Sabinada foi uma revolta independente de característica separatista provisória. A revolta aconteceu na Província da Bahia no período do Brasil Império, de 06 de novembro do ano de 1837 ao dia 16 de março do ano de 1838
. O motim teve a capital baiana – Salvador, como seu principal cenário.
A revolta emancipacionista e republicana, conhecida como Sabinada, teve a liderança do jornalista, médico, republicano e revolucionário federalista baiano Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira Barroso (1796 – 1846), cujo sobrenome batizou a revolta, além do advogado e político João Carneiro da Silva Rego.
Sabinada
O movimento da Sabinada foi uma revolta que surgiu no estado da Bahia (região Nordeste), cujo ideal era promover a existência de uma república baiana de caráter transitório, até que o Imperador Dom Pedro II (1825 – 1891) atingisse a maioridade legal.
A época da Sabinada, que ocorreu dentro do Período Regencial (1831 – 1840), foi agitada e crítica para a História do Brasil. Essas manifestações eclodiram a partir do descontentamento de alguns grupos de militares, integrantes da classe média e rica da Bahia perante a condução do governo monárquico pelas regências.
As razões principais da revolta eram a insatisfação por causa da falta de autonomia administrativa e política da Província da Bahia – de acordo com os revolucionários, o governo regencial era ilegítimo, queriam instituir o federalismo republicano; questionavam também sobre a obrigatoriedade imposta aos baianos em razão da Guerra dos Farrapos (1835 – 1845).
Período Regencial
O período regencial foi um período da história do Brasil que ocorreu entre os anos de 1831 e 1840. Quando o imperador Dom Pedro I (1798 – 1834) abdicou do poder no ano de 1831 e o seu filho e herdeiro ao trono D. Pedro de Alcântara tinha somente cinco anos de idade. Nesse caso, a constituição brasileira daquela época estabelecia que o país fosse governado pela regência, até que o herdeiro do trono completasse 18 anos de idade.
Algumas regências que ocorreram no Brasil naquela época foram:
- Regência Trina Provisória (1831)
- Regência Trina Permanente (1831 a 1835)
- Regência Una de Feijó (1835 a 1837)
- Regência Interina de Araújo Lima (1837)
- Regência Una de Araújo Lima (1838 a 1840)
Características da Sabinada
A Sabinada foi mais um tumulto que aconteceu durante o período regencial, da mesma forma que a Balaiada ocorrida no estado do Maranhão, a Cabanagem no estado do Pará e a Farroupilha que ocorreu no estado do Rio Grande do Sul. A diferença da Sabinada em relação a esses outros movimentos é que não existia a intenção separatista
.
Os responsáveis por essa revolta direcionaram a insatisfação somente para o governo regencial, com intuito de estabelecer a “República Bahiense” até que D Pedro se tornasse maior de idade.
Na ocasião, não existia a pretensão de romper com a escravidão no Brasil, pelo fato de que necessitavam do suporte da aristocracia escravocrata, mas isso não aconteceu.
Como os escravos não se convenceram com a promessa de liberdade, para aqueles que dessem apoio e lutassem em favor do governo republicano, a população escrava se distanciou da causa.
A adesão ao movimento ficou por conta das classes médias urbanas, como: artesãos, comerciantes, funcionários públicos, oficiais militares, profissionais liberais e uma parte das classes mais pobres da população.
O Brasil todo estava insatisfeito com a intensa centralização da regência e no estado da Bahia a situação era ainda pior, já que as autoridades que foram nomeadas para governar a província, pessoas essas representadas pelo então governador Francisco de Sousa Paraíso (1793 – 1843), se comportavam como ditadores e tiranos.
No ano de 1837 foram discutidos os detalhes de implantação do Ato Adicional. Esse Ato teria o poder de modificar vários detalhes relacionados à Constituição decretada por D. Pedro I. Essa mudança seria possível, assim como mudou a Regência Trina para Regência Una, estabelecendo o prazo de quatro anos para o mandato de regente.
Os debates do Ato Adicional duraram até o ano de 1840, quando houve um espaço de completa indecisão política no Império.
Outra situação que provocou insatisfação foi a obrigatoriedade de alistamento militar determinada pela regência, para que a população batalhasse na Revolução Farroupilha no sul do Brasil. Em partes, foi em razão da Farroupilha que se deu início a Sabinada
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Balaiada
A Balaiada foi um movimento de revolta que ocorreu na província do Maranhão (Região Nordeste), durante os anos de 1838 a 1841. Essa revolta foi batizada com esse nome por causa do apelido de um dos principais líderes do movimento, o líder político Manuel Francisco dos Anjos Ferreira (1784 – 1840), o “Manuel Balaio”.
A Balaiada é diferente das outras revoltas do período regencial, pois foi um movimento totalmente popular que lutava contra os grandes agricultores daquele território
.
Nesse período a economia agrária do Maranhão estava em crise e a revolta estava ligada às situações de miséria e perseguições sofridas pelo povo pobre da região.
Cabanagem
A Cabanagem foi um movimento de revolta que ocorreu na província do Grão-Pará – estado do Pará (Região Norte), durante os anos de 1835 a 1840. Essa revolta foi batizada com esse nome pelo fato de que boa parte do movimento era formado por indivíduos pobres que residiam em cabanas nas beiras dos rios daquela região
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Por essas pessoas morarem em cabanas, eram chamados de cabanos. A população era muito pobre, os índios e mestiços (cabanos) viviam em completa miséria, sem trabalho digno e condições básicas para uma vida saudável. Eles se uniram aos comerciantes e fazendeiros (elite local) e acabaram se revoltando contra o governo da época, gerando uma grande revolta.
Farroupilha
A Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos como é conhecida, ou ainda Decênio Heroico, foi um movimento que ocorreu no estado do Rio Grande do Sul (região sul), durante os anos de 1835 a 1845. Essa revolução foi considerada a revolta mais longa que aconteceu no Brasil
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A revolta teve a liderança da classe dominante gaúcha, que era formada por pecuaristas e fazendeiros de gado. Esses fazendeiros se aproveitavam das classes mais pobres da população, utilizando-os como massa de apoio no processo de todo o enfrentamento.