Resolver o Simulado CONSULPAM

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Direito Administrativo

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A Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016) dispõe sobre as normas de licitações e contratos aplicáveis às Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista. Sobre o assunto, analise as afirmativas abaixo:

I. Poderão ser adotados os modos de disputa aberto ou fechado, ou, quando o objeto da licitação puder ser parcelado, a combinação de ambos.
II. Quando for adotado o modo de disputa aberto, poderão ser admitidos a apresentação de lances intermediários e o reinício da disputa aberta, após a definição do melhor lance, para definição das demais colocações, quando existir diferença de pelo menos 10% (dez por cento) entre o melhor lance e o subsequente.
III. Consideram-se intermediários os lances iguais ou inferiores ao maior já ofertado, quando adotado o julgamento pelo critério da maior oferta ou iguais ou superiores ao menor já ofertado, quando adotados os demais critérios de julgamento.

Estão corretas as afirmativas:
  • A I, II e III
  • B I e II apenas
  • C II e III apenas
  • D I e III apenas
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A Nova Lei de Licitações e Contratos (NLLC - Lei nº 14.133/2021) alterou diversas normas sobre o assunto e trouxe definições para os fins da lei. Sobre o tema, assinale a alternativa que apresente a definição de contrato de eficiência nos termos da NLLC.
  • A Contrato vinculativo e obrigacional, com característica de compromisso para futura contratação, no qual são registrados o objeto, os preços, os fornecedores, os órgãos participantes e as condições a serem praticadas, conforme as disposições contidas no edital da licitação, no aviso ou instrumento de contratação direta e nas propostas apresentadas
  • B Contrato cujo objeto é a prestação de serviços, que pode incluir a realização de obras e o fornecimento de bens, com o objetivo de proporcionar economia ao contratante, na forma de redução de despesas correntes, remunerado o contratado com base em percentual da economia gerada
  • C Contrato que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas pelo contratado
  • D Contrato de bens, insumos, serviços e obras necessários para atividade de pesquisa científica e tecnológica, desenvolvimento de tecnologia ou inovação tecnológica, discriminados em projeto de pesquisa
3
A Lei nº 8.429/1992 dispõe sobre as sanções aplicáveis em virtude da prática de atos de improbidade administrativa e sofreu profundas alterações pela Lei nº 14.230/2021. Sobre o tema, analise as afirmativas abaixo e dê valores de Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) Na hipótese de prática de ato de improbidade administrativa que atente contra os princípios da Administração Pública, o agente estará sujeito ao pagamento de multa civil de até 24 (vinte e quatro) vezes o valor da remuneração percebida pelo agente, dentre outras sanções previstas em lei.
( ) A multa pode ser aumentada até o dobro, se o juiz considerar que, em virtude da situação econômica do réu, o valor calculado é ineficaz para reprovação e prevenção do ato de improbidade.
( ) Para efeitos de contagem do prazo da sanção de suspensão dos direitos políticos, não será computado o intervalo de tempo entre a decisão colegiada e o trânsito em julgado da sentença condenatória

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
  • A V - V - V
  • B V - F - V
  • C F - F - V
  • D V - V - F
4
Acerca dos atributos do ato administrativo, ou seja, as características do ato administrativo que permitem afirmar que ele se submete ao regime jurídico administrativo, assinale a alternativa incorreta
  • A A presunção de legitimidade diz respeito à conformidade do ato com a lei. Assim, em decorrência desse atributo, presumem-se, até prova em contrário, que os atos administrativos foram emitidos com observância da lei
  • B Imperatividade é o atributo pelo qual os atos administrativos se impõem a terceiros, independentemente de sua concordância
  • C A autoexecutoriedade é o atributo pelo qual o ato administrativo pode ser posto em execução pela própria Administração Pública, sem necessidade de intervenção do Poder Judiciário
  • D A legitimidade é o atributo que prevê que o ato administrativo deve corresponder a figuras definidas previamente em lei
5
A Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº 8.429/1992) sofreu recentes alterações pela Lei nº 14.230/2021. Sobre o assunto, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F). 
(  ) Considera-se dolo a vontade livre e consciente de alcançar o resultado ilícito tipificado na lei, não bastando a voluntariedade do agente.
(  ) Aplicam-se ao sistema da improbidade disciplinado na Lei de Improbidade Administrativa os princípios constitucionais do direito administrativo sancionador.
(  ) O ato de improbidade de lesão ao erário poderá ocorrer por dolo ou culpa do agente público. Já o ato de improbidade que cause enriquecimento ilícito só pode ocorrer se houver dolo. 

