O raciocínio lógico é um tema que pertence à matemática, mas você sabia que sua origem está ligada à filosofia? Os filósofos gregos há mais de 2 mil anos já desenvolviam teorias sobre o “estudo da razão” e o “estudo do raciocínio”.
Na medida em que as áreas de conhecimento evoluíram, o raciocínio lógico passou a ser utilizado para isolar e desenvolver soluções para questões relacionadas à existência humana, que vão desde atividades cotidianas até a formulação de teorias.
O conceito de lógica está ligado a duas ideias: o uso de raciocínio em atividades diversas e o estudo filosófico do raciocínio válido, cujo precursor foi Aristóteles – valendo-se de axiomas e regras.
Silogismo
De acordo com Aristóteles, a lógica não é um ciência e sim um instrumento correto para pensar. Por meio do silogismo, objeto da lógica, é possível fazer conclusões a partir de preposições. Acompanhe o exemplo abaixo:
“Todos os homens são mortais.
Sócrates é homem,
Logo, Sócrates é mortal.”
A sentença acima trata-se de um argumento dedutivo, o qual é composto por três proposições distintas: premissa maior (P), premissa menor (p) e conclusão (c), que valem-se de três termos:
- Termo menor: surge na premissa menor e é o sujeito da conclusão;
- Termo médio: surge em ambas as premissas como ligação, mas não aparece na conclusão;
- Termo maior: surge na premissa maior e é o predicado da conclusão.
Quando destrinchamos o exemplo anterior, obtemos:
- Termo maior: mortal
- Termo menor: Sócrates
- Termo médio: homem (não aparece na conclusão)
- Sócrates: termo presente na premissa menor e sujeito da conclusão
- é: verbo que exprime a relação entre sujeito e predicado
- mortal: termo presente na premissa maior e predicado da conclusão
Modos de raciocinar
Uma premissa explica-se por meio de regras e leva a uma conclusão. A construção desse raciocínio lógico pode ser explicado de três formas:
- Dedução – Apropria-se da confrontação de uma proposição geral e uma preposição particular para alcançar uma conclusão.
Sendo assim, deve-se criar uma lei geral e depois observar casos particulares a fim de verificar se essa lei não é falsa.
O raciocínio lógico dedutivo está relacionado ao pensamento analítico ou convergente, ou seja, busca analisar várias informações com objetivo de seguir em direção a um único resultado.
- Indução – Esse raciocínio é considerado o oposto da dedução, pois parte do particular para o geral.
Ou seja, primeiro é necessário fazer uma coleta de casos particulares e, após alcançar uma certa quantidade, fazer uma generalização.
Na indução, utiliza-se o método empírico de observação através dos cinco sentidos. Ele raciocínio também está relacionado ao pensamento intuitivo, o qual tenta prever o futuro com base em experiências próprias.
- Abdução – Atua entre os extremos dos raciocínios dedutivo e indutivo, baseando-se na formação e realização de hipóteses.
Esse raciocínio geralmente começa com algumas observações incompletas e segue para um explicação mais possível dentro do grupo de observações.
Como estudar para um teste de raciocínio lógico
Geralmente aplicado em concursos públicos e vestibulares, os testes de raciocínio lógico visam analisar as competências e as habilidades do candidato em resolver problemas relacionados a análise numérica e o pensamento abstrato, sob pressão de tempo.
Os testes de lógica possuem diferentes níveis, que vão desde o raciocínio lógico matemático (progressão aritmética e geométrica, equações, figuras geométricas, etc.) até o raciocínio lógico analítico e crítico (percepção, interpretação, planos de ações e argumentação de problemas variados).
Exemplos de testes de lógica
Exemplo 1– Dada a sequência 2, 7, 12, 17, 22, 27, __…qual o próximo número?
Exemplo 2 – Epiménides era um grego da cidade de Minos. Dizem que ele tinha a fama de mentir muito.
Certa vez, ele citou esta passagem:
Era uma vez um bode que disse:
– Quando a mentira nunca é desvendada, quem está mentindo sou eu.
Em seguida o leão disse:
– Se o bode for um mentiroso, o que o dragão diz também é mentira.
Por fim o dragão disse:
– Quem for capaz de desvendar a minha mentira, então, ele estará dizendo a verdade.
Qual deles está mentindo?
Respostas
Exemplo 1: Trata-se uma progressão aritmética, cuja razão é 5.
r = a5 – a6
r = 22- 27
r = 5
Exemplo 2: Ao tentar responder ao enigma, as informações se ligam umas às outras e não geram conclusões. Esse enigma também pode ser denominado como paradoxo do mentiroso.