.