Resumo de História - Peste Negra

A peste negra, também chamada de peste bubônica, atingiu o auge na Europa Ocidental entre 1347 e 1350, durante a Baixa Idade Média, no século XIV. 

Inicialmente, era uma doença endêmica, pois se restringia ao Oriente, mais precisamente na região da China e Índia.

Causas da Peste Negra

A peste negra chegou na Europa através dos mercadores oriundos de Genova e Veneza. Eles que costumavam atracar os navios naquela região e depois partiam para Constantinopla, onde obtinham mercadorias cobiçadas (especiarias).

Ao retornarem com as embarcações para a Europa, esses comerciantes transportavam além das especiarias, como também ratos – que por sua vez levavam inúmeros pulgas. E foi dessa forma que iniciou a transmissão da peste negra, através da mordida de ratos e pulgas infectadas com a bactéria yersinia pestis.

As principais maneiras para uma pessoa ser contaminada era diretamente por uma pulga ou rato, que liberava bactérias na pele da vítima, ou então pela  tosse e espirros, que eram as formas mais letais.

O que contribuiu decisivamente para a proliferação generalizada, transformando-a em uma pandemia, foi o fato das condições de higiene na Europa serem precárias. Não existia rede de esgoto, tampouco água encanada e serviço de coleta de lixo.

Nas grandes cidades as pessoas jogavam pela janela não apenas o lixo doméstico, mas também as próprias fezes. Nessa época, as pessoas costumavam criar porcos dentro das residências para que eles ingerissem os lixos e fezes, pois não tinham lugar para descartar esses resíduos e essa rotina também era feita nas ruas.

Com esse cenário, tudo ficava mais propício para a proliferação de ratos e, consequentemente, o aumento da doença.

Sintomas 

As pessoas infectadas com a doença, depois de apresentarem os primeiros sintomas, morriam entre três a cinco dias com muito sofrimento.

Os principais sintomas eram:

  • Febre alta;
  • Bubões (gânglios linfáticos inchados) –São bolhas que aparecem no corpo e vão aumentando.  Quando a doença vai chegando em um estado avançado, os bubões se tornam feridas abertas que podem contaminar outras pessoas por meio do contato
  • Hemorragia
  • Manchas pretas pelo corpo – Por isso o nome, peste negra. Aparecem por conta das hemorragias internas que acontecem em vários órgãos.
  • Delírios;
  • Sensibilidade à luz;
  • Frio intenso;
  • Convulsão;
  • Tremores;
  • Fadiga;
  • Aumento da frequência cardíaca;
  • Tosse – Inicialmente seca e depois a secreção saía com sangue.

Consequências da Peste Negra

Apesar do número não ser exato, porque naquela época a sociedade não tinha todas as estatísticas, os pesquisadores acreditam que mais de 70 milhões de pessoas morreram na Europa por conta da doença. O número corresponde a um terço do total da população europeia da época.

As pessoas desistiam de enterrar os mortos e assim espalhavam-os por todos os cantos da cidade: pelas ruas, estradas, dentro de qualquer casa, nos campos e praças. Com isso, conviviam nesse cenário mórbido. 

Além dessas consequências, houve:

  • Diminuição da população;
  • Falta de mão de obra;

Isso influenciou a crise do Feudalismo entre os senhores e servos. E dessa forma, os senhores feudais criaram outras diversas obrigações para os servos, pois acreditavam que fortaleceriam o vínculo com os camponeses.

  • Ascensão da burguesia sobrevivente;
  • Diminuição da produção e do consumo;
  • Questionamento e enfraquecimento da igreja.

Na época, a Europa ainda era dominada pela Igreja Católica e afirmava que a peste negra era um castigo de Deus, e que o melhor remédio era a oração.

Os judeus eram tratados como escória da sociedade. Com isso, alguns religiosos os culpavam por a peste negra se alastrar. Diziam que os judeus tinham envenenado o mundo inteiro com a sua própria existência.

A tecnologia e a medicina ainda não possuíam estruturas como nos dias atuais e, por isso, as explicações das pessoas, dos cientistas, do governo e da própria igreja eram as mais diversas possíveis.

Enquanto isso, os cientistas relacionavam a doença com o alinhamento de alguns planetas. Já outras pessoas, acreditavam que a culpa era do miasma (cheiro podre e, com isso, o ar estava contaminado por conta de tudo que estava em decomposição). E foi dessa forma que surgiram os médicos da praga.

Médicos da peste negra

Os médicos da peste eram pessoas vestidas de preto, usando um chapéu ou gorro, máscaras que lembram um bico de uma ave e carregavam alguns componentes em uma maleta.

Eles acreditavam que a doença se espalhava pelo ar e, por isso, dentro dessas máscaras colocavam ervas aromáticas para se verem livres do mal cheiro. Muitos acabavam entrando em contanto com  pessoas contaminadas e morriam dias após o contágio.

Esses “médicos” não tinham a cura para a doença. Logo, eram considerados inúteis, pois naquela época não havia nenhum medicamento para tratar a enfermidade.

Irmandade dos Flagelantes

Os Flagelados acreditavam que Deus estava castigando o mundo pelos pecados. Eles viajavam pelas estradas, visitavam vilarejos e cidades, enquanto se machucavam ao bater nas costas com o chicote. Contudo, através dessa atitude, ocasionavam feridas pelo corpo e isso propiciava a  contaminação de uma maneira mais rápida e também a transmissão pelos lugares em que passavam. 

Eles também contribuíram para induzir a população a expulsar os grupos minoritários, assim como os judeus.

Mesmo com tanta tragédia algumas pequenas guerras continuavam acontecendo, apesar do número reduzido de participantes. Os exércitos colocavam os cadáveres, que faleceram devido a peste negra, dentro de uma catapulta e lançavam para dentro de outras cidades que ainda não haviam sido contaminadas. E assim, a doença foi se disseminando.

A peste negra regrediu com a ação da quarentena, no qual as cidades com muralhas fecharam os portões e assim evitaram o contato com pessoas contaminadas.