Resolver o Simulado Professor - Educação Física - CONSULPAM - Nível Superior

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Educação Física

1

Sobre a teoria e prática do desporto coletivo e individual, assinale a alternativa CORRETA.

  • A Gancho, cruzado, direito e Jab são golpes que fazem parte do boxe.
  • B O tiro de meta e o tiro de 7 metros são fundamentos que fazem parte do futebol de campo.
  • C No atletismo as corridas de velocidade são as de 200m, 300m e 400m. As de médio-fundo são as de 800m e 1600m.
  • D No nado livre o nadador pode optar pelo estilo que preferir e o mais utilizado é o nado costa.
  • E De peito, com uma das mãos, picado, de ombro e por cima da cabeça são exemplos de passes do voleibol.
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O profissional de Educação Física Messi, explicou aos seus alunos da escolinha de futebol de campo que de acordo com a regra oficial, o jogo terá duração de dois períodos iguais, que só poderão ser reduzidos se houver acordo entre o árbitro e as duas equipes, desde que haja previsão no regulamento da competição. Esses períodos somados, sem considerar acréscimos, terão duração total de:

  • A 80 minutos.
  • B 90 minutos.
  • C 45 minutos.
  • D 70 minutos.
  • E 40 minutos.
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"A principal adaptação que ocorre em resposta ao efeito permanente do treinamento de força e que proporciona o aumento da área de secção transversal dos músculos, observado visualmente pelo aumento do volume muscular, é denominada [Fisiologia do exercício. - Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013]":

  • A Hipertrofia.
  • B Mesometria.
  • C Isometria.
  • D Hiperplasia.
  • E Overtraining.
4

A luz do Código de Ética Profissional do Educador Físico em seu Art. 1º - o exercício da profissão exige do Profissional de Educação Física conduta compatível com os preceitos da Lei nº. 9.696/1998, do Estatuto do CONFEF, deste Código, de outras normas expedidas pelo Sistema CONFEF/CREFs e com os demais princípios da:

  • A Moral coletiva, social e profissional.
  • B Moral coletiva, ética e profissional.
  • C Conduta inclusiva, ética e humana.
  • D Conduta exclusiva, ética e humana.
  • E Moral individual, social e profissional.
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O professor Bernardinho, ministra aulas de Voleibol no ginásio da cidade, ao responder a dúvida de uma aluna, afirmou que de acordo com o regramento oficial da modalidade, a rede é colocada verticalmente sobre a linha central e sua parte superior é ajustada a 2,43 metros do solo para os homens e:

  • A 2,33 metros para as mulheres.
  • B 2,24 metros para as mulheres.
  • C 2,34 metros para as mulheres.
  • D 2,23 metros para as mulheres.
  • E 2,13 metros para as mulheres.
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De acordo com o dicionário olímpico, no atletismo, as corridas com barreiras se subdividem em dois grupos: as de 100m ou 110m, disputadas por atletas femininas e atletas masculinos, respectivamente, e as que são disputadas por ambos com percurso de:

  • A 400 metros.
  • B 800 metros.
  • C 700 metros.
  • D 500 metros.
  • E 600 metros.
7

Para os efeitos do Código de Ética Profissional do Educador Físico, considera-se:
I.Beneficiário, o indivíduo ou instituição que utilize os serviços do Profissional de Educação Física. II.Destinatário, o Profissional de Educação Física. III.Beneficiário, o Profissional de Educação Física. IV.Destinatário, o indivíduo ou instituição que utilize os serviços do Profissional de Educação Física.
É CORRETO o que se afirma em:

  • A I e II, apenas.
  • B II, apenas.
  • C I, II e III.
  • D III, apenas.
  • E III e IV, apenas.
8

O domínio dos fundamentos técnicos de uma modalidade esportiva é fundamental para que o atleta obtenha êxito na prática desse esporte. Assinale a alternativa que contempla um fundamento que NÃO é inerente ao handebol.

