Resolver o Simulado Prefeitura Municipal de Águas de Santa Bárbara - Professor Educação I - PEB I - VUNESP - Nível Superior

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Pedagogia

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Para Luck (2010), o papel e a influência do diretor da escola sobre o clima organizacional da instituição são reconhecidos em estudos, até mesmo em percepções cotidianas. Assim, segundo a autora, quando se observa que o diretor escolar é omisso e adota uma atitude de indiferença diante dos desafios escolares e das situações difíceis, o clima escolar é caracterizado como

  • A autoritário, no qual o diretor resolve tudo sozinho.
  • B formalista, focado na nota que precisa ser dada para cumprir as exigências.
  • C descompromissado ou burocratizado.
  • D compromissado, por parte da equipe escolar.
  • E atento às questões pedagógicas e formais da escola.
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Explicitar o significado de liderança depende da perspectiva adotada para analisar as suas expressões no âmbito das organizações e grupos sociais. Segundo Luck (2010), a liderança que focaliza muito mais nas interações das pessoas e nos estilos de relacionamento mantidos por elas, como forma de promover a unidade da organização e melhores condições de realização de seus objetivos, é denominada liderança

  • A transacional.
  • B transformacional.
  • C compartilhada.
  • D holística.
  • E participativa.
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Segundo Paro (2012), não basta ter presente a necessidade de participação da população na escola. É preciso verificar em quais condições essa participação pode tornar-se realidade. A participação democrática na escola pública sofre também os efeitos dos condicionantes ideológicos aí presentes. Para o autor, condicionantes ideológicos imediatos da participação é entendido como

  • A a diversidade de interesses dos mais diversos grupos que se relacionam no interior da escola.
  • B a identidade de interesses sociais estratégicos por parte de professores, demais funcionários, alunos e pais.
  • C toda a participação dos diferentes grupos na gestão da escola, levando-se em conta os diferentes conflitos, suas causas e implicações.
  • D todas as concepções e crenças sedimentadas historicamente na personalidade de cada pessoa e que movem suas práticas e comportamento.
  • E os elementos econômicos-sociais, ou as reais condições de vida da população presente na escola.
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A organização escolar tem como grande objetivo a aprendizagem dos alunos, e é essa organização escolar aliada à formação dos professores que contribui para melhorar a qualidade dessa aprendizagem. Para Libâneo, Oliveira e Toschi (2010), formação continuada do corpo docente compreende

  • A cursos oferecidos pela escola em parcerias com as Universidades de relevância, como treinamento pessoal.
  • B um espaço de compartilhamento de significados, de conhecimentos e de ações entre as pessoas para o seu aprimoramento.
  • C reuniões temáticas para resolver os conflitos gerados nas salas de aula ou entre os diversos grupos existentes na escola.
  • D participação dos professores em palestras diversas realizadas na escola por profissionais de renome.
  • E participação dos professores na elaboração e aprimoramento dos documentos de gestão da escola.
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Para Veiga e Resende (2008), a autonomia da escola é uma questão importante para o delineamento e sua identidade; ela anula a dependência e é um valor que se determina em uma relação social. Nesse sentido, para a as autoras, a escola deve alicerçar o conceito de autonomia,

  • A elaborando e gerindo seus planos, programas e projetos, de forma independente, com a possibilidade de adequar sua estrutura organizacional à realidade e ao momento vivido.
  • B construindo suas próprias normas e orientações escolares independentemente dos órgãos centrais, cuidando para não se transformar em uma instância burocrática.
  • C atribuindo responsabilidades àqueles que estão diretamente envolvidos com escola, por fazer cumprir seus fins e a defesa do interesse público.
  • D tendo os canais de representação de sua comunidade formalmente instituídos para que possam traçar seu próprio caminho.
  • E enfatizando a responsabilidade de todos, sem deixar de lado os outros níveis da esfera administrativa educacional.
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O salto importante que se deu no conhecimento produzido sobre as questões do ensino e da aprendizagem já permite que o professor olhe para aquilo que o aluno produziu, enxergue aí o que ele já sabe e identifique que tipo de informação é necessária para que seu conhecimento avance. Para Weisz (2009), isso foi possível por considerar

