Os persas foram povos de uma antiga civilização conhecida como Pérsia que habitaram a região do planalto do Irã, antiga Mesopotâmia.
A origem dos povos persas relaciona-se com a descendência de um povo nômade chamado parse, que não possuía uma morada fixa e migrou da Ásia Central para uma região no sul do Irã.
Atualmente, essa região iraniana é uma província chamada Fars, considerada a origem da Pérsia.
O Irã ou República Islâmica do Irã é um país de idioma persa localizado no Oriente Médio. O nome do país significa “terra dos arianos”. Era chamando de Pérsia antigamente em referência a ancestralidade dos iranianos. A adoção do nome atual ocorreu apenas em 1935. Portanto, os iranianos são diretamente descendentes dos persas
.
Formação do império persa
Inicialmente, os persas eram dominados pelos povos medos na região do planalto do Irã. Esse local possuía muitas montanhas e desertos e localizava-se entre a Mesopotâmia e a Índia.
Os persas passaram a dominar vastos territórios, que se estenderam da Ásia Menor até uma parte da Ásia Central. Teve início, então, a formação do Império Persa, aproximadamente por volta de 560-530 a.C., com o governante persa Ciro, o Grande.
Ciro conquistou e subjugou inúmeros povos durante a sua administração
. Entre eles estão: a Babilônia, em 539 a.C; o território da Ecbátana, capital do império medo, em 549 a.C.; Helesponto, antigo nome do noroeste da Turquia; e região fronteiriça da Índia.
Após a morte de Ciro, em 529 a.C., seu filho Cambises assumiu o governo e continuou com a expansão e administração do Império.
No governo de Cambises, o povo persa teve uma importante vitória na chamada Batalha de Pelusa. Nessa guerra sangrenta entre persas e egípcios, a Pérsia tomou o trono do Faraó e conquistou o Egito.
A guerra aconteceu em Pelúsio, cidade situada no baixo Egito, em 525 a.C. e marcou o domínio do governo persa no território egípcio.
Também sob o poder de Cambises, o Império Persa abrangeu os territórios dos mares de Cáspio e o Negro, região do Cáucaso, a maior parte do Mediterrâneo oriental, o país indiano, o golfo Pérsico e os desertos africanos e da Arábia.
No entanto, o momento de maior conquista territorial do Império Persa foi durante o governo de Dario I.
Ele governou de 549 a 485 a.C., e conquistou os territórios do Paquistão e da Europa.
Administração político-econômica dos persas
Os povos que foram dominados pelos persas tinham suas culturas, religiões e dialetos respeitados pelos dominadores. Entretanto, existia a obrigatoriedade de pagamento de impostos e os homens deviam servir ao exército persa.
A Pérsia tornou-se uma civilização de grandes conquistas territoriais na História Antiga. Eles foram, inclusive, comparados ao crescimento e a organização social da Roma Antiga.
Em virtude do grande domínio persa, o governante real de Dario I descentralizou a administração imperial para organizar melhor as arrecadações de impostos da população.
Os territórios conquistados foram divididos por Dario I em pequenas unidades e chamados de satrapias. Em cada unidade foi colocado um governador local chamado de sátrapa para arrecadar os tributos e impulsionar a economia local.
O governante real ainda nomeava funcionários reais para a fiscalização dos satrapias.
Eles eram uma espécie de espiões do governante real e conhecidos por serem os “olhos e ouvidos do rei”.
O Império Persa tinha uma forte cultura militar. A construção de estradas propiciou a hegemonia do Império e o deslocamento dos soldados do exército para várias localidades. Entre as principais construções da administração persa está a estrada real, com extensão de aproximadamente dois mil quilômetros.
Essa estrada auxiliou o crescimento da economia persa e serviu de passagem para os oficiais do exército e para os funcionários dos correios. Ela ligava as cidades de Susa e Sardes.
Além disso, era serventia para as caravanas de mercados. Depois da criação da moeda persa, chamada dárico, começaram a acontecer intensas trocas comerciais e otimização das arrecadações de impostos pelos sátrapas.
O Império Persa tornou-se muito rico com uma economia tributária e mineradora.
Existia também as atividades econômicas voltadas para a agropecuária e o artesanato desenvolvidas pelos camponeses livres.
Religião dos persas
A princípio a concepção da religião persa era politeísta, ou seja, crença em vários deuses.
O profeta Zoroastro, nascido na Pérsia, na família Spitama ou do clã Spitama, passou a difundir para o povo persa, nos séculos VII e VI a.C., uma nova ideia religiosa.
Ele pregava sobre a existência do bem e do mal e negava toda e qualquer crença mística das religiões mesopotâmicas.
O bem era simbolizado pelo deus Mazda e o mal era simbolizado pelo deus Arimã. Os persas acreditavam ainda na ideia de “fim de mundo”, muito próximo da crença religiosa do cristianismo
.
Desse modo, o profeta Zoroastro fundou a religião que ficou conhecida como Zoroastrismo, pioneira das religiões monoteístas. Seus princípios influenciaram, inclusive, o judaísmo e o cristianismo.
Outro ensinamento do Zoroastrismo é de que o homem tem o livre arbítrio de escolher ou não se aproximar de asha, o bem e a justiça.
Segundo os dezessete cânticos sagrados do Zoroastrismo, chamados de gathas, as pessoas são julgadas na Ponte de Cinvat após a morte. Ainda nos gathas os persas liam sobre a biografia e os pensamentos do seu líder religioso Zoroastro.
A história dos deuses Mazda e Arimã foi melhor narrada no livro sagrado do Zoroastrismo, chamado de Zend Vesta
, onde é retratado que quem segue os ensinamentos do deus Ahura-Mazda garante um lugar no céu. Já quem segue o caminho das trevas e do deus Arimã arderá no fogo do inferno.
O Zend Vesta ainda ensinava aos persas sobre a prática da oração, cânticos, instruções éticas e sobre as leis.
Atualmente, o Zoroastrismo é praticado por aproximadamente 1% da população do Irã. O país é predominantemente muçulmano.