  • A Recepção.
  • B Saque.
  • C Passe.
  • D Drible.
  • E Finta.
9

Considere as afirmativas relacionadas aos direitos do Profissional de Educação Física, de acordo com o Código de Ética. Registre V, para verdadeiras, e F, para falsas:
(__)Recusar a adoção de medida ou o exercício de atividade profissional contrários aos ditames de sua consciência ética, ainda que permitidos por Lei. (__)Participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, principalmente na busca de aprimoramento técnico, científico, excetuando o ético. (__)Requerer desagravo particular ao Conselho Regional de Educação Física sempre que se sentir atingido em sua dignidade profissional.
Assinale a alternativa com a sequência CORRETA:

  • A V, F, V.
  • B F, V, F.
  • C V, F, F.
  • D V, V, F.
  • E F, F, V.
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Com base na Fisiologia "a ação muscular que ocorre quando o músculo produz um torque maior do que o da resistência externa, levando, consequentemente, ao seu encurtamento" [Fisiologia do exercício. - Brasília: Fundação Vale, UNESCO, 2013] é chamada de:

  • A Estática.
  • B Não concêntrica.
  • C Concêntrica.
  • D Excêntrica.
  • E Isométrica.
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A Ginástica Geral reúne práticas corporais que têm como elemento organizador a exploração das possibilidades de, EXCETO

  • A Alta performance competitiva.
  • B Interação social.
  • C Compartilhamento do aprendizado.
  • D Cooperação.
  • E Expressão corporal.
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As atividades Rítmicas e Expressivas são compostas por uma rica variedade de conteúdos, quais sejam: jogos, brincadeiras e atividades lúdicas entre outras. A dança é um desses conteúdos e possui três elementos básicos, são eles:

  • A Movimento corporal, espaço e tempo.
  • B Movimento corporal, ritmo e tempo.
  • C Ritmo, expressão e sons.
  • D Sons, ritmo e movimento coreográfico.
  • E Sons, espaço e expressão.
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Segundo o Código de Ética, no desempenho das suas funções é vedado ao Profissional de Educação Física, EXCETO:

  • A Auferir proventos que não decorram exclusivamente da prática correta e honesta de sua atividade profissional.
  • B Assinar documento ou relatório elaborado por terceiros, sem sua orientação, supervisão ou fiscalização.
  • C Exercer a profissão quando impedido, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício por pessoa habilitada ou impedida.
  • D Concorrer, no exercício da profissão, para a realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la.
  • E Contratar, direta ou indiretamente, serviços que possam acarretar danos morais para si próprio ou para seu beneficiário, ou desprestígio para a categoria profissional.
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À luz das correntes epistemológicas do conhecimento científico, várias foram as abordagens constituídas na educação física ao longo da sua história. Nesse contexto, é correto afirmar que a abordagem crítico-emancipatória surgiu com

  • A Jean Le Bouch e outros, em 1986.
  • B Go Tani, em 1988.
  • C Mauro Betti, em 1994.
  • D Elenor Kunz e outros, em 1994.
  • E Jocimar Daolio, em 1995.
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O objeto de estudo da metodologia crítico-emancipatória é o(a)

  • A motricidade humana, entendida como o conjunto de habilidades que permitem ao homem produzir conhecimento e se expressar.
  • B cultura corporal do homem e da mulher brasileiros, entendendo-a como uma dimensão da cultura.
  • C movimento humano (esporte e suas transformações sociais).
  • D mundo do movimento e suas implicações sociais.
  • E aprendizagem motora, por meio da taxionomia desenvolvida por Gallahue e aperfeiçoada pelos autores da proposta.
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Segundo a lógica interna de funcionamento dos esportes, o esporte de marca é caracterizado

  • A pela comparação dos resultados registrados por tempo, distância ou carga.
  • B por arremessar/lançar um objeto em direção a um alvo fixo ou móvel, comparando o número de tentativas e(ou) distâncias.
  • C pela atribuição de notas relacionadas ao desempenho e ao padrão.
  • D por volear, arremessar, lançar ou rebater um objeto em direção a setores da quadra adversária ou da meta.
  • E pelas interações de oposição direta, promovendo ações de desequilíbrio, contusão, imobilização ou exclusão de um determinado espaço.
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A respeito das competências específicas da educação física para o ensino fundamental, julgue os itens seguintes.

I Identificar a multiplicidade de padrões de desempenho, saúde, beleza e estética corporal, analisando, criticamente, os modelos disseminados na mídia, e discutir posturas consumistas e preconceituosas são competências específicas da educação física no ensino fundamental. II Usufruir das práticas corporais de forma autônoma, para potencializar o envolvimento em contextos de lazer, e ampliar as redes de sociabilidade e a promoção da saúde são competências específicas da educação física no ensino fundamental. III Identificar as formas de produção dos preconceitos, compreender seus efeitos e combater posicionamentos discriminatórios em relação às práticas corporais e aos seus participantes são competências específicas da educação física no ensino fundamental. IV Planejar e empregar estratégias para resolver desafios e aumentar as possibilidades de aprendizagem das práticas corporais, além de se envolver no processo de ampliação do acervo cultural nesse campo, são competências específicas da educação física no ensino fundamental.

