Resumo de História - Templários

Os Templários, também conhecidos como Ordem do Templo, foram guerreiros ligados ao cristianismo e protetores dos peregrinos da cidade de Jerusalém.

Tiveram seu sucesso fortemente vinculado as Cruzadas, porém, com a perda da Terra Santa, houve uma queda no número de pessoas que apoiavam a ordem.

O desaparecimento dos Templários deu início a especulações sobre os cavaleiros, gerando diversas lendas que se mantêm vivas até os dias atuais.

História dos Templários

A história da Ordem do Templo tem início durante as Cruzadas com o nome Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão, do latim Pauperes commilitones Christi Templique Salomonici.

Considerada uma ordem militar de cavalaria, os templários atuaram por dois séculos da Idade Média, entre 1118 e 1312, contudo foi fundada oficialmente durante a Primeira Cruzada de 1096.

Os membros tinham como missão o voto de castidade, obediência, devoção e pobreza , sendo a principal característica as vestimentas. Os cavaleiros vestiam mantos brancos com o símbolo de uma cruz vermelha.

Em 1127, durante o outono, Hugo de Payens e mais 5 cavaleiros foram até Roma para demandar ao Papa Honório II o reconhecimento oficial da Ordem. Além do reconhecimento oficial, conseguiram na visita, mais especificamente no dia 13 de janeiro de 1128, o apoio de Bernardo de Claraval no Concílio de Troyes.

Mesmo bastante conhecidos, os cavaleiros nunca tiveram um número expressivo de pessoas em seu exército. No auge, alcançaram 400 pessoas em seu exército protegendo Jerusalém.

A Regra dos Templários

Os cavaleiros religiosos também obedeciam regras, que foram escritas por São Bernardo e ficaram conhecidas como Regra.

A Regra possuía 72 capítulos, separados em sete seções, sendo: I- A regra primitiva; II- Os estatutos hierárquicos; III- Penitências; IV- Vida Monástica; V- Capítulos comuns; VI- Maiores detalhes de penitências e VII- Recepção na Ordem.

Seu ‘slogan’ foi baseado no livro dos Salmos Non nobis Domine, non nobis, sed nomini tuo ad gloriam (Slm. 115:1 – Vulgata Latina), que possui o significado: “Não a nós, Senhor, não a nós, mas pela Glória de teu nome” (tradução livre).

Entre as regras, tinha-se:

  • O bispo deveria aprovar a admissão de novos candidatos;
  • Não comer carne nas quartas-feira;
  • Dois cavaleiros deveriam se alimentar no mesmo prato.

A pessoa que tivesse interesse em ser admitido na Ordem do Templo precisava ser cristão, conhecer a Regra Templária, jurar levar uma vida em castidade, pobreza e obediência ao mestre do Templo (nome dado a mais alta hierarquia da Ordem).

Perda da Missão

Com o passar do tempo, os Templários ficaram famosos e com uma grande quantidade de bens, sendo considerada uma das ordens mais ricas e poderosas. Muitos dos bens foram provenientes de doações de terras pelos países da Europa.

Uma das maiores doações foi a do rei Afonso I de Aragão, que deixou todos seus bens às ordens de cavalaria (Templários, do Santo Sepulcro e dos Hospitalários), por não possuir filho homem.

Além desse, tiveram diversos benefícios concedidos pelos Papas:

  • 1139 – Bula Omne datum optimum: reconhecimento oficial da Igreja Católica, que também ofereceu proteção;
  • 1144 – Bula Milites templi: cristãos foram incentivados a fazerem doações de bens para os cavaleiros;
  • 1145 – Bula Milicia Dei: a Ordem passou a ter maior autonomia da Igreja;
  • 1198 – Bula Dilecti filli nostri: a Ordem poderia utilizar das doações completas;
  • 1212 – Bula Cum dilectis filiis: uma reafirmação da bula Dilecti filli nostri;
  • 1229 – Bula Ipsa nos cogit pietas: os cavaleiros foram isentados do pagamento do dízimo voltado para a defesa da Terra Santa.

Com isso, a Ordem foi perdendo, gradativamente, sua missão original e retirando algumas das exigências feitas anteriormente para quem era admitido, como a obrigatoriedade de ser cristão.

A Ordem chegou a ser categorizada em dois grupos: os militia, que eram os cavaleiros cristãos que seguiam a Regra e a missão original, e os malitia, que ingressavam na Ordem em busca de reconhecimento e poder.

O Fim dos Templários

Em 1291, ocorreu a perda definitiva da cidade de Jerusalém, considerada Terra Santa. Com isso os Templários não perderam somente o respeito que tinha, mas também a razão de existirem.

Os integrantes fizeram uma reunião na ilha de Chipre, região ao leste do Mediterrâneo, para escolha do novo mestre da Ordem e decisão que cada um voltaria para seu país de origem.

Nessa época a Ordem possuía um poder econômico e militar muito forte e funciona como qualquer ordem religiosa na sociedade do feudalismo, com cobranças de impostos de servos e senhores.

O rei da França Felipe IV chegou a fazer diversos empréstimos com a Ordem para conseguir manter seu exército e pagar os funcionários. Contudo, sem conseguir honrar as dívidas e temendo a reação dos cavaleiros, ele começou uma correspondência com o Papa Clemente V pedindo o fim dos Templários.

Porém, sem paciência para esperar o que o Papa decidiria, no dia 13 de outubro de 1307, Felipe IV mandou que todos os Templários fossem presos e os bens confiscados.

Isso gerou uma guerra interna entre as tropas do rei francês e os cavaleiros, que durou cerca de sete anos, quando o Papa Clemente V extinguiu a Ordem, em 1312. Vários cavaleiros foram torturados e mortos em fogueiras em praça pública na França.

Em 1315, Geoffroy de Charnay e Jacques De Molay, os últimos mestres da Ordem, foram condenados à morte na fogueira, marcando, oficialmente, o fim da Ordem do Templo.

Curiosidades

  • Mesmo com o fim oficial da Ordem do Templo, alguns cavaleiros Templários sobreviveram em Portugal, protegidos pelo Dom Diniz e com o nome de Ordem de Cristo.
  • Algumas sociedades maçônicas até os dias atuais reivindicam serem herdeiros de cavaleiros da Ordem.
  • Os cavaleiros passaram a utilizar a cruz vermelha nas vestimentas apenas em 1147, quando o símbolo foi concedido pelo Papa Eugênio III. Antes era apenas uma manta branca.
  • Circula uma lenda de que Jacques De Molay amaldiçoou o rei Felipe IV e o Papa Clemente V, convocando-os ao tribunal celeste até um ano depois de sua morte, em 1315. Tanto o rei francês quanto o Papa morreram naquele ano.