  • A o processo de aprendizagem como estímulo e resposta às questões pedagógicas.
  • B o ensino e a aprendizagem como dois processo que se confundem.
  • C que o aluno poderá receber qualquer ensinamento transmitido pelo professor.
  • D o processo de aprendizagem como resultado da ação do aprendiz.
  • E que o processo de aprendizagem deve se adequar ao de ensino.
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Mantoan (2006) afirma que a escola se apropriou do formalismo da racionalidade e dividiu-se em modalidades de ensino, tipos de serviço, grades curriculares, burocracia. Assim, uma ruptura de base em sua estrutura organizacional, como propõe a inclusão, é uma saída para que a escola possa fluir novamente. Para a autora, a inclusão implica em

  • A atender os alunos com deficiência e os que apresentam dificuldades para serem atendidos em espaços especiais.
  • B promover a inserção parcial; a escola não muda como um todo, mas os alunos têm que mudar para que se adaptem às suas exigências.
  • C alterar esse atual paradigma educacional, para que se encaixe no mapa da educação escolar que se está retraçando.
  • D proporcionar a individualização dos programas escolares como forma de inserção; a escola faz uma adaptação no currículo e os objetivos educacionais são reduzidos.
  • E oferecer ao aluno com deficiência a oportunidade de transitar no sistema escolar, da classe regular ao ensino especial, em todos os seus tipos de atendimento.
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A reflexão sobre o currículo está instalada como tema central nos projetos político-pedagógicos das escolas e nas propostas dos sistemas de ensino, assim como nas pesquisas, na teoria pedagógica e na formação inicial e permanente dos docentes. Segundo Moreira (2007), as indagações sobre o currículo presentes nas escolas e na teoria pedagógica mostram um primeiro significado:

  • A a consciência de que os currículos não são conteúdos prontos a serem passados aos alunos.
  • B a presença da diversidade linguística e social nos currículos relacionada às etnias presentes na sociedade.
  • C a preocupação dos pesquisadores com as relações entre o currículo e as responsabilidades da escola.
  • D a inexistência de relação entre currículo e cultura, uma vez que esta diz respeito ao que ocorre fora da escola.
  • E o currículo como um conjunto de disciplinas que é oferecido em um determinado nível de ensino.
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Para Edwards, Gandini e Forman (2016), na aprendizagem negociada, os professores buscam descobrir as crenças, as suposições ou as teorias das crianças sobre a forma como o mundo físico ou social funciona. Para os autores, a avaliação na aprendizagem negociada, envolve o estudo contínuo das crianças, de tal modo a permitir que os professores

  • A comparem as crianças, determinem sua série ou inclusão em determinados programas.
  • B planejem um currículo responsivo que apoie o desenvolvimento individual e em grupo.
  • C rotulem seus alunos, classificando e atribuindo notas nas suas produções.
  • D quantifiquem as realizações das crianças ou o seu desenvolvimento com uma pontuação.
  • E classifiquem os alunos para designar os que sabem e os que não sabem determinado conteúdo.
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Segundo Dahlberg, Moss e Pence (2019), aumentar a autorreflexividade é algo que tem um papel importante a desenvolver na prática pedagógica, pois possibilita expandir nosso horizonte social e construir outro relacionamento para a vida. Os autores apresentam a documentação pedagógica como um instrumento vital para a criação de uma prática pedagógica reflexiva e democrática ressaltando que ela tem um papel fundamental, pois

  • A consiste na observação da criança como um processo de classificá-la e categorizá-la em relação a um esquema geral de níveis e estágios desenvolvimentais.
  • B compreende uma tecnologia de normalização relacionada às construções da criança como natureza e como reprodutora de conhecimento.
  • C assume uma verdade objetiva, externa, a qual pode ser registrada e representada com precisão.
  • D permite ao indivíduo assumir a responsabilidade pela construção dos seus significados e chegar às suas próprias decisões sobre o que está acontecendo.
  • E reivindica que aquilo que é documentado seja uma representação direta do que as crianças dizem e fazem, um relato verdadeiro do que aconteceu.

Noções de Informática

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Tem-se o conteúdo de uma pasta chamada Presidente_Prudente em um computador com Microsoft Windows 10, em sua configuração padrão.

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


Assinale a alternativa que indica qual conteúdo que, ao ser inserido na Caixa de Pesquisa do Explorador de Arquivos, produz como resultado apenas o arquivo Declaração.rtf.

  • A ação*
  • B ?ação
  • C &ação
  • D ??????ação
  • E ação
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Tem-se a seguinte planilha criada no Microsoft Excel 2016, em sua configuração padrão.