Assinale a alternativa correta.

  • A Apenas o item IV está certo.
  • B Apenas os itens I e II estão certos.
  • C Apenas os itens I, II e II estão certos.
  • D Apenas os itens II, III e IV estão certos. 
  • E Todos os itens estão certos.
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Os conteúdos do esporte nas aulas de educação física e sua tematização devem existir a partir da compreensão do esporte como fenômeno sociocultural, de maneira que os alunos

  • A sejam considerados como sujeitos da prática pedagógica, e não como objeto.
  • B o façam acontecer apenas por sua ação motora.
  • C não o façam acontecer apenas por sua ação reflexiva.
  • D o façam como uma prática sistematizada de educação física.
  • E sejam apenas objeto de suas práticas.
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No que se refere à prática do esporte no ensino médio, assinale a alternativa incorreta.

  • A Não é possível pensar o esporte sem se incluir as capacidades físicas de rendimento, que são: força; velocidade; resistência; e flexibilidade.
  • B Essa é a melhor fase de aprendizado e deve ser aproveitada com exercícios variados, abrangentes e direcionados para a consolidação de uma técnica esportiva superficial e, se possível, mais refinada.
  • C Nessa fase, um grande aumento da força e a grande capacidade de memorizar movimentos fornecem condições ideais para o aprimoramento esportivo.
  • D Trata-se de uma fase cujo foco é a especificidade das modalidades esportivas.
  • E Busca-se o aperfeiçoamento físico, técnico e tático, e a estrutura formal das competições torna-se um atrativo considerável.
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Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) e a BNCC incluem a dança como uma das unidades temáticas na educação física. Acerca dos objetivos da dança na escola, julgue os próximos itens.

I A dança na escola visa desenvolver a imaginação, a comunicação verbal, o pensamento crítico, a autoconfiança, a cooperação e a criatividade. II A dança na escola visa aprimorar o desenvolvimento motor, a consciência corporal e a percepção musical. III A dança na escola visa integrar-se a outras áreas do currículo escolar, explorando o movimento dançante. IV A dança na escola visa estabelecer conexões dentro de contextos históricos, sociais e culturais.

Assinale a alternativa correta.

  • A Apenas o item IV está certo.
  • B Apenas os itens I e III estão certos.
  • C Apenas os itens I, II e III estão certos.
  • D Apenas os itens II, III e IV estão certos.
  • E Todos os itens estão certos.

Português

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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

Quanto à flexão verbal, assinale a alternativa que apresenta uma passagem do texto, retirada do 8º parágrafo, com verbo no pretérito maisque-perfeito do modo indicativo:

  • A “Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, (...)”.
  • B “(...) ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos.”.
  • C “Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, (...)”.
  • D “A visita não era de todo desagradável, (...)”.
  • E “(...) desde que a doença deixara de ser assunto.”.
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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

Há um uso adequado do acento grave indicativo de crase apenas na opção:

  • A Não me dirigi à ela nem à ninguém durante a reunião.
  • B Os viajantes chegaram bem àquele território inóspito.
  • C Não costumo comprar nada à prazo.
  • D Ela se referiu à uma heroína do século XIX.
  • E Por causa da promoção, os produtos estavam orçados à partir de 1,99.
23
O Cérebro do Futuro

Por Luah Galvão

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

(Disponível em: https://exame.com/colunistas/o-que-te-motiva/o-cerebro-do-futuro-no-olhar-de-daniel-pink/ – texto adaptado especialmente para esta prova).

Considerando a formação do período composto, analise o período e as assertivas a seguir:
“Mas, o tempo passou, o mundo girou, o contexto se alterou e cá estamos para comprovar as tendências”. 
I. O período é composto por cinco orações. II. Há uma oração reduzida no período. III. O período apresenta duas orações coordenadas.
Quais estão corretas?

  • A Apenas I.
  • B Apenas II.
  • C Apenas I e II.
  • D Apenas I e III.
  • E Apenas II e III.
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Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.


