Resumo de Biologia - Tricomoníase

A tricomoníase é uma doença sexualmente transmissível (DST) causada pelo protozoário Trichomonas vaginalis. Em 70% dos casos, a doença mostra-se assintomática, ou seja, não apresenta sintomas no período inicial da infecção.

Nos casos sintomáticos, a infecção atinge os órgãos sexuais de homens e mulheres. Os primeiros sinais clínicos surgem de 5 a 28 dias após a exposição ao parasita, causando principalmente odor forte, coceira intensa e ardor na região íntima.

A relação sexual desprotegida é a principal forma de transmissão dessas e outras DSTs como a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS), o Papiloma vírus humano (HPV) e sífilis.

Em casos raros, pode ocorrer a infecção através do contato com o parasita em banheiros públicos e compartilhamento de roupas íntimas.

A tricomoníase possui uma distribuição cosmopolita, logo o Trichomonas vaginalis está presente em vários locais do mundo. No rol das DSTs, corresponde a mais de 50% das infecções relacionadas às relações sexuais.

Anualmente, cerca de 143 milhões de pessoas são infectadas pelo parasita, dos quais 90% são mulheres. O fato do gênero feminino ser mais afetado é um dos maiores problemas, pois gestantes podem transmitir a infeção para os seus bebês na gravidez ou durante o parto.

O parasita Trichomonas vaginalis

Trichomonas vaginalis é um protozoário que pertence ao Reino Protista, mede de 10 μm a 30 μm de comprimento por 5 μm a 12 μm de largura e pode apresentar uma forma alongada, piriforme ou ovoide.

Esse microrganismo necessita de glicose para o seu crescimento e a reprodução. A sua principal fonte de alimentação são os carboidratos, contudo na ausência deles pode se alimentar também de aminoácidos (arginina, treonina e lucina).

Nas mulheres, o Trichomonas vaginalis habita a mucosa vaginal e a uretra. As células epiteliais dessa região garantem a aderência do protozoário, bem como a sua sobrevivência e reprodução. Durante a menstruação, o parasita garante nutrientes fundamentais para sua regulação genética.

Nos homens, o parasita pode se instalar no prepúcio, próstata e uretra. Em ambos os sexos, o Trichomonas vaginalis não sobrevive fora do sistema urogenital – unidade atômica formada por órgão dos sistemas urinário e reprodutor.

Ciclo de transmissão

Como já dito, a transmissão da doença acontece por meio da relação sexual desprotegida. Geralmente, o parasita se espalha do pênis para a vagina ou da vagina para o pênis. Não é comum a infecção em outras regiões como mãos, boca e ânus.

Observe na imagem abaixo o ciclo de transmissão:

1- O Trichomonas vaginalis reside no baixo trato genital feminino e na uretra e próstata masculina;  

2- Nesses locais, ele se multiplica por fissão binária e forma colônias. Como não possui forma de cisto, não sobrevive no ambiente externo;

2- O Trichomonas vaginalis é transmitido apenas entre humanos, que são seus hospedeiros naturais.

Em cerca de 50% dos indivíduos infectados, o período de incubação do parasita é de 4 a 28 dias. Os adultos jovens são os principais afetados, pois nessa faixa etária a atividade sexual é mais intensa.

Diagnóstico e sintomas

O diagnóstico da tricomoníase é um pouco complicado, em 50% das mulheres e 75% dos homens a doença é assintomática, além disso alguns sintomas clínicos são parecidos com outras DST’s. Deste modo, os exames laboratoriais são indicados para um diagnóstico correto.

Mulheres apresentam sintomas diferente dos homens. Os mais comuns são:

  • Irritação na vulva;
  • Dor durante relações sexuais;
  • Vaginite (inflamação na vagina)
  • Disúria (ardor ao urinar);
  • Poliúria (necessidade de urinar várias vezes ao dia);
  • Secreção vaginal espumosa de cor branco, amarelada ou marrom;
  • Secreção com odor “de peixe” (40% dos casos);
  • Dor abdominal (raro).

Em homens, os principais sintomas são:

  • Secreção espumosa, semelhante ao pus;
  • Irritação na parte interna do pênis;
  • Disúria (ardor ao urinar);
  • Poliúria (necessidade de urinar várias vezes ao dia);
  • Uretrite (inflamação da uretra).

Complicações na gravidez

A tricomoníase na gravidez tem uma incidência em torno de 3 a 5%, o que é considerado um alto índice. Um dos maiores problemas é o risco da criança desenvolver déficit de atenção, mas outras complicações são possíveis:

  • Transmitir a infecção durante o parto;
  • Nascimento prematuro;
  • Baixo peso ao nascer.

Prevenção e tratamento

O uso de preservativos durante a relação sexual, além de evitar uma gravidez indesejada, previne a tricomoníase e outras DSTs. Cuidado ao usar banheiros públicos e tratamento de doentes também são formas de prevenção.

Em geral, o tratamento da tricomoníase é realizado com o uso de antibióticos prescrevidos por um ginecologista ou urologista. A medicação é capaz de eliminar o parasita do corpo.

Durante o tratamento não é indicado consumir bebidas alcoólicas e manter contato sexual. Todos os parceiros sexuais também devem ser medicados, a fim de evitar a reinfecção.