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


A célula C1 contém a fórmula =A1=B1 e a célula D1 contém a função =EXATO(A1;B1).


Alterando o conteúdo das células A1 e B1 para a imagem apresentada a seguir, o resultado das células C1 e D1 também se alteram.


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


Dessa forma, assinale a alternativa que apresenta o conteúdo que deve ser inserido nas células A1 e B1, respectivamente, para que o resultado das células C1 e D1, seja, respectivamente, VERDADEIRO e FALSO. 

  • A 10/01/2022; 10 de Janeiro de 2022
  • B 10%; 0,1
  • C 1/2; 0,5
  • D Maria; Maria
  • E João, JOÃO
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Tem-se o seguinte slide criado no Microsoft PowerPoint 2016, em sua configuração original.


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


Assinale a alternativa com o resultado correto quando o usuário seleciona as 4 AutoFormas e seleciona a opção Alinhar Parte Superior, no grupo Organizar, guia Formatar, conforme imagem a seguir. 


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

  • A Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • B Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • C Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • D Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • E Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
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Navegando na Internet com o Google Chrome versão 96, em sua configuração original, um usuário abriu 12 guias e está com a primeira guia em exibição. Para ir diretamente para a última guia à direita, este usuário deve pressionar CTRL+

  • A 9.
  • B End.
  • C Pg Down.
  • D F4.
  • E Home.
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Por meio do MS-Word 2016, em sua configuração padrão, um psicólogo preparou um laudo de avaliação psicológica, primeiro digitando o texto e, em seguida, aplicando as seguintes 3 formatações, na sequência especificada.
I. Aplicou alinhamento justificado em todo o texto.
II. Marcou alguns trechos de texto em negrito.
III. Criou uma lista numerada.
Os tipos de formatação a que se referem os itens I, II e III são, respectivamente, encontrados nos grupos ________, ________ e _________ da guia Página Inicial.
Assinale a alternativa que preenche, correta e respectivamente, as lacunas do enunciado.

  • A Parágrafo … Fonte … Parágrafo
  • B Fonte … Parágrafo … Fonte
  • C Parágrafo … Parágrafo … Fonte
  • D Fonte … Fonte … Parágrafo
  • E Fonte … Fonte … Fonte
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A planilha a seguir foi elaborada por meio do MS-Excel 2016, em sua configuração padrão.
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
O valor exibido na célula A8, após esta ser preenchida com a fórmula =MAIOR(B2:B7;2) será:

  • A 40
  • B 25
  • C 30
  • D 38
  • E 20
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Um psicólogo, por meio do MS-Outlook 2016, em sua configuração padrão, deseja enviar um laudo anexado a uma mensagem de correio eletrônico para 2 destinatários. Ambos os destinatários devem ter ciência de que o anexo foi enviado para os dois. Se o primeiro destinatário for adicionado no campo Para, o segundo destinatário pode estar no campo

  • A Cco.
  • B Cc.
  • C De.
  • D Assunto.
  • E Anexo.
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Em um computador com Microsoft Windows 10, em sua configuração original, um assistente social abriu o arquivo texto CONTROLE.TXT usando o bloco de notas. Depois de fazer alterações, o usuário foi até o menu Arquivo, selecionou a opção Salvar Como, digitou o nome CONTROLE_NOVO.TXT e confirmou. Considerando que a operação foi realizada com sucesso, assinale a alternativa correta.

  • A O arquivo CONTROLE.TXT não existe mais, tendo sido substituído pelo arquivo CONTROLE_NOVO. TXT.
  • B Os arquivos CONTROLE.TXT e CONTROLE_ NOVO.TXT têm o mesmo conteúdo.
  • C O arquivo CONTROLE.TXT contém o conteúdo antes das alterações, e o arquivo CONTROLE_NOVO.TXT contém o novo conteúdo, resultante das alterações.
  • D O arquivo CONTROLE_NOVO.TXT foi gravado no lugar do arquivo CONTROLE.TXT, que, por sua vez, foi enviado para a Lixeira.
  • E O arquivo CONTROLE.TXT foi marcado como Somente Leitura, não podendo mais ser alterado, pois a nova versão CONTROLE_NOVO.TXT foi gravada em seu lugar.
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Tem-se o seguinte documento criado no Microsoft Word 2016, em sua configuração padrão, com as marcas de parágrafo ativadas: 

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


Assinale a alternativa que indica corretamente quantos espaços em branco foram digitados entre o final do número 2021 e a palavra Página.