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.
  • A V - V - V
  • B V - F - V
  • C F - F - V
  • D V - V - F
6

Considere a Administração Indireta. A pessoa jurídica de direito público, criada por lei, com capacidade de autoadministração, para o desempenho de serviço público descentralizado, mediante controle administrativo exercido nos limites da lei, é:

  • A Sociedade de Economia Mista.
  • B Empresa Pública.
  • C Órgão Público.
  • D Autarquia.
  • E Organização Não-Governamental – ONG.
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Em razão de uma intensa chuva, diversas casas de determinado município foram inundadas, o que obrigou os moradores a deixarem suas residências. Por essa razão, o prefeito do município cogitou abrigá-los no ginásio de uma escola particular que funciona na cidade.
Nessa situação hipotética,

  • A como a situação envolve aspectos meramente particulares, o prefeito não poderia transformar o ginásio em abrigo, sob pena de violação ao direito de propriedade.
  • B o município poderia realizar a ocupação temporária do ginásio particular, independentemente de procedimento administrativo prévio, mas seria devida indenização ao particular caso se constatasse dano decorrente da utilização do referido espaço.
  • C o município poderia realizar a requisição administrativa do ginásio particular, independentemente de procedimento administrativo prévio, até a extinção da situação de perigo, garantindo-se ao particular indenização pelo tempo de uso do bem.
  • D o município poderia realizar a ocupação temporária do ginásio particular, independentemente de procedimento administrativo prévio, mas seria garantida ao particular indenização pelo tempo de uso do bem.
  • E o município poderia realizar a requisição administrativa do ginásio particular, independentemente de procedimento administrativo prévio, até a extinção da situação de perigo, mas seria devida indenização ao particular caso se constatasse dano decorrente da utilização do citado espaço.
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A Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências.
(L8666consol (planalto.gov.br))
Em conformidade com o "Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:", marque a definição INCORRETA.

  • A Compra - toda aquisição remunerada de bens para fornecimento de uma só vez ou parceladamente.
  • B Alienação - toda transferência de domínio de bens a terceiros.
  • C Seguro-Garantia - o seguro que garante o fiel cumprimento das obrigações assumidas por empresas em licitações e contratos.
  • D Serviço - toda atividade destinada a executar os trabalhos das obras públicas com prazos estabelecidos.
  • E Obra - toda construção, reforma, fabricação, recuperação ou ampliação, realizada por execução direta ou indireta.
9
O Direito Administrativo se fundamenta em dois princípios: a supremacia do interesse público sobre o privado e a indisponibilidade, pela administração pública, dos interesses públicos. Sobre este tema, analise as afirmativas. 
I. O interesse público, apesar de sua vinculação coletiva, acaba por ser apreendido na órbita de atuação do Estado como ator privilegiado de sua concretização, ou como síntese normatizada de interesses da sociedade, sejam eles de qualquer natureza. 
II. Se os interesses públicos se confundem com os interesses da coletividade e a administração pública é mandatária desses interesses, esta mesma administração não pode dispor dos interesses da coletividade, pois desempenha apenas uma função delegada por todos os que a compõem. 

Assinale a alternativa correta. 
  • A As afirmativas I e II estão corretas
  • B As afirmativas I e II estão incorretas
  • C Apenas a afirmativa I está correta
  • D Apenas a afirmativa II está correta
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Analise as afirmativas abaixo sobre Administração Indireta.
I. A administração indireta é o conjunto de pessoas jurídicas de Direito Público ou Privado criadas por lei ou mediante autorização legal, pelo Estado, para a consecução dos fins estatais.
II. Por Administração Indireta entende-se que a realização de atividade, serviços públicos ou exploração de atividade econômica ocorre por intermédio de entidades criadas pelo Estado, para desempenhar, atividades que, prioritariamente, são estatais.

Assinale a alternativa correta.
  • A Apenas a afirmativa I está correta
  • B Apenas a afirmativa II está correta
  • C As afirmativas I e II estão incorretas
  • D As afirmativas I e II estão corretas

Direito Constitucional

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Em caso de violação dos princípios constitucionais sensíveis previstos no artigo 34, inciso VII, da Constituição Federal por Estado Membro, a propositura de representação interventiva federal cabe Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas  Já o ato de decretação de qualquer tipo de intervenção federal compete exclusivamente Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
Preenchem correta e respectivamente as lacunas I e II:


  • A Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • B Imagem relacionada à questão do Questões EstratégicasImagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • C Imagem relacionada à questão do Questões EstratégicasImagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • D Imagem relacionada à questão do Questões EstratégicasImagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
  • E Imagem relacionada à questão do Questões EstratégicasImagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
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Nas opções a seguir, estão listados direitos previstos no artigo 5º da Constituição da República, à exceção de uma. Assinale-a.

