O pós-impressionismo foi uma tendência artística ocorrida na Europa, no final do século XIX, que teve influência, sobretudo, na pintura e na escultura.
O termo foi usado pela primeira vez pelo crítico britânico Roger Eliot Fry para designar o trabalho de pintores que exploraram as possibilidades do expressionismo, em diversas direções, na exposição Grafton Galleries, no ano de 1910, em Londres.
A exposição incluía pinturas de Paul Cézanne, Vincent van Gogh e Paul Gauguin. Ao lado do pintor francês Georges Serat, eles foram os mais importantes representantes dessa nova tendência.
O movimento pós-impressionista foi heterogêneo. Diferente de outros movimentos, os artistas pós-impressionistas não seguiram uma convergência estilística com padrão artístico uniforme.
O período do pós-impressionismo teve início em 1886, quando ocorreu a última exposição impressionista, e se estendeu até a primeira década do século XX, quando começaram as vanguardas artísticas.
Apesar de abranger apenas duas décadas, a era pós-impressionista foi um período de significativa inovação artística e de surgimento de importantes nomes da história da arte.
Os pós-impressionistas acentuaram a pintura nos seus valores específicos, explorando o uso da cor e a bidimensionalidade.
Alguns artistas pós-impressionistas participaram do movimento impressionista, mas acabaram dando outro rumo à sua arte, se distanciando do movimento anterior.
Contexto histórico do Pós-Impressionismo
O movimento pós-impressionista teve início em 1885 e perdurou até 1907, quando surgiu o cubismo.
O pós-impressionismo surgiu em um contexto de grandes transformações na cidade de Paris.
Em 1886, Gustave Eiffel foi escolhido para criar o monumento em homenagem ao centenário da Revolução Francesa, celebrado na Exposição Universal de 1889.
Com uma decoração pesada e simples, a Torre Eiffel apresentou uma estética arquitetônica que foi adotada por pintores pós-impressionistas. Outro aspecto que contribuiu para as mudanças radicais da era pós-impressionista foi o contato com novas culturas, possibilitado pela Exposição Universal.
Por volta de 1900, houve uma série de construções em Paris ao longo do rio Siena. Uma das principais características das novas construções era que elas possuíam uma estrutura metálica coberta por uma fachada de pedra. Tal estrutura permitia tetos de amplas áreas.
Um exemplo desse modelo arquitetônico foi o palácio Grand Palais, no qual alguns artistas pós-impressionistas tomaram parte na decoração, considerado um marco deste estilo arquitetônico.
Características do Pós-Impressionismo
Os pós-impressionistas precisaram criar suas próprias exposições porque, assim como os impressionistas, não foram aceitos no Salon Paris, salão oficial criado em Paris para exibir obras de arte, especialmente pinturas, dos membros da Academia Real de Pintura e Escultura.
Os artistas pós-impressionistas não eram homogêneos. Havia muita diversidade entre eles, tanto em relação ao profissionalismo quanto em relação ao estilo. Por isso, eram rejeitados pelo júri acadêmico.
Com a inauguração do Salon des Artistes Indépendants os problemas dos impressionistas foram resolvidos, pois não havia mais exigências acadêmicas, por não ter júri nem premiação.
Em 1903, foi criado o Salon d’Automne, que também dava condições de liberdade para os artistas.
O aspecto relativo às escolas de pintura não era importante para os pós-impressionistas. Alguns artistas tratavam a teoria das cores com rigor científico, de onde surgiram o pontilhismo e o divisionismo.
Algumas características do pós-impressionismo foram:
- Superou as tendências artísticas do impressionismo;
Uso de cores vivas;
- Emprego da bidimensionalidade em detrimento da perspectiva;
- Retratou temas da vida real;
- Utilização de cores, luz e texturas em suas pinturas;
- Visão subjetiva;
- Uso da técnica pontilhista;
- Experimentação da força da imagem, o contorno de segurança e a liberdade de cor.
Um dos principais representantes da pintura pós-impressionista foi Paul Cézanne
.
Com obras bem estruturadas, utilizando formas geométricas simples, ignorando a natureza e a realidade, Cézanne se destacou como pintor do pós-impressionismo. Entre suas obras, destacam-se: “Montanha de Santa Maria”, “Fruteira”, “Copo” e “Maçãs”.
Um dos mais famosos pintores do pós-impressionismo foi Vincent Van Gogh. Sem muita liberdade artística dentro do impressionismo, Van Gogh pode exprimir melhor suas emoções no pós-impressionismo.
A escultura no pós-impressionismo foi influenciada por Auguste Rodin. Os escultores impressionistas criaram figuras harmoniosas que se equilibravam com o meio ambiente.
Na escultura, um dos artistas pós-impressionista que mais se destacou foi Aristide Maillol. Ele usava figuras femininas despidas para representar a vitória e combinava em suas peças a emoção com a sobriedade.
A arquitetura no pós-impressionismo foi uma manifestação artística que não teve muito destaque. As construções desse período foram simples e visavam a funcionalidade.
Principais autores do Pós-Impressionismo
Paul Gauguin
Gauguin foi um dos artistas que desenvolveu as técnicas do sintetismo e alveolismo, estilos de representação simbólica da natureza.
Nesses estilos, é comum o uso de formas simplificadas e cores vivas chapadas. A pintura de Gauguin é caracterizada por natureza alegórica, decorativa e sugestiva; e com formas dimensionais, estilizadas, sintéticas e estáticas.
Toulose-Lautrec
Além de fazer pinturas, Toulose-Lautrec se destacou na publicidade do século XIX com a confecção de cartazes promocionais dos cabarés e teatros.
Uma vez que a arte deixou de ser financiada apenas pela Igreja e pelos nobres, para ser comprada e utilizada pelo comércio, o cartaz litográfico colorido foi uma nova ferramenta de divulgação das opções de lazer de Paris. Assim, Lautrec revolucionou o design gráfico dos cartazes, definindo o estilo que ficou conhecido como Art Nouveau.
Vicent Van Gogh
Van Gogh se dedicou ao desenho e à pintura, completando diversos desenhos e aquarelas.
Nos primeiros trabalhos, ele centrou na vida de camponeses e de paisagens desertas nas quais viviam. Nesse período sua paleta de cores possuía tons terrosos, especialmente, marrom escuro, que sugeriam uma atmosfera melancólica.
Mais tarde, ele passou a seguir uma paleta de cores mais brilhante e pinceladas mais fortes, principalmente, em pinturas de paisagens como a “Paisagem Marinha em Saintes-Maries”. Ele focou também em pinturas de retratos e autorretratos.
Paul Cézanne
Em seus primeiros trabalhos, Cézanne focava na pintura de paisagens.
Inicialmente, suas pinturas incluíam grupos de figuras grandes e pesadas na paisagem, pintadas a partir da imaginação. Posteriormente, ele adotou um estilo de pintura mais leve e arejada, que teve muita influência sobre o estilo pós-impressionista.
Ele passou a trabalhar a partir da observação direta, ordenando estruturalmente as coisas em formas e planos de cor simples.
Obras de destaque do movimento
- “Jogadores de Cartas” – Paul Cézanne.
- “Baile no Moulin Rouge” – Toulouse-Lautrec.
- “Um Domingo de verão na Grande Jatte” – Georges Seurat.
- “A entrada do Porto de Marselha” – Paul Signac.
- “Café noturno” – Van Gogh.
- “O Cristo amarelo” – Paul Gauguin.