A tuberculose é uma doença infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium tuberculosis ou Bacilo de Koch. Os pulmões são os principais órgãos afetados, mas a doença pode se estender para outras regiões como os gânglios linfáticos e a coluna vertebral.
Também chamada de tísica pulmonar, a tuberculose apresenta sintomas como tosse com secreção, febre, fadiga e emagrecimento.
Essa é umas das doenças causadas por bactérias de maior facilidade de contágio, uma vez que a transmissão pode acontecer até pelo uso de roupas contaminadas.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a tuberculose é a doença que mais mata no mundo, superando até a AIDS.
O órgão estima que em 2016, 10,4 milhões de pessoas no mundo desenvolveram a doença e aproximadamente 1,7 milhão de pessoas morreram.
Os números são espantosos, mas a situação já foi pior. Entre os séculos XIX e XX, a doença era um grande problema de saúde pública.
Na Inglaterra, por exemplo, em 1815, uma em cada quatro mortes eram causadas pela tísica pulmonar. Já na França, a tuberculose era a causa de uma entre seis mortes.
História
A origem da doença é imprecisa. De acordo com Rosen (1994), a tuberculose existe desde a Antiguidade. Registros arqueológicos mostram que as múmias egípcias possuíam lesões na coluna em função da Mal de Pott (tuberculose extrapulmonar).
Por apresentar diversos sintomas, a tísica pulmonar não foi classificada como uma única doença. O nome tuberculose foi utilizado pela primeira vez por J.L. Schoenlein, em 1830. Somente 1882, Robert Koch descobriu a bactéria causadora da doença.
A tuberculose também atinge animais, em especial os bovinos, mas nesse caso o principal agente infeccioso é a bactéria Mycobacterium bovis. Essa foi a base para criação da primeira vacina efetiva: a BCG (Bacilo de Calmette e Guerin), utilizada pela primeira vez em humanos no ano de 1921, na França.
Mesmo com a vacina, a doença permaneceu incurável até os anos 40. Somente em 1946 houve o desenvolvimento do antibiótico estreptomicina. A união dos antibacilares com substância permitiu uma maior chance de cura aos pacientes doentes. Antes da descoberta, o tratamento era estritamente cirúrgico.
Tipos de tuberculose
Pulmonar
A tuberculose pulmonar é o tipo mais comum, sendo considerada primária quando o indivíduo entra em contato com o Bacilo de Koch pela primeira vez.
Após adentrar o organismo, a bactéria se multiplica facilmente nos pulmões e forma nódulos, que se não forem tratados adequadamente evoluem para cavernas tuberculosas.
Esse tipo da doença caracteriza-se pelos sintomas:
- Febre por mais de 15 dias;
- Sudorese e calafrios noturnos;
- Dores no peito e no tórax;
- Dificuldades de respirar;
- Tosse inicialmente seca e depois com pus e/ou sangue;
- Falta de apetite;
- Irritabilidade;
- Perda de peso (10 a 15 Kg em semanas).
O diagnóstico da doença é com base em sintomas, radiografia do tórax e comprovação da existência do Bacilo de Koch por meio do exame de escarro. O tratamento dura em média seis meses e deve ser realizado, preferencialmente, na residência do paciente e com uso de antibióticos.
Pleural
Esse é o tipo mais comum de tuberculose extrapulmonar.
A pleura é um membrana que recobre o pulmão e pode ser acometida por via hematogênica, ocasionando sintomas como dor no tórax, falta de ar e água na membrana pleural.
Ganglionar
Quando o Bacilo de Koch atinge os gânglios (linfonodos) da região do pescoço, o indivíduo infectado não sente dor, mas há o crescimento progressivo dos linfonodos e possível fistulização, acompanhado de febre e emagrecimento.
Os pacientes que portam o vírus HIV são os principais afetados com esse tipo da doença.
Enquanto em pacientes normais o acometimento é em um dos linfonodos, os imunocomprometidos podem ser afetados em ambos os lados, bem como desenvolverem lesões pulmonares.
Óssea
A tuberculose osteomuscular (Mal de Pott) ocorre em cerca de 35% de todas as formas extrapulmonares. A bactéria Mycobacterium tuberculosis penetra no organismo através da respiração, passando pela corrente sanguínea e se instala no osso.
Os sintomas variam e se agravam com o passar dos meses. As manifestações mais comuns são: inflamação e dor no local; fístulas ósseas; perda de peso significativa; atrofia muscular e suor noturno. O tratamento é à base de antibióticos e fisioterapia.
Cutânea
Esse é o tipo mais grave de tuberculose, pois quando a bactéria atinge a corrente sanguínea causa lesões na pele.
As manifestações clínicas mais recorrentes são: lesões cutâneas como nódulos, ulcerações, verrugas comuns e infiltrações.
Meningite
Essa é a infecção mais rara e acontece em apenas 1% dos cerca de 10 milhões de casos sintomáticos de tuberculose no mundo. A transmissão é semelhante aos outros tipos da infecção.
A bactéria cresce nos pulmões, se dissemina pela corrente sanguínea e se espalha por todo o corpo.
Gradativamente, vão se formando focos nas meninges, que crescem e se rompem comprometendo todo o sistema nervoso e as áreas próximas ao foco.
Tratamento e prevenção
O tratamento para os tipos mais comuns de tuberculose consiste na prescrição médica de antibióticos.
Além disso, o indivíduo deve consumir bastante líquido, permanecer em repouso e manter-se isolado nas primeiras etapas do tratamento, que pode durar mais que seis meses.
A prevenção mais eficaz é a vacina BCG, que é obrigatória e recomendada nos primeiros dias de vida do bebê até os 5 anos de idade.
Atividades que fortalecem o sistema imunológico também são recomendadas, como a prática regular de exercícios e uma alimentação saudável.