  • A manifestação do pensamento
  • B asilo político
  • C inviolabilidade da honra
  • D livre expressão de atividade científica
13

Segundo a Constituição da República, para um Município com duzentos mil habitantes, o número máximo de Vereadores para composição da Câmara Municipal é de

  • A 17.
  • B 19.
  • C 21.
  • D 23.
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A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
I. os cargos, empregos e funções públicas são acessíveis aos brasileiros que preencham os requisitos estabelecidos em lei, assim como aos estrangeiros, na forma da lei;
II. a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração;
III. os cargos em comissão e as funções de confiança serão exercidos, preferencialmente, por servidores ocupantes de cargo de carreira técnica ou profissional, nos casos e condições previstos em lei.
Analise os itens acima e assinale

  • A se apenas os itens I e II estiverem corretos.
  • B se apenas os itens I e III estiverem corretos.
  • C se apenas os itens II e III estiverem corretos.
  • D se todos os itens estiverem corretos.
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A respeito do que reza a Constituição da República, em relação aos servidores públicos, assinale a afirmativa incorreta.

  • A A União, os Estados e o Distrito Federal manterão escolas de governo para a formação e o aperfeiçoamento dos servidores públicos, constituindo-se a participação nos cursos um dos requisitos para a promoção na carreira, facultada, para isso, a celebração de convênios ou contratos entre os entes federados.
  • B Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário publicarão anualmente os valores do subsídio e da remuneração dos cargos e empregos públicos.
  • C Lei da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios disciplinará a aplicação de recursos orçamentários provenientes da economia com despesas correntes em cada órgão, autarquia e fundação, para aplicação no desenvolvimento de programas de qualidade e produtividade, treinamento e desenvolvimento, modernização, reaparelhamento e racionalização do serviço público, inclusive sob a forma de adicional ou prêmio de produtividade.
  • D A lei assegurará, aos servidores da administração direta, isonomia de vencimentos para cargos de atribuições iguais ou assemelhados do mesmo Poder ou entre servidores dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, ressalvadas as vantagens de caráter individual e as relativas à natureza ou ao local de trabalho.
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A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida, mediante controle externo,

  • A pelo Congresso Nacional em conjunto com o Tribunal de Contas.
  • B pelo Tribunal de Contas da União, exclusivamente.
  • C pela Câmara dos Deputados, exclusivamente.
  • D pelo Senado Federal, exclusivamente.
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A respeito do Tribunal de Contas da União e sua composição, assinale a afirmativa incorreta.

  • A Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão nomeados dentre brasileiros que satisfaçam o requisito de possuir mais de dez anos de exercício de função ou de efetiva atividade profissional que exija notórios conhecimentos jurídicos, contábeis, econômicos e financeiros ou de administração pública.
  • B Os Ministros do Tribunal de Contas da União terão as mesmas garantias, prerrogativas, impedimentos, vencimentos e vantagens dos Ministros do Superior Tribunal de Justiça e somente poderão aposentar-se com as vantagens do cargo quando o tiverem exercido efetivamente por mais de cinco anos.
  • C O auditor, quando em substituição a Ministro, terá as mesmas garantias e impedimentos do titular e, quando no exercício das demais atribuições da judicatura, as de juiz de Tribunal Regional Federal.
  • D Os Ministros do Tribunal de Contas da União serão escolhidos: um terço pelo Presidente da República, com aprovação do Senado Federal, sendo dois alternadamente dentre auditores e membros do Ministério Público junto ao Tribunal, indicados em lista tríplice pelo Tribunal, segundo os critérios de antiguidade e merecimento; e dois terços pelo Congresso Nacional.
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Com base no Art. 149 da Constituição da República, assinale a afirmativa correta.

  • A Compete preferencialmente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua atuação nas respectivas áreas.
  • B Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, de sistemas de previdência e assistência social.
  • C A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão, por meio de lei, contribuições para custeio de regime próprio de previdência social, cobradas dos servidores ativos, dos aposentados e dos pensionistas, que poderão ter alíquotas progressivas de acordo com o valor da base de contribuição ou dos proventos de aposentadoria e de pensões.
  • D Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios instituirão contribuição, cobrada de seus servidores, para o custeio, em benefício destes, do regime previdenciário previsto, cuja alíquota não será inferior à da contribuição dos servidores titulares de cargos efetivos da União.
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Segundo a Constituição da República, é vedado ao Município cobrar

  • A tributos no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou.
  • B contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas.
  • C taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição.
  • D imposto sobre propriedade urbana.
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Com base na Constituição da República, a alíquota máxima para o imposto de transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, será fixada

  • A pelo Congresso Nacional.
  • B pelo Tribunal de Contas da União.
  • C pela Assembleia Legislativa estadual.
  • D pelo Senado Federal.

Noções de Informática

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Referente ao aumento de memória principal em um computador, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).

( ) A velocidade de acesso aos dados no HD aumenta exponencialmente.
( ) O computador aumenta o clock da CPU aumentando o processamento.
( ) O sistema poderá acessar maior quantidade de dados na RAM.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo. 
  • A V - F - F
  • B V - V - F
  • C F - V - V
  • D F - F - V
22

Com base na planilha do Excel abaixo do Pacote Microsoft Office, assinale a alternativa que apresenta o resultado da fórmula: =(SOMA(B1:C2)-A2)/A1.


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

  • A 5 (cinco)
  • B 7 (sete)
  • C 9 (nove)
  • D 13 (treze)
23

Quanto à Internet e as ferramenta de busca do Google, analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).


( ) É possível pesquisar imagens pela ferramenta de busca do Google.

( ) A ferramenta de busca do Google não permite descobrir preços menores.

( ) No opção "FERRAMENTAS" do Google, podese filtrar só documentos em PDF.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

  • A V - F - F
  • B V - V - F
  • C F - V - V
  • D F - F - V
24

Quanto ao Editor de Texto Word do Pacote Microsoft Office, analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa correta.


I. O Word permite gravar em diversos formatos como, por exemplo, em PDF e HTML.

II. É possível incluir tabelas, gráficos, imagens ao longo de um texto do Word.

III. Pode haver uma verificação ortográfica e gramatical de forma automática.

  • A Apenas as afirmativas I e II são tecnicamente verdadeiras
  • B Apenas as afirmativas II e III são tecnicamente verdadeiras
  • C Apenas as afirmativas I e III são tecnicamente verdadeiras
  • D As afirmativas I, II e III são tecnicamente verdadeiras
25

Quanto aos conceitos básicos sobre os navegadores (browsers), analise as afirmativas abaixo e dê valores Verdadeiro (V) ou Falso (F).


( ) Com um browser permite-se o acesso à World Wide Web.

( ) É possível por meio de um browser ouvir um podcast.

( ) O mais novo browser do Google denomina-se Edge.


Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta de cima para baixo.

  • A V - F - F
  • B V - V - F
  • C F - V - V
  • D F - F - V
26
Conforme VELLOSO (2017), a plataforma Microsoft Windows é um Sistema Operacional de Rede que é considerado como sendo do tipo ______.
Assinale a alternativa que preencha corretamente a lacuna.
  • A Multiusuário e Monotarefa
  • B Monousuário e Multitarefa
  • C Multiusuário e Multitarefa
  • D Monousuário e Monotarefa
27

Em uma planilha do Excel temos B2=30 e C2=27 aplicando a função “=SE(C2>B2,10,15)”, o valor retornado será:

  • A 5.
  • B 10.
  • C 11.
  • D 15.
  • E 18.
28

Usando o Microsoft Office 2010 ou superior, em Português, e em condições normais de funcionamento e configuração, um Assistente criou um texto em um arquivo Word, com letras artísticas que podem ser escolhidas em um painel quando, no grupo Texto do menu Inserir, for selecionada a opção:

  • A Texto artístico a partir de.
  • B Inserir WordArt.
  • C Caixa de texto especial.
  • D Objeto de desenho.
  • E Inserir Letras especiais.
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Trabalhando em condições normais de funcionamento e configuração de rede de comunicação, um Assistente percebeu que não podia acessar do computador de sua casa, pela internet, algumas páginas exclusivas do órgão público em que trabalha, por serem propositalmente bloqueadas para uso externo (acesso que ele normalmente realiza quando utiliza os computadores do órgão público). Por questões de política organizacional, essa exclusividade se deve ao fato de a organização limitar o acesso a estas páginas

  • A aos diretores da organização.
  • B ao público não funcionário da organização.
  • C a quem tem computador do tipo servidor de arquivos.
  • D à intranet corporativa.
  • E aos modems com wi-fi corporativo.
30

Um Assistente recebeu um e-mail de um amigo confiável com um arquivo executável anexo.

O Assistente

  • A deve submetê-lo a um antimalware confiável antes de executá-lo, a fim de manter a segurança em seu computador.
  • B pode executá-lo sem restrições, pois conhece a boa reputação do remetente do e-mail.
  • C pode repassar o e-mail a outros amigos, no ato do recebimento, porque o e-mail é proveniente de fonte segura e de boa reputação.
  • D pode executar esses arquivos sempre que tiverem seus nomes precedidos pelo caractere @, pois tais arquivos são garantidos por Certificação Digital.
  • E pode executar esses arquivos sempre que tiverem seus nomes precedidos pelo caractere $, pois tais arquivos são garantidos pelo Comitê Gestor de Internet.

