Resolver o Simulado Fundação Nacional de Artes (FUNARTE) - Professor - Educação Física - FUNRIO - Nível Superior

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Português

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TECNOLOGIA EDUCACIONAL E DIGITAL NO CENÁRIO CONTEMPORÂNEO

Elaine Turk Faria


O objetivo deste artigo é apresentar um estudo sobre as possibilidades e necessidade de utilização da tecnologia digital nas instituições de ensino, bem como da introdução da cultura tecnológica entre alunos e professores, onde se inclui a educação à distância e as disciplinas semipresenciais no ambiente acadêmico.
Com frequência, lemos nos jornais, revistas e na literatura científica atual o quanto nossos jovens estão familiarizados com a tecnologia e têm facilidade no seu manuseio. Veem e Vrakking (2009) denominam os jovens desta época de “geração homo zappiens, que cresceu usando múltiplos recursos tecnológicos desde a infância”. Para estes autores, a geração homo zappiens é digital, e a escola é analógica. Reforçando essa posição, Marc Prensky, educador americano, escreveu um artigo em 2001 sobre os imigrantes digitais e os nativos digitais, em que faz uma divisão entre os que veem o computador como uma novidade e os que não imaginam a vida antes dele, pois têm contato com a tecnologia logo após o nascimento.
Esta situação, vivenciada na sociedade contemporânea, tem implicações tanto nas escolas de educação básica quanto nas universidades, já que este é o novo perfil dos estudantes e dos acadêmicos. Consequentemente, os cursos de licenciatura, onde se inclui também o curso de Pedagogia, têm de preparar os futuros professores para atuarem neste contexto.


[Texto adaptado]

Fonte: Aprender e ensinar: diferentes olhares e práticas.

Maria Beatriz Jacques Ramos & Elaine Turk Faria (orgs.).

Porto Alegre: PUCRS, 2011, p. 13.


A autora do texto defende que todas as escolas dos dias de hoje precisam

I. fomentar a cultura tecnológica no corpo discente;

II. fomentar a cultura tecnológica no corpo docente;

III. incluir a educação à distância;

IV. oferecer disciplinas semipresenciais;

V. preparar professores para lidar com a tecnologia.

VI. utilizar tecnologia digital;

Quantas dessas indicações estão coerentes com o que o texto diz explicitamente?

  • A Todas as seis.
  • B Apenas as quatro primeiras.
  • C Apenas as quatro últimas.
  • D Cinco delas.
  • E Nenhuma delas.
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Indique a alternativa cuja segunda frase contém um pronome que substitui erradamente a expressão sublinhada na primeira.

  • A A proposta não agradou aos jovens da comunidade. / A proposta não lhes agradou.
  • B O gerente chamou os empregados para uma reunião. / O gerente chamou-os.
  • C Perdoei sua falta por duas vezes. / Perdoei-lhe por duas vezes.
  • D Quero muito bem a meu irmão. / Quero-lhe muito bem.
  • E Tentamos, em vão, encontrar o diretor. / Tentamos, em vão, encontrá-lo.
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Assinale a alternativa que contém frase com desvio na flexão da forma verbal.

  • A Por favor, avise-me se você vier de novo a nossa festa.
  • B Quando o diretor propor o seu nome, eu estarei preparado.
  • C Não sei dizer quem tinha pegado minhas malas no aeroporto.
  • D Ninguém pediu que ele desfizesse os embrulhos dos presentes.
  • E Na próxima eleição, espero que o seu candidato esteja bem preparado.
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Assinale o item em que a oração destacada se classifica como subordinada substantiva:

  • A O colégio onde ela estuda é antigo.
  • B Onde ela mora, não canta galo nem vive cristão batizado.
  • C Os amigos sabem onde ela estuda.
  • D Morava onde conseguisse abrigo.
  • E Todos ignoram o lugar onde ela mora.
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ALTAS HABILIDADES E SUPERDOTAÇÃO: DESAFIOS À DOCÊNCIA
Elis Regina Fogaça Silveira