[Acerca da “Igualdade”]

  “Liberdade, Igualdade, Fraternidade” foi o grito de guerra da Revolução Francesa. Hoje há disciplinas inteiras − ramos da filosofia, da ciência política e dos estudos jurídicos − que têm a “igualdade” como tema central de estudos. Todos concordam que a igualdade é um valor; ninguém parece concordar quanto ao que se refere o termo. Igualdade de oportunidades? Igualdade de condições? Igualdade formal perante a lei?
   Estaremos falando de uma ideologia, a crença de que todos na sociedade deveriam ser iguais − claro que não em todos os aspectos, mas nos mais importantes? Ou será uma sociedade em que as pessoas são efetivamente iguais? O que isso significaria de fato, na prática, em ambos os casos? Que todos os membros da sociedade têm igual acesso à terra, ou tratam uns aos outros com igual dignidade, ou são igualmente livres para expor suas opiniões em assembleias públicas?
   A igualdade seria o apagamento do indivíduo ou a celebração do indivíduo? Numa sociedade, por exemplo, em que os mais poderosos são tratados como divindades e tomam as decisões mais importantes, é possível falar em igualdade? E as relações de gênero? Muitas sociedades tratadas como “igualitárias” na verdade têm seu igualitarismo restrito aos homens adultos. Em casos assim, podemos falar em igualdade de gêneros?
   Como não existe nenhuma resposta clara e consensual a questões desse tipo, o uso do termo “igualitário” tem levado a discussões infindáveis. Para alguns teóricos do século XVII, a igualdade se manifestava no estado da Natureza. Igualdade, pois, seria um termo definido por omissão: identificaria uma humanidade que pudesse estar livre depois de removidas todas as armadilhas da civilização. Povos “igualitários” seriam, pois, aqueles sem príncipes, sem juízes, sem inspetores, sem sacerdotes, possivelmente sem cidades, sem escrita ou sequer agricultura. Seriam sociedades de iguais apenas no sentido estrito de que estariam ausentes todos os sinais mais evidentes de desigualdade.
   Não há dúvida, pensando-se sempre no ideal de “igualdade”, de que algo deu muito errado no mundo. Uma ínfima parte da população controla o destino de quase todos os outros, e de uma maneira cada vez mais desastrosa.


(Adaptado de: GRAEBER, David, e WENGROW, David. O despertar de tudo − Uma nova história da humanidade. Trad. Denise Bottmann e Claudio Marcondes. São Paulo: Companhia das Letras, 2022, p. 91 a 94, passim)

As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:

  • A Não correspondem aos conceitos defendidos pelos revolucionários franceses nenhuma prática moderna plenamente objetiva.
  • B Restam aos que ainda se proponham a bem definir o que seja igualdade o desafio de comprová-la nas vivência sociais.
  • C Não deve satisfazer a um defensor intransigente da igualdade entre os homens as convicções abstratas dos idealistas.
  • D Por mais dúvidas que se coloquem diante do conceito de igualdade, não se apaga o ânimo dos humanistas esperançosos.
  • E Deverá sobrevir como efeito imediato do fim das práticas autoritárias as práticas possíveis de um real igualitarismo.
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Atenção: Para responder à questão, baseie-se no texto abaixo.

[Cidades devastadas]

     Em vinte anos eliminaram a minha cidade e edificaram uma cidade estranha. Para quem continuou morando lá, a amputação pode ter sido lenta, quase indolor; para mim, foi uma cirurgia de urgência, sem a inconsciência do anestésico.
     Enterraram a minha cidade e muito de mim com ela. Por cima de nós construíram casas modernas, arranha-céus, agências bancárias; pintaram tudo, deceparam árvores, demoliram, mudaram fachadas. Como se tivessem o propósito de desorientar-me, de destruir tudo o que me estendia uma ponte entre o que sou e o que fui. Enterraram-me vivo na cidade morta.
      Mas, feliz ou infelizmente, ainda não conseguiram soterrar de todo a minha cidade. Vou andando pela paisagem nova, desconhecida, pela paisagem que não me quer e eu não entendo, quando de repente, entre dois prédios hostis, esquecida por enquanto dos zangões imobiliários, surge, intacta e doce, a casa de Maria. Dói também a casa de Maria, mas é uma dor que conheço, íntima e amiga.
      Não digo nada a ninguém, disfarço o espanto dessa descoberta para não chamar o empreiteiro das demolições. Ah, se eles, os empreiteiros, soubessem que aqui e ali repontam restos emocionantes da minha cidade em ruínas! Se eles soubessem que aqui e ali vou encontrando passadiços que me permitem cruzar o abismo!

(Adaptado de CAMPOS, Paulo Mendes. Os sabiás da crônica. Antologia. Belo Horizonte: Autêntica, 2021, p. 209-210)

Está correto o emprego de todas as formas verbais na frase:

  • A Quem se propor a recuperar a visão de sua cidade natal, municie-se de muita tolerância.
  • B Para que se revejem vestígios da nossa antiga cidade, urge alimentar a imaginação.
  • C Conter-se-ia nossa decepção caso déssemos, de súbito, com uma casinha poupada?
  • D A menos que retêssemos na memória uma imagem fiel, nada escaparia a tal devastação.
  • E Ele havia salvo da devastação da cidade alguns vestígios que se manteram vivos.
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Assinale a alternativa em que a crase foi corretamente indicada.

  • A Continuamos juntos, valorizando sempre a literatura, a escrita e àqueles que não se intimidam e eternizam seus sentimentos em palavras.
  • B O balançar de nossos corpos reluzentes a luz da fogueira faz com que nossa conexão não possa ser desfeita à sombra da noite.
  • C Chegamos à conclusão de que as novas normas não se referem a benefícios anteriores a data mencionada no documento.
  • D Somente a esta hora, soube que foram à Secretaria de Educação à procura de informações sobre a matrícula.
  • E Quando se dirigia à Itajaí, foi vítima de sério acidente, devido a excessiva velocidade que imprimiu à sua moto.
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Assinale a frase correta quanto à concordância verbal e nominal.

  • A Identificaram-se durante a oitiva das testemunhas fortes indícios de práticas ilegais.
  • B Caso não se instale bons e potentes holofotes, à noite é mais difícil nadar na piscina do clube.
  • C Todas essas falhas contábeis e inconsistências no inventário patrimonial representa uma bomba que explodirá cedo ou tarde.
  • D Pude ver o ingresso de pessoas de origem pobre entrando em lugares que jamais lhe foi destinado, as universidades.
  • E A exclusão dos professores da participação nas discussões revelam bastante sobre o governo federal.
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Conheço infantes que falam o que não devem, porque dizem a verdade. Crianças e bêbados, já foi escrito, possuem estranho compromisso com o verídico.
Anos atrás, uma amiga decidiu carregar um pouco na tradição familiar. Ela me disse que acabava de retornar “da fazenda” do pai. A filha que nos escutava (tinha algo como 10 anos) quase gritou: “Fazenda, mãe? Aquilo não é nem sítio!”. Menina inconveniente, desagradável, pouco educada e, como descobri depois, mais exata na descrição da propriedade rural. Era mais uma casinha cercada de árvores singelas do que um latifúndio.
A pessoa que abre a boca de forma inconveniente, revelando contradições e trazendo à luz inconsistências, pode ser um … boquirroto. Também empregamos o termo para designar quem não guarda segredo. Quando o objeto da indiscrição não somos nós, nada mais divertido do que esse ser. Funciona como a criança do conto A Roupa Nova do Rei (de Hans Andersen): diz o que todos viam e tinham medo de trazer a público. O indiscreto libera demônios coletivos reprimidos pelo medo e pela inconveniência.
Aprendi muito cedo que a liberdade de expressão, quando anunciada, é um risco. Aprendi que o cuidado deve ser redobrado diante do convite à sinceridade. Existem barreiras intransponíveis, pontos cegos, muralhas impenetráveis no mundo humano. Uma delas é a situação em que uma pergunta envolve uma crença fundamental da pessoa.
Minha iluminada amiga e meu onisciente amigo: invejo-os. Se vocês dizem o que querem, na hora que desejam, vocês têm uma ou todas as seguintes características: riqueza extrema, poder político enorme, tamanho físico intimidador, equipe de segurança numerosa, total estabilidade afetiva, autonomia diante do mundo, saúde plena e coragem épica. Sem nenhuma das oito características anteriores, eu, humilde mortal, prometo, lacanianamente*, dizer-lhes a verdade que vocês estão preparados para ouvir. Da mesma forma, direi a minha verdade: limitada, cheia de impurezas e concepções equivocadas, ou seja, a que eu estou preparado para enunciar. O demônio é o pai da mentira, porque ele não é onipotente. A verdade total pertence a Deus. Nós? Adeus e alguma esperança...

(Leandro Karnal, O boquirroto. Diário da Região, 19.06.2022. Adaptado)

* Referência ao psicanalista Jacques Lacan.