Matemática

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Uma maneira de modelar fenômenos que tem crescimento muito rápidos é utilizando funções exponenciais. Qual é o valor da função f(x) = 100. 2x quando x assume o valor 15?
  • A 2.240.320.
  • B 2.480.640.
  • C 2.960.560.
  • D 3.080.240.
  • E 3.276.800.
32

Um capital de R$ 15.000,00 foi aplicado no sistema de capitalização simples por 3 meses, com taxa de 12% ao ano. Nessas condições, o valor do montante, ao final do período da aplicação, é de:

  • A R$ 15.300,00
  • B R$ 15.820,00
  • C R$ 15.600,00
  • D R$ 15.750,00
  • E R$ 15.450,00
33

Paulo e Berenice possuem, respectivamente, R$ 47,30 e R$ 62,50. Para que Berenice fique com o triplo da quantia de Paulo, Paulo tem que dar a Berenice

  • A R$ 19,85.
  • B R$ 20,35.
  • C R$ 21,25.
  • D R$ 24,15.
  • E R$ 27,45.
34

Uma mercadoria é vendida com margem de lucro de 25%. Qual seria o custo da mercadoria vendida sabendo-se que o preço de venda é de $ 160,00?

  • A $ 128,00
  • B $ 125,00
  • C $ 132,00
  • D $ 120,00
35

Um relógio que atrasa 2 minutos por dia, todos os dias, foi acertado à meia noite de certo dia deste ano de 2022.


Após exatamente 1 ano, à meia noite, esse relógio marcará 

  • A 11h50min.
  • B 12h10min.
  • C 12h20min.
  • D 12h50min.
  • E 13h10min.
36

Madalena comprou, numa certa semana, 2 kg de carne (patinho) e 1 kg de frango (coxas), e pagou R$ 92,00. Na semana seguinte, os preços ainda eram os mesmos e ela comprou 1 kg da mesma carne e 3 kg do mesmo frango, pagando R$ 76,00.

Se Madalena comprasse 1 kg de carne e 1 kg de frango pagaria

  • A R$ 48,00.
  • B R$ 50,00.
  • C R$ 52.00.
  • D R$ 54,00.
  • E R$ 56,00.
37

O número de bactérias em uma certa cultura aumenta a uma taxa de 10% ao dia.
Assim, o número de bactérias diárias nessa cultura aumenta de acordo com uma progressão

  • A aritmética de razão 10.
  • B aritmética de razão 1,1.
  • C aritmética de razão 110.
  • D geométrica de razão 1,1.
  • E geométrica de razão 10.
38

Um acionista investiu em quatro ações da carteira de energias renováveis e o quadro abaixo mostra o percentual investido em cada ação e o respectivo retorno anual. 
Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

O retorno anual esperado pelo acionista é de

  • A –0,1%.
  • B –0,75%.
  • C –1,0%.
  • D 2,0%.
  • E 9,0%.
39

Considere o comprimento de 1 milha igual a 1610 metros. Um avião está voando com velocidade de 500 milhas por hora.

Essa velocidade em quilômetros por minuto é, aproximadamente, igual a

  • A 10,6.
  • B 12,2.
  • C 13,4.
  • D 14,8.
  • E 16,0.
40

Em determinado órgão público, antes do último concurso, o número de servidores que exerciam um cargo A excedia em 30 o número de servidores que exerciam um cargo B, sendo a razão entre esses números de servidores igual a 6/5. Após o último concurso, com a entrada de 30 novos servidores, sendo uma parte para exercer o cargo A e os demais para exercer o cargo B, aquela razão inicial passou a ser igual a 5/4. Depois do concurso, o número de servidores que passaram a exercer o cargo B foi igual a

  • A 170.
  • B 190.
  • C 180.
  • D 200.
  • E 160.

Português

41

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Assinale a alternativa que apresenta a correta função sintática da oração sublinhada no trecho a seguir: “começamos a suspeitar de que existe algo mais importante” (l. 07).

  • A Complemento Nominal.
  • B Objeto Indireto.
  • C Objeto Direto.
  • D Aposto.
  • E Predicativo do Sujeito.
42

Instrução: A questão refere-se ao texto abaixo. Os destaques ao longo do texto estão citados na questão. 


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Assinale a alternativa na qual a palavra “que” (em destaque) NÃO tenha sido empregada como pronome relativo.

  • A Linha 07.
  • B Linha 09.
  • C Linha 12.
  • D Linha 14.
  • E Linha 18.
43

Marque a opção em que as palavras levam acento pela mesma razão.

  • A preferível – já – máxima – petróleo
  • B célebre – cibernético – ministério – Ucrânia
  • C petróleo – Rússia – inevitável - prejuízo
  • D cibernético – hábito – estratégia – válida
  • E célebre – cibernético – filantrópica – válida
44
   Depois de caminhar por alguns metros, Edgar Wilson percebe ao longe a carcaça de um animal. Segue pela estrada de terra batida, que fica deserta a maior parte do tempo e é usada como atalho pelos motoristas que conhecem bem as imediações. Edgard fora atraído para esse trecho por causa de uma revoada de abutres. Assim como a podridão os atrai, os que se alimentam dela atraem Edgard. Tanto as aves carniceiras quanto ele se valem dos próprios sentidos para encontrar os mortos, e ambas as espécies sobrevivem desses restos não reclamados. 
   Todo nascimento é também um pouco de morte. Edgar já viu algumas criaturas nascerem mortas, outras, morrerem horas depois. Sua consciência sobre o fim de todas as coisas tornou-se aguçada desde que abatia o gado e principalmente agora, ao recolher todas as espécies em qualquer parte. Assim como não teme o pôr do sol, Edgar Wilson entende que não deve temer a morte. Ambos ocorrem involuntariamente num fluxo contínuo. De certa forma, o inevitável lhe agrada. Sentir-se passível de morrer fortalece suas decisões. Não importa o que faça, seja o bem, seja o mal, ele deixará de existir.
   Distrai-se dos voos dos abutres e caminha mais alguns metros em outra direção, para a caveira de uma vaca atirada no meio da estrada. Nota que não foi atropelada. Os ossos estão intactos, nenhum sinal de fratura. O couro foi levemente oxidado, consumido pela exposição climática. Não há sinal de vermes necrófagos ou pequenos insetos a devorá-la. Edgar Wilson inclina ainda mais o corpo ao perceber uma colmeia presa às costelas da vaca. Apanha um galho de árvore caído no chão e cutuca a colmeia, mesmo sabendo que é perigoso. Nada acontece. Cutuca-a com mais força e a colmeia se parte. Não há abelhas. Percebe algo pastoso e brilhante. Leva a mão até a colmeia e arranca um favo de mel. Cheira-o. Toca a ponta da língua. Diferente do que imaginou, não está podre. Come um pouco do mel. Agradam-lhe as pequenas explosões do favo rompendo em sua boca, algumas lascas muito finas que se prendem entre os molares superiores. Lambe o excesso de mel nos dedos e os limpa no macacão.

(MAIA, Ana Paula. Enterre seus mortos. São Paulo: Companhia das Letras, 2018, p. 71-72)
Na oração “Edgard fora atraído para esse trecho”(1º§), a forma verbal destacada está flexionada no pretérito mais-que-perfeito do modo indicativo. No contexto em que se encontra, constata-se que ela expressa uma ação:
  • A futura que se relaciona com um fato do passado.
  • B hipotética que poderia ter ocorrido no passado.
  • C passada e anterior a outra ação também passada.
  • D incompleta porque interrompida num momento passado.
45

Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

Observe a sentença retirada do texto “Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber”. Justifica-se o ‘a’ craseado, pois:
  • A a crase está posterior a uma locução adverbial de tempo o que significa que a expressão não traz o efeito de sentido como sinônimo a “de vez em quando” ou “por vezes”, e também, “ocasionalmente”. Nunca haverá crase quando houver expressão com sentido de tempo.
  • B a crase está anterior a uma locução adverbial de tempo o que significa que a expressão traz o efeito de sentido como sinônimo a “de vez em quando” ou “por vezes”, e também, “ocasionalmente”. Haverá crase sempre que a expressão sugerir sentido de tempo.
  • C a crase está precedida de nome de estado e cidade, por ser um adjunto adverbial de lugar, prevê o uso permanente da crase.
  • D a crase está antecedida de nome de estado e cidade, por ser um adjunto adverbial de lugar, prevê o uso permanente da crase.
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Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

Assinale a alternativa que apresenta a sequência de palavra com tonicidade marcada por acento gráfico como proparoxítona, ou seja, a tônica está na antepenúltima sílaba, conforme as regras de Ortografia da Língua Portuguesa do Brasil.
  • A sério, português, será.
  • B inteligência, português, filósofo.
  • C será, experiência, égua.
  • D sílaba, histórico, filósofo.
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Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

Leia essa passagem do texto: ‘uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas “anexada a ela”, que seus alunos haviam feito’, pode-se substituir a expressão entre aspas duplas por uma das alternativas, assinale-a.
  • A Uma lista de perguntas anexo, que seus alunos haviam feito.
  • B Uma lista de perguntas anexado, que seus alunos haviam feito.
  • C Uma lista de perguntas em anexo, que seus alunos haviam feito.
  • D Uma lista de perguntas em anexa, que seus alunos haviam feito.
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Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

Analise as afirmativas abaixo e assinale a alternativa que justifique o uso correto da pontuação.


I. Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas.

II. Os mundos das crianças são imensos!”.

III. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores.

  • A O uso do sinal de dois-pontos na sentença I está correto, pois ele só pode ser utilizado em sentenças afirmativas.
  • B A exclamação na sentença II foi corretamente empregada, pois só pode ser usada em sentenças negativas.
  • C O ponto final nas sentenças I e III se refere a um respiro necessário antes de continuar a falar ou a escrever.
  • D O travessão, na sentença III, foi corretamente utilizado, pois pode substituir a vírgula, parênteses, colchetes, para assinalar uma expressão intercalada.
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Perguntas de criança…


        Há muita sabedoria pedagógica nos ditos populares. Como naquele que diz: “É fácil levar a égua até o meio do ribeirão. O difícil é convencer ela a beber a água…” De fato: se a égua não estiver com sede ela não beberá água por mais que o seu dono a surre... Mas, se estiver com sede, ela, por vontade própria, tomará a iniciativa de ir até o ribeirão. Aplicado à educação: “É fácil obrigar o aluno a ir à escola. O difícil é convencê-lo a aprender aquilo que ele não quer aprender…”

       Às vezes eu penso que o que as escolas fazem com as crianças é tentar forçá-las a beber a água que elas não querem beber. Brunno Bettelheim, um dos maiores educadores do século passado, dizia que na escola os professores tentaram ensinar-lhe coisas que eles queriam ensinar, mas que ele não queria aprender. Não aprendeu e, ainda por cima, ficou com raiva. Que as crianças querem aprender, disso não tenho a menor dúvida. Vocês devem ser lembrar do que escrevi, corrigindo a afirmação com que Aristóteles começa a sua “Metafísica”: “Todos os homens, enquanto crianças, têm, por natureza, desejo de conhecer…”

       Mas, o que é que as crianças querem aprender? Pois, faz uns dias, recebi de uma professora, Edith Chacon Theodoro, uma carta digna de uma educadora e uma lista de perguntas anexada a ela, que seus alunos haviam feito, espontaneamente. “Por que o mundo gira em torno dele e do sol? Por que a vida é justa com poucos e tão injusta com muitos? Por que o céu é azul? Quem foi que inventou o Português? Como foi que os homens e as mulheres chegaram a descobrir as letras e as sílabas? Como a explosão do Big Bang foi originada? Será que existe inferno? Como pode ter alguém que não goste de planta? Quem nasceu primeiro, o ovo ou a galinha? Um cego sabe o que é uma cor? Se na Arca de Noé havia muitos animais selvagens, por que um não comeu o outro? Para onde vou depois de morrer? Por que eu adoro música e instrumentos musicais se ninguém na minha família toca nada? Por que sou nervoso? Por que há vento? Por que as pessoas boas morrem mais cedo? Por que a chuva cai em gotas e não tudo de uma vez?”

        José Pacheco é um educador português. Ele é o diretor (embora não aceite ser chamado de diretor, por razões que um dia vou explicar…) da Escola da Ponte, localizada na pequena cidade de Vila das Aves, ao norte de Portugal. É uma das escolas mais inteligentes que já visitei. Ela é inteligente porque leva muito mais a sério as perguntas que as crianças fazem do que as respostas que os programas querem fazê-las aprender. Pois ele me contou que, em tempos idos, quando ainda trabalhava numa outra escola, provocou os alunos a que escrevessem numa folha de papel as perguntas que provocavam a sua curiosidade e ficavam rolando dentro das suas cabeças, sem resposta. O resultado foi parecido com o que transcrevi acima. Entusiasmado com a inteligência das crianças – pois é nas perguntas que a inteligência se revela – resolveu fazer experiência parecida com os professores. Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer. O resultado foi surpreendente: os professores só fizeram perguntas relativas aos conteúdos dos seus programas. Os professores de geografia fizeram perguntas sobre acidentes geográficos, os professores de português fizeram perguntas sobre gramática, os professores de história fizeram perguntas sobre fatos históricos, os professores de matemática propuseram problemas de matemática a serem resolvidos, e assim por diante.

        O filósofo Ludwig Wittgenstein afirmou: “os limites da minha linguagem denotam os limites do meu mundo”. Minha versão popular: “as perguntas que fazemos revelam o ribeirão onde quero beber…” Leia de novo e vagarosamente as perguntas feitas pelos alunos. Você verá que elas revelam uma sede imensa de conhecimento! Os mundos das crianças são imensos! Sua sede não se mata bebendo a água de um mesmo ribeirão! Querem águas de rios, de lagos, de lagoas, de fontes, de minas, de chuva, de poças d’água… Já as perguntas dos professores revelam (Perdão pela palavra que vou usar! É só uma metáfora, para fazer ligação com o ditado popular!) éguas que perderam a curiosidade, felizes com as águas do ribeirão conhecido… Ribeirões diferentes as assustam, por medo de se afogarem… Perguntas falsas: os professores sabiam as respostas… Assim, elas nada revelavam do espanto que se tem quando se olha para o mundo com atenção. Eram apenas a repetição da mesma trilha batida que leva ao mesmo ribeirão…

        Eu sempre me preocupei muito com aquilo que as escolas fazem com as crianças. Agora estou me preocupando com aquilo que as escolas fazem com os professores. Os professores que fizeram as perguntas já foram crianças; quando crianças, suas perguntas eram outras, seu mundo era outro…Foi a instituição “escola” que lhes ensinou a maneira certa de beber água: cada um no seu ribeirão… Mas as instituições são criações humanas. Podem ser mudadas. E, se forem mudadas, os professores aprenderão o prazer de beber de águas de outros ribeirões e voltarão a fazer as perguntas que faziam quando eram crianças.

(Adaptado do texto “Perguntas de criança…” de Rubem Alves, Folha (sinapse) – terça-feira, 24 de setembro de 2002, p.29) 

No texto 01, atente à seguinte passagem: “Pediu-lhes que colocassem numa folha de papel as perguntas que gostariam de fazer.” Observe a regência utilizada em ‘Pediu-lhes” e assinale a alternativa em que a regência apresenta-se incorreta.
  • A O professor ensinava-os a tudo de uma vez.
  • B Ainda me impediu de comentar sobre seu método.
  • C Procedi às críticas com sensatez.
  • D Para não o ofender, pois ele estava sensível.
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É proibido chorar 

        Em um dos meus textos em que eu falava sobre as dificuldades de lançar meu livro e, ao mesmo tempo, de suportar as dores diárias da sobrevivência, muita gente se identificou com a minha luta.   
           
         Nenhuma surpresa nisso, pois desde que nascemos as pedras espreitam nosso caminho. 
           
         E a briga pelo leite, o choro, já era o nosso grito de que não aceitaríamos tudo calados.   
         
        Infelizmente, alguns deixaram de gritar, por isso, choram até hoje. Não tenho dó de quem sofre, tenho raiva de quem faz sofrer.   
       
        Sei de vários que estão na luta e merecem o meu e o nosso respeito: são os quixotes da periferia.   

       Não só os da periferia geográfica, mas todos os que vivem no centro do esquecimento da humanidade, quer seja artista (?), ou não. Aliás, ser artista neste país não é um privilégio, e sim um castigo, não sei por que tem tanta gente metida a besta só por conta disso.   
   
         Tristes figuras. Às vezes, os vejo por aí, os guerreiros, correndo atrás de sonhos e também me vejo neles, sou um deles também, nunca deixei de sonhar, coleciono pedras, mas também semeio quimeras. Vejo e me identifico com a luta, outras vezes, observo-os em silêncio e penso no que será que eles estão pensando, ou como deve ser a casa deles, e, na maioria das vezes, quantos inimigos devem ter. E a única coisa da qual tenho certeza e sei é sobre o que eles comem: poeira e lama. Seja procurando um emprego no centro da cidade, um CD demo debaixo do braço, uns poemas numas folhas de sulfite amareladas e sujas ou um simples bico de pedreiro, boa parte desses guerreiros passa a vida lutando e não se importa com as portas pesadas que cada vez se fecham mais para a nossa gente, que nasce sem as chaves certas e programadas.   

           A chave de tudo é não desistir, não há outra saída que não a ousadia, a perseverança e a teimosia. [...]

(VAZ, Sérgio. Literatura, pão e poesia: histórias de um povo lindo e inteligente. São Paulo: Global Editora, 2020, p. 39-40)
Todos os vocábulos abaixo, retirados do texto, recebem o acento gráfico em razão da mesma regra de acentuação, exceto:
  • A diárias.
  • B sobrevivência.
  • C geográfica.
  • D privilégio.