Segundo a Organização Mundial de Saúde, os superdotados formam de 1% a 3% da população. Há quem diga, porém, que essa porcentagem se refere apenas aos talentos que se destacam nas áreas intelectuais ou acadêmicas. Porém, se avaliarmos as competências dessas crianças, referentes à liderança, criatividade, psicomotricidade e artes, as estatísticas aumentarão consideravelmente.
Esse grupo tem sido mal identificado no Brasil, demonstrando como existem tabus a serem rompidos, pelo desconhecimento do tema por parte não só da sociedade, mas também da escola e família. Já é fato que, se uma criança com Altas Habilidades não é estimulada intelectualmente, podem ocorrer alterações de comportamento como resposta à frustração vivenciada por ela. É comum que alunos se tornem entediados e retraídos diante da rotina escolar, e a falta de oportunidades do meio pode levar o sujeito à indiferença, à apatia e a reações agressivas, podendo chegar até mesmo a ocultar seus talentos.
De acordo com as diretrizes da Secretaria de Educação Especial, a identificação da criança com Altas Habilidades deve ocorrer o mais cedo possível, já na pré-escola, visando ao pleno desenvolvimento de suas capacidades e ao seu ajustamento social. Cada aluno deve ser atendido em sua totalidade. A proposta é utilizar fontes múltiplas na identificação, não enfatizando resultados em testes de QI, mas considerando importante conhecer a história de vida familiar e escolar do aluno, seus interesses, suas preferências e padrões de comportamento social em variadas oportunidades e situações. O processo de identificação deve caracterizar um trabalho interdisciplinar e transdisciplinar, ressaltando um compromisso socioeducacional mais amplo.
Sabe-se que a inteligência apresenta predisposição genética, mas o meio cultural é, sem dúvida, propulsor para o aperfeiçoamento das habilidades. Assim como os pássaros dependem das duas asas para levantar voo, as crianças portadoras de Altas Habilidades/Superdotação necessitam de um meio familiar e social acolhedores que possibilitem a sua integração.

[Texto adaptado]
Fonte: Aprender e ensinar: diferentes olhares e práticas.
Maria Beatriz Jacques Ramos & Elaine Turk Faria (orgs.).
Porto Alegre: PUCRS, 2011, p. 101.


Diz o texto que “o processo de identificação deve caracterizar um trabalho interdisciplinar e transdisciplinar, ressaltando um compromisso socioeducacional mais amplo.” Entende-se um trabalho interdisciplinar e transdisciplinar como aquele que:

  • A envolve mais de uma disciplina.
  • B ultrapassa o conteúdo da grade curricular.
  • C ajuda a controlar a disciplina na escola
  • D ressalta um compromisso socioeducacional amplo.
  • E é realizado antes dos conteúdos de cada disciplina.
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Jejum de internet, o remédio
para uma dependência crescente


Oito dias de acampamento na floresta sem tocar um computador nem um smartphone - um “jejum de internet" que serve como tratamento pioneiro no Japão para uma dependência que afeta cada vez mais japoneses, especialmente os jovens.
Uma dezena de adolescentes participou de forma voluntária, em agosto de 2014, do primeiro programa desse tipo iniciado no país asiático e que antes só tinha sido testado na vizinha Coreia do Sul, explicou o coordenador do projeto, o psiquiatra Susumu Higuchi. Os jovens se alojaram em cabanas perto do monte Fuji, praticaram atividades ao ar livre e prepararam suas próprias refeições, sempre acompanhados de três psicólogos.
Os participantes apresentavam sintomas de dependência à internet, definida pelo especialista como “um uso excessivo ou compulsivo" de dispositivos como computadores e smartphones, e com consequências psicológicas, sociais ou educativas. Entre esses sintomas se encontram os transtornos de sono ou alimentícios, além do déficit de atenção, a hiperatividade, a ansiedade e a depressão.
Em sua chegada ao acampamento, os adolescentes “tinham dificuldade para interagir entre si e com os psicólogos, mas depois se mostraram extrovertidos e desenvolveram laços íntimos entre si". Além disso, cada participante elaborou seu próprio plano para “conviver com os computadores e a internet de forma saudável", relatou Higuchi, segundo o qual, no entanto, “ainda é cedo" para avaliar os resultados do programa.
O “acampamento sem internet" começou por iniciativa do Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do Japão, devido a alarmantes estatísticas sobre a dependência à internet entre os jovens.

