12,9 km equivalem a
No primeiro dia de agosto, foram registradas 180 reclamações em um órgão de defesa do consumidor. No segundo dia, foram registradas 184 reclamações.
Supondo-se que há reclamações todos os dias e que cada dia tenha 4 reclamações a mais do que o dia anterior, durante todos os 31 dias do mês de agosto, o total de reclamações registradas será igual a
Sabe-se que a razão entre as medidas, em centímetros, do comprimento e da largura de um tampo de mesa retangular é de 7 para 3, e que a diferença entre essas medidas é igual a 120 cm. Nessas condições, é correto afirmar que a medida da largura desse tampo é igual a
Os lados de um triângulo são proporcionais a 5, 6 e 9. Se a diferença entre as medidas do maior lado e do menor lado é 29cm, a soma dos lados desse triângulo é
Jorge tem 325 bolinhas de gude e vai dividi-las entre seus dois filhos em quantias inversamente proporcionais a 5 e 8.
A diferença entre as quantidades de bolinhas recebidas pelos filhos de Jorge é
O sistema de um banco cria senhas aleatórias de 8 dígitos, sem repetição, com as 26 letras do alfabeto. Quantas senhas diferentes esse sistema consegue formar?
Em uma eleição para a direção do Centro Acadêmico, os 5 candidatos obtiveram números distintos de votos. De um total de 36 votos, o candidato vencedor teve 12 votos e o candidato que recebeu menos votos teve 4. O número de votos do candidato que ficou em segundo lugar foi
Para a felicidade dos moradores de um bairro da região metropolitana de Goiânia, foi inaugurado o primeiro clube aquático municipal público, que poderá ser usado por toda a população, tanto da capital quanto do seu entorno. No clube, uma das piscinas tem profundidade variável, conforme a ilustração a seguir. A superfície de tal piscina é um retângulo com 6 m de comprimento e 2 m de largura. A maior profundidade mede 2,5 m e a menor, 1 m.
Com base nessa situação hipotética, é correto afirmar que, para encher completamente a piscina, são necessários
Joana trabalha em uma loja de roupas e recebeu a tarefa de organizar uma certa quantidade de camisetas, no maior número de pilhas e sem sobra de camisetas. Ao contabilizar as camisetas, ela concluiu que há 840 camisetas brancas, 945 camisetas pretas e 1050 camisetas azuis. Se todas as pilhas são iguais e contém camisetas dos três tipos, quantas camisetas há em cada pilha?
Um médico, ao prescrever um tratamento, recomenda que um enfermeiro administre três medicamentos em um paciente de acordo com a seguinte escala: remédio 1, de 5 em 5 horas, remédio 2, de 8 em 8 horas e remédio 3, de 12 em 12 horas. Se o paciente iniciou o tratamento às 10h, do dia 30 de junho, que dia o paciente irá receber os três remédios, simultaneamente, novamente?
Duas torneiras de vazão igual a 100 litros por minuto enchem uma caixa d’água, em 6 horas. Quanto tempo levará para encher a mesma caixa, se mais três torneiras de mesma vazão forem abertas?
Para construir um prédio, em 360 dias, 180 operários trabalham, 7 horas diárias. No entanto, como se deseja terminar a obra em 350 dias, de 8 horas diárias de trabalho, determine quantos operários a mais devem ser contratados.
Um professor de inglês calculou e anotou na tabela abaixo, a média aritmética das notas de suas quatro turmas.
Sabendo que a média aritmética das notas de Inglês dos 100 alunos das turmas A, B, C e D é 7,3, qual é a média aritmética das notas da turma C?
Por quanto tempo, um capital de R$ 1.780,00 deverá ser aplicado no regime de juros simples, a uma taxa de 1,5% ao mês, a fim de render R$ 186,90 de juro:
O Projeto Político-Pedagógico é o plano estabelecido por uma instituição, o qual define o tipo de ação e transformação que esta visa exercer na realidade social por meio da ação educativa.
Esse plano pode ser corretamente caracterizado como:
O relatório para a Unesco, da Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI, descreve a situação do mundo contemporâneo como repleta de novos desafios para a coesão das sociedades. Um desses fatores é a eventual tensão entre a crescente diversidade de modos de existência, individuais ou coletivos, e a necessidade democrática de estabelecer regras homogêneas.
Nesse cenário, segundo o documento, é papel da formação:
De acordo com Libâneo, a prática educacional é direcionada por objetivos específicos que devem ser alcançados por seu intermédio. Esses objetivos devem abranger as qualidades humanas necessárias para se desenvolver adequadamente em sociedade.