A alternativa em que o trecho destacado está reescrito de acordo com a norma-padrão de colocação do pronome átono é:

  • A Falam o que não devem porque dizem a verdade / dizem-na.
  • B Também empregamos o termo / empregamo-lo.
  • C Da mesma forma, direi a minha verdade/ direi-a.
  • D A pessoa que abre a boca de forma inconveniente / abre-a.
  • E Crianças e bêbados, já foi escrito, possuem estranho compromisso / possuem-no.
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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

Tendo em vista uma análise interpretativa do texto, analisando-se as passagens abaixo dele retiradas, assinale aquela em que há presença de sentido figurado:

  • A “Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância.” (1º parágrafo).
  • B “Pouco importa que nos avaliem pela casca.” (1º parágrafo).
  • C “Sua mulher não tinha percebido.” (2º parágrafo).
  • D “Ao aparecerem nele as primeiras dores, (...)” (3º parágrafo).
  • E “Santos parecia comprazer-se em estar doente.” (3º parágrafo).
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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

No percurso temático do texto, a passagem “– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos.” (7º parágrafo), mostra-se: 
  • A Falsa, pois, a partir de determinado momento, d. Laurinha fica sem a presença de Santos e sem o valor monetário com que contava para as despesas.
  • B Verdadeira, pois d. Laurinha se mantém todo o tempo monetariamente com o valor entregue por Santos.
  • C Parcialmente falsa, pois d. Laurinha perde apenas a companhia de Santos uma vez por mês, já que passa a receber o valor monetário por depósito bancário.
  • D Verdadeira, apesar de d. Laurinha não sentir falta do marido em nenhum momento.
  • E Falsa, pois d. Laurinha consegue se manter monetariamente com a pensão que passa a receber depois do falecimento de Santos.

Matemática

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O sistema de um banco cria senhas aleatórias de 8 dígitos, sem repetição, com as 26 letras do alfabeto. Quantas senhas diferentes esse sistema consegue formar?

  • A De 83.648.791.320 maneiras diferentes.
  • B De 62.990.928.000 maneiras diferentes.
  • C De 57.432.618.500 maneiras diferentes.
  • D De 39.840.700.000 maneiras diferentes.
  • E De 47.215.514.000 maneiras diferentes.
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Para a felicidade dos moradores de um bairro da região metropolitana de Goiânia, foi inaugurado o primeiro clube aquático municipal público, que poderá ser usado por toda a população, tanto da capital quanto do seu entorno. No clube, uma das piscinas tem profundidade variável, conforme a ilustração a seguir. A superfície de tal piscina é um retângulo com 6 m de comprimento e 2 m de largura. A maior profundidade mede 2,5 m e a menor, 1 m. 


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas



Com base nessa situação hipotética, é correto afirmar que, para encher completamente a piscina, são necessários 

  • A 30.000 L de água.
  • B 21.000 L de água.
  • C 12.000 L de água.
  • D 11.000 L de água.
  • E 10.500 L de água.
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Joana trabalha em uma loja de roupas e recebeu a tarefa de organizar uma certa quantidade de camisetas, no maior número de pilhas e sem sobra de camisetas. Ao contabilizar as camisetas, ela concluiu que há 840 camisetas brancas, 945 camisetas pretas e 1050 camisetas azuis. Se todas as pilhas são iguais e contém camisetas dos três tipos, quantas camisetas há em cada pilha?

  • A 25.
  • B 26.
  • C 27.
  • D 28.
  • E 29.
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Um médico, ao prescrever um tratamento, recomenda que um enfermeiro administre três medicamentos em um paciente de acordo com a seguinte escala: remédio 1, de 5 em 5 horas, remédio 2, de 8 em 8 horas e remédio 3, de 12 em 12 horas. Se o paciente iniciou o tratamento às 10h, do dia 30 de junho, que dia o paciente irá receber os três remédios, simultaneamente, novamente?

  • A 02 de julho
  • B 03 de julho
  • C 04 de julho
  • D 05 de julho
  • E 06 de julho
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Duas torneiras de vazão igual a 100 litros por minuto enchem uma caixa d’água, em 6 horas. Quanto tempo levará para encher a mesma caixa, se mais três torneiras de mesma vazão forem abertas?

  • A 2h e 24min.
  • B 3h.
  • C 3h e 10min.
  • D 4h.
  • E 4h e 05min.

Direito Constitucional

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Acerca da intervenção nos entes federativos, assinale a opção correta.

  • A O decreto de intervenção especificará a amplitude, o prazo e as condições de execução, com a nomeação de um interventor militar escolhido pelas Forças Armadas.
  • B A intervenção federal nos estados e no Distrito Federal não poderá ser decretada sem a oitiva prévia dos Conselhos da República e de Defesa Nacional.
  • C A decretação de intervenção federal nos estados fica condicionada à requisição do Supremo Tribunal Federal (STF) em caso de desobediência a ordem ou decisão judicial da justiça do trabalho, mesmo quando fundada em direito infraconstitucional.
  • D O rol das hipóteses de intervenção federal e estadual previsto na Constituição Federal de 1988 (CF) é meramente exemplificativo.
  • E A publicação do decreto de intervenção federal enseja o automático afastamento do governador do estado objeto da intervenção.
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A respeito da competência dos entes federativos, assinale a opção correta.

  • A É constitucional lei estadual que proíba a apreensão e remoção de veículos por falta de pagamento de tributos.
  • B É constitucional norma federal que conceda anistia a policiais e bombeiros militares estaduais por infrações disciplinares decorrentes da participação em movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e de condições de trabalho.
  • C É constitucional lei municipal que obrigue a substituição de sacos e sacolas de plástico por sacos e sacolas biodegradáveis.
  • D É inconstitucional norma estadual que, a pretexto de proteger a saúde pública, obrigue as prestadoras de serviços de telefonia celular e de Internet a inserirem, nas faturas de consumo, mensagem incentivadora à doação de sangue.
  • E É constitucional lei estadual que regule a atividade de despachante perante os órgãos da administração pública estadual, estabelecendo requisitos para o exercício dessa profissão.

Noções de Informática

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É o núcleo do sistema operacional. Ele representa a camada mais baixa de interface com o Hardware, sendo responsável por gerenciar os recursos do sistema computacional em sua totalidade.
Fonte: http://uab.ifsul.edu.br/tsiad/conteudo/modulo1/sop/ua/at2/04.html
Marque a alternativa CORRETA que corresponde ao contexto acima.

  • A Unidade de disco.
  • B BIOS.
  • C Kernel.
  • D Partição.
  • E Chipset.
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Um computador precisa de memória para armazenar os dados e as informações, seja de forma temporária (volátil) ou permanente (não volátil). Pode-se representar a hierarquia dos tipos de memória em um esquema de pirâmide, onde quanto mais próxima da base da pirâmide, maior é a capacidade de armazenamento, menor é a velocidade e menor é o preço.


Observe a imagem a seguir e associe a cada nível (de 1 a 4) à memória correspondente.


Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas



A associação correta é


  • A  memória cache, registradores, memória principal e memória secundária.
  • B memória cache, memória principal, memória secundária e registradores. 
  • C memória principal, memória secundária, memória cache e registradores.
  • D registradores, memória cache, memória principal e memória secundária. 
  • E registradores, memória cache, memória secundária e memória principal.
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A planilha a seguir foi desenvolvida no Microsoft Excel 2016. Para realizar o cálculo de maior venda, menor venda e média de vendas, é preciso adicionar as seguintes funções:
I. Na célula B8, =MÁXIMO(A2:B7) II. Na célula B9, =MÍNIMO(B2:B5) III. Na célula B10, =MÉDIA(B2:B5) IV. Na celula B8, =MAIOR(A2:B7) V. Na célula B9, =MENOR(B2:B5) Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Assinale a alternativa que aponta as assertivas corretas.
  • A I, II, III.
  • B V, V, III.
  • C I, V, III.
  • D II, IV, III.
  • E I, II, IV.

Pedagogia

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Os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) para o ensino da matemática destacam a Etnomatemática, com uma proposta alternativa para a ação pedagógica e que busca partir da realidade do educando para se chegar a uma sedimentação do aprendizado de maneira natural, tendo um enfoque cognitivo fortemente fundamentado na cultura do educando. Para melhor compreender a Etnomatemática, bem como desenvolvê-la, se faz necessário observar suas dimensões. Considerando o exposto, assinale a afirmativa INCORRETA.
  • A Dimensão cognitiva: as características principais da espécie humana são dadas pelas ideias de comparar, classificar, quantificar, medir, explicar, generalizar, inferir e, de algum modo, avaliar.
  • B Dimensão educacional: se trata de ignorar e rejeitar comportamentos modernos, retomando os valores de humanidade, sintetizados em uma ética de respeito, solidariedade e cooperação. A proposta da etnomatemática é fazer da matemática algo vivo, lidando com situações reais no tempo e no espaço, questionando o aqui e o agora.
  • C Dimensão conceitual: Etnomatemática é um programa de pesquisa em história e filosofia da matemática, com óbvias implicações pedagógicas. Cada indivíduo percebe uma realidade natural, formada pelas experiências e saberes acumulados por ele e pela sua espécie. O acúmulo de conhecimentos compartilhados pelos indivíduos de um grupo e os seus comportamentos compatibilizados constituem a cultura de um grupo.
  • D Dimensão política: uma maneira eficiente de manter um indivíduo, tribo, grupo ou cultura inferiorizados é enfraquecer suas raízes, excluir a história do conquistado. Nas escolas onde há o encontro da criança, adolescentes e jovens, que têm suas raízes culturais, com a outra cultura, a cultura da escola, que é também a do professor, poderia ter resultados positivos e criativos, mas, geralmente, o que se nota são resultados negativos e perversos.
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A autonomia refere-se à capacidade de posicionar-se, elaborar projetos pessoais e participar enunciativa e cooperativamente de projetos coletivos, ter discernimento, organizar-se em função de metas eleitas, governar-se, participar da gestão de ações coletivas, estabelecer critérios e eleger princípios éticos. Isto é, a autonomia fala de uma relação emancipada, íntegra com as diferentes dimensões da vida, o que envolve aspectos intelectuais, morais, afetivos e sociopolíticos. Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), a autonomia é: 
  • A Motor de todo o planejamento do professor e condição última para a promoção do aluno.
  • B Utopia preconizada nos currículos tradicionais, versão ultrapassada com a publicação dos PCNs.
  • C Tomada ao mesmo tempo como capacidade a ser desenvolvida pelos alunos e como princípio didático geral, orientador das práticas pedagógicas.
  • D Entendida como condição a ser conquistada quando os alunos ingressarem no mundo adulto, já que, durante a escolarização, atingem apenas a heteronomia.
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As correntes pedagógicas não se extinguem, mas passam a conviver e orientar ações até os dias atuais, embora se modifiquem em prol do público e das modificações acarretadas pelo contexto sócio-histórico. Dessa forma, os professores podem se utilizar de uma concepção, ou de outra, de acordo com o que deseja ensinar e isto é observado, inclusive, na organização dos espaços escolares. A organização da sala de aula depende do que a gestão espera da aprendizagem dos alunos. Observe a organização e a disposição dos móveis nas duas salas de aula: Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas
Pode-se depreender que:
  • A Na sala de aula B, não há lugar privilegiado para o professor; antes, seu papel era auxiliar o desenvolvimento livre e espontâneo da criança; se intervém, é para dar forma ao raciocínio dela.
  • B Na sala de aula B, a aprendizagem ocorre de forma receptiva e mecânica, para recorrer frequentemente à coação. A retenção do material ensinado é garantida pela repetição de exercícios sistemáticos e recapitulação da matéria.
  • C Na sala de aula A, a motivação depende da força de estimulação do problema e das disposições internas e interesses do aluno. Assim, aprender se torna uma atividade de descoberta; é uma autoaprendizagem, sendo o ambiente apenas o meio estimulador.
  • D Na sala de aula A, tanto a exposição do conteúdo quanto a análise são feitas pelo aluno e a ideia de “aprender fazendo” está sempre presente. Valorizam-se as tentativas experimentais; a pesquisa; a descoberta; o estudo do meio natural e social; e, o método de solução de problemas.

Raciocínio Lógico

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A Mega-Sena é um jogo de apostas no qual são sorteadas 6 dentre 60 bolas numeradas de 1 a 60. Cecília fez uma aposta, escolhendo os números 1, 2, 3, 4, 5 e 6. Cecília está acompanhando o sorteio e viu que as três primeiras bolas sorteadas foram as de número 1, 2 e 3.


A chance de Cecília acertar os seis números e ganhar na MegaSena é agora de uma em

  • A 29.260.
  • B 38.482.
  • C 61.245.
  • D 83.998.
  • E 102.063.
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Um grupo é formado por 9 analistas administrativos, entre eles, Paulo e Miguel. Um grupo de trabalho será formado com cinco desses analistas, obedecendo-se às seguintes condições:
• Em primeiro lugar, um dos analistas deve ser escolhido para ser o líder do grupo; • Esse líder não pode ser nem Paulo, nem Miguel; • Miguel deve, obrigatoriamente, fazer parte do grupo.
A quantidade máxima de grupos distintos que podem ser formados sob as condições impostas é de:

  • A 210
  • B 225
  • C 230
  • D 245