(Antonio Hermosín, http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/jeju.... Adaptado)

De acordo com o texto, o “acampamento sem internet” foi realizado com o propósito de

  • A ensinar jovens dependentes em internet a utilizar os computadores de modo saudável, restringindo o acesso à internet à consulta de informações sobre o preparo de suas refeições
  • B dar a jovens que interagiam entre si apenas pela internet a oportunidade de conviver pessoalmente, mostrando que o contato presencial é mais rico que o virtual.
  • C provar cientificamente que a dependência à internet entre os jovens é consequência de um estilo de vida que exclui o contato com a natureza e a alimentação saudável.
  • D tratar jovens que apresentavam problemas de ordem psicológica, social ou educativa relacionados ao uso excessivo ou compulsivo de dispositivos como computadores e smartphones.
  • E levar adolescentes viciados em internet a afastar-se definitivamente de dispositivos eletrônicos, convencendo-os da impossibilidade de conviver com computadores de maneira saudável.
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A questão tomará por base o seguinte texto, que inicia o capítulo XX do romance Palha de Arroz:


O velho Antônio Batista, mais conhecido por Antônio Cabeça-Branca, tinha para obra de setenta janeiros nos couros. E caminhava para uns quarenta naquela sua profissão de responsos. E a voz do povo era que nunca um trabalho seu mentiu fogo. Fazia coisa de sete cabeças, coisas do arco da velha. Sua fama de responsador corria os quatro cantos da cidade e se alastrava mundo afora. Até de S. Luís do Maranhão, terra de grandes pajés - grandes mestres na arte - vinha gente para ele fazer trabalhos.

Maria Piribido não conhecia pessoalmente o velho Antônio Cabeça-Branca. Só de nome. Pela fama. Era agora, porém, chegada a vez. A vez de conhecê-lo de vista. Dava-se que o momento oportuno e necessário batera-lhe à porta. Decerto que iria dar certo. Nunca um outro cristão soube responsar Santo Antônio com tanta perfeição. Nasceu dotado para aquilo. O próprio nome dava certo - Antônio. Um Antônio que responsava Santo Antônio. Cabeça-Branca na certa que significava experiência. Veio ao mundo com aquela sorte, aquele destino, aquele dom. Com a sorte, o destino e o dom de responsar Santo Antônio e encontrar objetos roubados e perdidos.

Foi. Falou com ele.


Contou-lhe tudo. (Fontes Ibiapina: Palha de Arroz. Teresina: Corisco, 2002, p. 128-9)

Em “Dava-se que o momento oportuno e necessário batera-lhe à porta”, encontramos

  • A dois adjetivos ligados por uma conjunção e relacionados ao mesmo substantivo.
  • B dois pronomes átonos oblíquos relacionados ao mesmo personagem da narrativa.
  • C dois verbos de conjugações diferentes empregados no mesmo tempo do indicativo.
  • D uma locução adjetiva feminina com valor de lugar e, por isso, com acento de crase.
  • E um pronome relativo sem antecedente, que tem valor de conjunção integrante.
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Há problemas na escritura de todas as frases abaixo, exceto uma. Assinale-a.

  • A Tomei um ônibus em Bangú, saltei no Cajú e fui a pé até o Andaraí.
  • B Já conheço Florianópolis, Maceió e Niteroi, mas quero morar em Cuiabá.
  • C Fui à Amazônia observar os animais anfibios, os cágados e as surucucús.
  • D Desta feita gastei um mês viajando de automóvel pelas estradas litorâneas.
  • E Pensei em convida-lo e traze-lo, mas achei que isso poderia inibi-lo.
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A edição do caderno Prosa de amanhã marca uma espécie de abertura oficial da cobertura da 11ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty no GLOBO. Totalmente dedicado à Flip, o Prosa apresentará, além de reportagens e entrevistas, a programação oficial da festa, que inclui diversos eventos promovidos pelo jornal. Serão duas exposições sobre Graciliano Ramos, o autor homenageado do ano, duas mesas de debates e um show em homenagem a Vinicius de Moraes.
Como sempre, a equipe ganhará reforço para mostrar diariamente ao leitor o que acontecerá na cidade histórica. Este ano, a Flip, que também costuma dar repercussão em seus debates ao que acontece fora do mundo literário, estará particularmente atenta às recentes manifestações que tomaram o Brasil de norte a sul. A curadoria da festa anunciou esta semana a inclusão de três mesas extras para discutir os protestos e seus desdobramentos.