Conforme menciona o autor, são três as dimensões principais que dão referência para a formulação desses objetivos na educação pública.
Trata-se das dimensões:
Em Pedagogia da autonomia, Paulo Freire oferece uma série de reflexões críticas acerca das dimensões fundamentais da prática docente. Como sugere o título, o autor entende o ensino-aprendizagem como processo que se orienta pela e para a autonomia dos seus participantes.
Segundo essa perspectiva, cabe ao professor:
“A crença de que a escolarização possa ser definida como a soma dos cursos oficiais oferecidos é ingênua. Seus representantes acreditam que, se mudarem o currículo das escolas do país, os problemas destas estarão remediados. Essa estratégia não obtém os resultados esperados porque falha em compreender o currículo para além das suas metas cognitivas e afetivas explícitas.”
Adaptado de GIROUX, H. A. Os professores como intelectuais. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
Segundo a perspectiva do autor, aquilo que essa crença deixa de levar em conta é o currículo:
“O homem é a única criatura que precisa ser educada. Um animal é por seu próprio instinto tudo aquilo que pode ser, mas o homem tem necessidade de sua própria razão e autonomia. O homem não pode se tornar um verdadeiro homem senão pela educação. Ele é aquilo que a educação dele faz.”
Adaptado de KANT, I. Sobre a Pedagogia. Piracicaba: Editora Unimep, 1999.
Segundo o texto citado, é correto afirmar que:
Catarina é uma criança que está aprendendo a jogar um jogo novo do mesmo gênero de outro com o qual ela já está familiarizada. Graças aos conhecimentos prévios adquiridos com o jogo similar, ela consegue compreender rapidamente as regras do novo jogo e logo começa a jogar de forma eficaz.
A situação acima descrita ilustra bem o conceito de aprendizagem:
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), nº 9.394/1996, estabelece os princípios segundo os quais deverá ser ministrado o ensino escolar no Brasil.
Entre os conteúdos desses princípios, encontra-se a:
No mundo contemporâneo, é necessário que o aprendizado vá além dos conteúdos específicos. Cada indivíduo deve ser capacitado com recursos de conhecimento que o permitam compreender, de forma autônoma, situações novas e complexas, além de continuar aprendendo ao longo de toda a vida.
Isso descreve um dos quatro pilares da educação para o século XXI que inspiram os Parâmetros Curriculares Nacionais, qual seja:
Um grupo de educadores se une com o objetivo de fundar uma instituição de ensino. Diante dessa tarefa, concluem que a perspectiva de Planejamento Participativo é a que melhor se adéqua à sua visão.
Pode-se concluir que o grupo deseja conduzir sua organização de modo que ela:
Com o advento da revolução digital, todos os aspectos das sociedades humanas foram transformados. As escolas e os educadores ainda buscam acompanhar as mudanças ocasionadas pelas tecnologias da informação e comunicação (TICs) em suas atividades.
Considerando o modo como as políticas curriculares nacionais tratam a relação entre as TICs e o processo de ensino-aprendizagem, é correto afirmar que elas:
Com o objetivo de aprimorar suas práticas de Treinamento, Desenvolvimento e Educação (TD&E), uma organização decide adotar o modelo de Trilhas de Aprendizagem.
Disso pode-se inferir que a organização prioriza:
Marcelo está matriculado em um curso na modalidade de Educação a Distância (EaD), em uma instituição que possui uma plataforma própria para o compartilhamento do seu material audiovisual. Entretanto, essa plataforma tem apresentado problemas frequentes de acesso, o que prejudica sua interação e seu processo de aprendizagem.
No que se refere aos macrofatores da EaD segundo a Teoria da Distância Transacional, trata-se de um problema de:
Para alguns educadores, os conceitos de Aprendizagem de adultos e de Aprendizagem ao longo da vida podem se opor a uma educação emancipatória e transformadora se subordinarem o ensino-aprendizagem aos imperativos da produtividade e da empregabilidade, os quais substituem solidariedade por meritocracia. Longe de rejeitar a educação de adultos, essa reflexão contribui para que ela seja pensada de maneira mais adequada a um projeto de transformação social.
Segundo a perspectiva emancipatória e transformadora, a educação de adultos deve ser vista como:
A equipe de uma escola vem construindo coletivamente, etapa a etapa, seu Projeto Político-Pedagógico. