A revolução cubana foi um movimento popular com ideais nacionalistas e iniciado em 1953. Liderada por Raul Castro, Che Guevara e Fidel Castro, pretendia derrubar o presidente Fulgêncio Batista e librar o país das influências econômicas dos Estados Unidos.
A revolução teve fim em 1959 com a dissolução do governo de Batista e início da política socialista na ilha. Fidel Castro, no entanto, apenas torna-se presidente em 1977. Em 2006, passa o cargo para Raul castro, após 49 anos no poder.
Antecedentes da Revolução Cubana
Antiga colônia espanhola, Cuba conseguiu conquistar sua independência com ajuda dos Estados Unidos em 1898. Por causa da forte influência exercida pelo presidente americano Theodore Roosevelt, a ilha incorporou a Emenda Platt em sua constituição e, assim, passou a fazer parte do protetorado dos EUA.
O tratado em questão dava livres poderes aos Estados Unidos para intervir política e economicamente em Cuba, além de permitir a instalação de uma base militar e de uma prisão na região (Campo de Detenção da Baía de Guantánamo).
Em 1952, o antigo presidente cubano Fulgêncio Batista promove um golpe de estado e destitui Carlos Prío Socarrás do poder. A partir de então, Batista começa a instalar uma ditadura militar no país, reprimindo a liberdade de imprensa e os movimentos políticos.
Ao mesmo tempo, amplia-se no país o sentimento nacionalista contra o governo de Batista e em oposição às interferências dos Estados Unidos nos assuntos políticos. Surge, nesse contexto, o movimento político liderado por Fidel Castro e Raul Castro.
Assalto ao Quartel de Moncada
O primeiro ato da revolução cubana foi realizado em 1953 quando Fidel Castro, Raul Castro e outros revoltosos realizaram uma investida contra o Quartel de Moncada, local onde ficavam armazenados diversos armamentos. Várias pessoas foram mortas durante a ação e os irmãos Castro foram presos.
Depois do julgamento, os dois foram condenados a mais de dez anos de prisão. Contudo, em 1955, após grande pressão política Batista libera os presos, mas Fidel e Raul Castro tornam-se exilados políticos refugiados no México.
A Tomada de Havana
Foi durante o exílio no México que Fidel e Raul conhecem Che Guevara e o revolucionário argentino resolve participar da luta. Depois de planejar uma nova estratégia, os rebeldes resolvem retornar para Cuba e iniciar uma nova investida.
No dia 26 de Julho de 1956 (mesmo data do ataque ao Quartel de Moncada), um grupo formado por 83 guerrilheiros chegam a Cuba, mas são atacados e derrotados pelo exército de Batista. Refugiam-se então em Sierra Maestra para se reorganizarem.
Nos anos seguintes, entre 1956 e 1959, os guerrilheiros atacaram o exército de Batista e conquistaram aos poucos diversas localidades do país e o apoio da população. No dia 31 de dezembro de 1958, os rebeldes invadem Santa Clara (última cidade antes da capital Havana) e em primeiro de janeiro de 1959, Fulgêncio Batista é derrotado e foge. Então, os guerrilheiros da revolução cubana conquistam a ilha.
Revolução Cubana: nacionalização e embargo
Após a fuga de Batista, um novo governo é implantado. Manuel Urrutia vira presidente provisório e Fidel Castro o primeiro-ministro. Medidas nacionalistas foram implantadas, desagradando os Estados Unidos que tinha interesses econômicos na ilha. Como resposta as ações adotadas, Os EUA promoveram o rompimento diplomático com Cuba e bloqueio econômico.
Algumas das medidas adotadas pela ilha após a revolução cubana e que desagradaram os EUA foram:
• Diversificação da economia para diminuir a dependência relacionada à produção de açúcar;
• Tentativa de promover a industrialização;
• Reforma agrária;
• Unificação das forças políticas e criação de um único partido: Partido Comunista de Cuba (PCC);
• Nacionalização das empresas estrangeiras e da exploração dos recursos.
Ataque à Baía dos Porcos
Após vitória da revolução cubana, diversos opositores; formado por cubanos que eram contra as ideias de Fidel, além de americanos que dirigiam e trabalhavam em empresas instaladas na ilha; fugiram e pediram abrigo aos EUA.
Interessado em realizar um contra-ataque e sabotar o governo cubano, os fugitivos são financiados e treinados pela CIA para invadir Cuba a partir da Baía dos Porcos e, assim, retomar o poder. O plano, entretanto, vira um fracasso com a derrubada de um avião e com contenção das tropas enviadas pelo presidente americano Eisenhower.
Crise dos Mísseis
As medidas adotadas por Cuba incomodavam os interesses dos Estados Unidos. Os presidentes americanos Dwight David Eisenhower e John Kennedy começaram então a impor bloqueios econômicos com o objetivo de deixar o país caribenho isolado e com problemas financeiros, o que dificultaria o sucesso concreto da revolução cubana.
Impossibilitados de realizar acordos com outros países, Cuba se aproxima da União Soviética e este passa a ajudar economicamente o governo cubano. Em troca, a União Soviética instala, em 1962, uma base militar na ilha e aponta mísseis em direção aos Estados Unidos.
É necessário lembrar que durante esse período o mundo vivia as tensões geradas pela Guerra Fria e a instalação dos mísseis significava um grande ataque a soberania dos Estados Unidos. Foram iniciadas, desta forma, intensas negociações em que as nações envolvidas decidiam sobre a retirada dos armamentos.
Em outubro de 1962, ficou então resolvido que os soviéticos retirariam os mísseis instalados em Cuba e, em contrapartida, os EUA retirariam os instalados pelo país na Turquia.
Pós Revolução Cubana
Após a revolução cubana, o governo começou a programar a reforma agrária através da desapropriação de terras cultiváveis que eram propriedades de indivíduos ou companhias estrangeiras. O governo cubano ainda nacionalizou todas as propriedades da igreja católica e passou a ser um Estado ateu.
O ensino, a saúde e as crianças passaram a ser responsabilidade do Estado e o Partido Comunista de Cuba foi criado. O deslocamento de pessoas e de mercadorias passou a ser limitada na ilha.
Fidel Castro
Fidel Castro foi um dos líderes da revolução cubana. Juntamente com seu irmão Raul e o amigo Che Guevara, conseguiram conquistar a ilha de Cuba e começar a instalar o sistema socialista.
Após a fuga de Batista, Fidel foi nomeado ministro da república cubana. Em 1977, foi eleito Presidente dos Conselhos de Estado e Ministros, no qual ficou por muito tempo. Entregou o cargo a Raul Castro em 2006, depois de um grave problema de saúde. Fidel Morreu em novembro de 2016, mais de 50 anos após a tomada de Cuba.