  • A Nenhum.
  • B 8.
  • C 9.
  • D 50.
  • E 110.
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Tem-se a seguinte planilha criada no Microsoft Excel 2016, em sua configuração original:


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas


Para evitar criar fórmulas, o usuário selecionou rapidamente algumas células na planilha, para ver o resultado da média e soma na barra de status do Excel. Assinale a alternativa com a tecla que foi utilizada em conjunto com o clique no botão principal do mouse para conseguir selecionar células não adjacentes.

  • A TAB
  • B SHIFT
  • C Tecla com o Logo do Windows
  • D CTRL
  • E F11

Português

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Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa que expressa, nos colchetes, construção de acordo com a norma-padrão de colocação pronominal, a partir de enunciados adaptados do texto.

  • A Funciona como uma transferência de culpa que revela meus pecadilhos e que absolve meus pecadilhos [absolve-os]
  • B …alegram-se com a dor alheia, fazem piada, acompanham a piada [acompanham-na]
  • C os seres do mal acompanham a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro [seria-lhes permitida]
  • D o que eu temo, o que representa meu desejo e que atrai meu desejo.[ atrai-o]
  • E O Arlequim é engraçado porque representa a liberdade e porque tem a liberdade [tem-na]
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Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

De acordo com o texto, a figura do Arlequim

  • A expressa uma versão do mal incapaz de despertar culpa, pois seduz pelas próprias contradições.
  • B simboliza o ser humano em sua versão mais atraente, visto que cultiva irrestrita popularidade.
  • C representa alegoricamente sentimentos íntimos censurados por princípios e convenções.
  • D estimula as pessoas a se autocentrarem e cultivarem a alegria sem amarras ou rancores.
  • E resgata nas pessoas o ressentimento que elas tendem a expor publicamente.
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Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

Do ponto de vista do autor,

  • A não há como se desvencilhar do fanfarrão maldoso que habita secretamente cada um de nós.
  • B se quisermos encontrar nosso lugar no mundo, temos de aprender a agir em família como um Arlequim.
  • C ser um Arlequim só depende de tomar conta da cena, fazendo graça e alegrando encontros dominicais.
  • D interessar-se por situações desagradáveis e ridículas é efeito da educação que recebemos em casa e na escola.
  • E há expectativa de que, tendo consciência de si, o indivíduo pode dissipar a jocosidade destrutiva alheia.
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Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

O enunciado do texto que se expressa unicamente com palavras em sentido próprio é:

  • A A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia.
  • B Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.
  • C O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro.
  • D Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa.
  • E O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado.
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Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

Para responder à questão, considere a seguinte passagem.

Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.

As afirmações entre parênteses consistem em intervenções do autor pontuando 

  • A expressões de neutralidade em relação ao assunto.
  • B contestação das adjetivações precedentes.
  • C retificações de pontos de vista pouco consistentes.
  • D acréscimos que expressam comparações.
  • E indicações de argumentos mais convincentes.
26

Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

Para responder à questão, considere a seguinte passagem.

Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.

O trecho em destaque na passagem pode ser substituído, sem prejuízo do sentido, por

  • A … entretanto um pouco cansativa na vida real. Assim em todas as festas…
  • B … pois um pouco cansativa na vida real. De maneira que em todas as festas…
  • C … contanto que um pouco cansativa na vida real. Igualmente em todas as festas…
  • D … desde que um tanto cansativa na vida real. Efetivamente em todas as festas…
  • E … embora um pouco cansativa na vida real. Tal qual em todas as festas…
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Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa em que o trecho destacado na passagem – … o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. – está reescrito e expressando o sentido do original.

  • A Inexiste a alegria desse, sem a figura triste deste.
  • B Sem a figura triste deste, inexiste a alegria daquele.
  • C Sem a figura triste dele, inexiste a alegria desse.
  • D Sem a figura triste de um, inexiste a alegria dele.
  • E Inexiste a alegria desse, sem a figura triste daquele.
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Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

Assinale a afirmação correta acerca das expressões astuto e fanfarrão, em destaque no primeiro parágrafo do texto.

  • A Astuto tem como antônimo espertalhão; fanfarrão tem como sinônimo palhaço.
  • B Astuto tem como sinônimo velhaco; fanfarrão tem como sinônimo destemido.
  • C Astuto tem como sinônimo matreiro; fanfarrão tem como antônimo comedido.
  • D Astuto tem como antônimo tolo; fanfarrão tem como antônimo bravateiro.
  • E Astuto tem como sinônimo sabichão; fanfarrão tem como antônimo bufão.
29

Leia o texto, para responder à questão. 