Fonte: O Globo, 28/06/2013, p. 2.


A matéria, intitulada “A hora da festa da literatura”, tem o objetivo de

  • A Apresentar para os leitores como se dará a cobertura do grande evento cultural que ocorre na cidade de Paraty-RJ.
  • B Descrever quais os principais eventos que acontecerão no festival de literatura de Paraty-RJ.
  • C Convencer as pessoas da importância de participar dessa festa cultural que já é tradicional em Paraty-RJ.
  • D Narrar os passos administrativos da empresa até organizar como acompanhará o festival de Paraty-RJ.
  • E Insinuar que as mesas sobre as manifestações de rua fogem um pouco da temática literária do festival de Paraty-RJ.
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Assinale a alternativa que serve de exemplo de parágrafo em que estão combinados expressivamente os gêneros narrativo e descritivo.

  • A A preocupação de Álvaro Moreyra pelo teatro não se limita à revisão da dramaturgia para a atualização cênica. É certo que os movimentos posteriores, todos canalizados em função de um teatro brasileiro, se originaram das duas experiências. Mas, ao entregar-se ao teatro como um animador – herdando talvez a paixão de seu pai –, entende o gênero literário que se funde com o povo no próprio espetáculo. A receptividade, pela participação, é direta e imediata.
  • B Não há progresso ou organização econômica, riqueza ou desenvolvimento, que se possam justificar com o trabalho escravo. A convicção se transforma em uma causa, o filósofo usa a tribuna, em serviço e sua palavra de escritor. A origem, porém, não está na escravidão como um processo – a origem, que atinge a escravidão e a qualquer forma de opressão econômica e política, está na liberdade como uma problemática. O homem nasce senhor de si mesmo, livre em sua consciência e seu trabalho, nessa liberdade todo o direito, toda a ordem, toda a justiça, a segurança inteira da sociedade.
  • C Não temos como ignorar a sensibilidade crítica e a vocação lírica. A manifestação crítica, assim identificada como um resultado do nosso complexo cultural e na dependência da liberdade, ampliar-se-á no reconhecimento mesmo de nossa literatura. A manifestação lírica, já enraizada no cancioneiro popular, permitirá que a experiência poética – apesar das escolas e do artesanato – se renove através da linguagem e da imagem. A liberdade está por baixo com uma espécie de subsolo.
  • D O encontro que a Academia permite, fora da contemporaneidade, explica o que possa ser o mistério das aproximações entre certos homens. Em suas gerações distantes, ultrapassando os problemas imediatos, suprimem todas as diferenças impostas pelo tempo para que subsistam as afinidades no sentido de percepção para com os extremos valores da vida. E, já iguais pela vocação, robustecem o grande encontro na exploração da mesma temática e na reivindicação das gerações.
  • E Sentia-me inocente como a ave de ninho feito na cumeeira da casa. Assim – como é triste lembrar! – decorreram anos, muitos anos da minha vida. Uma tarde, porém, voltando do rio, encontrei um homem, uma pessoa estranha. Chamava-se Manuel Pedro. Quer saber quem era Manuel Pedro? Como era Manuel Pedro? Olhos vivos de gato em uma fisionomia parada de estátua. Dir-se-ia não haver sangue, sangue e nervos, no rosto chato. Apenas um bloco de carne, sem pêlos, nariz acurvado como bico, testa ampla, boca pequena, sempre fechada, escondendo os dentes de animal carnívoro.