      Malandro, preguiçoso, astuto e dado a ser fanfarrão: eis a figura do Arlequim. Sedutor, ele tenta roubar a namorada do Pierrot, a Colombina.


      Ele seduz porque é esperto (mais do que inteligente), ressentido (como quase todos nós), cheio de alegria (como desejamos) e repleto de uma vivacidade que aprendemos a admirar na ficção, ainda que um pouco cansativa na vida real. Como em todas as festas, admiramos o palhaço e, nem por isso, desejamos tê-lo sempre em casa.


      Toda escola tem arlequim entre alunos e professores. Todo escritório tem o grande “clown”. Há, ao menos, um tio arlequinal por família. Pense: virá a sua cabeça aquele homem ou mulher sempre divertido, apto a explorar as contradições do sistema a seu favor e, por fim, repleto de piadas maliciosas e ligeiramente canalhas. São sempre ricos em gestos de mímica, grandes contadores de causos e, a rigor, personagens permanentes. Importante: o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. Sem a figura triste do último, inexiste a alegria do primeiro. Em toda cena doméstica, ocorrem diálogos de personagens polarizadas, isso faz parte da dinâmica da peça mais clássica que você vive toda semana: “almoço em família”. 


      O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. Aqui vem uma maldade extra: ele nos perdoa dos nossos males por ser, publicamente, pior do que todos nós. Na prática, ele nos autoriza a pensar mal, ironizar, fofocar e a vestir todas as carapuças passivo-agressivas porque o faz sem culpa. O Arlequim é um lugar quentinho para aninhar os ódios e dores que eu carrego, envergonhado. Funciona como uma transferência de culpa que absolve meus pecadilhos por ser um réu confesso da arte de humilhar.


      Você aprendeu na infância que é feio rir dos outros quando caem e que devemos evitar falar dos defeitos alheios. A boa educação dialogou de forma complexa com nossa sedução pela dor alheia. O que explicaria o trânsito lento para contemplar um acidente, o consumo de notícias de escândalos de famosos e os risos com “videocassetadas”? Nossos pequenos monstrinhos interiores, reprimidos duramente pelos bons costumes da aparência social, podem receber ligeira alforria em casos de desgraça alheia e da presença de um “arlequim”. Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação que não seria permitida a eles pelo hospedeiro e, tranquilos, voltam a dormir na alma de cada um até a próxima chamada externa.


      Olhar a perversidade do Arlequim é um desafio. A mirada frontal e direta tem um pouco do poder paralisante de uma Medusa. Ali está quem eu abomino e, ali, estou eu, meu inimigo e meu clone, o que eu temo e aquilo que atrai meu desejo. Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios como única chance de mantê-los sob controle. Quando não consigo, há uma chance de eu apoiar todo Arlequim externo para diminuir o peso dos meus.


      O autoconhecimento esvazia o humor agressivo dos outros. Esta é minha esperança.


(Leandro Karnal, A sedução do Arlequim. O Estado de S.Paulo, 26.12.2021. Adaptado)

Assinale a alternativa que reescreve, nos colchetes, o trecho destacado, observando a norma-padrão de regência e emprego do sinal indicativo de crase.

  • A O Arlequim é engraçado porque tem a liberdade que o mal confere a quem não sofre com as algemas do decoro. [concede àquele que]
  • B Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia, acompanham a piada e a humilhação… [perseguem à piada e à humilhação]
  • C Ser alguém “do bem” é conseguir lidar com nossos próprios demônios… [vir à lidar]
  • D … o divertido encenador de pantomimas necessita do palco compartilhado com algum Pierrot. [busca à luz do palco]
  • E Os seres do mal saem, riem, alegram-se com a dor alheia… [festejam à dor alheia]
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Assinale a alternativa que apresenta enunciado redigido de acordo com a norma-padrão de concordância.

  • A Em escolas podem haver bastante arlequins entre seus alunos e professores.
  • B É fato que existe sempre na festa da família tios meio arlequinais.
  • C Constatam-se frequentemente que nas empresas há os pseudos “clowns”.
  • D Em quaisquer cenas domésticas, se revelam os arlequins que há nas diferentes famílias.
  • E Quando rimos com as “videocassetadas”, por certo se tratam de nossos monstrinhos interiores que estão soltos.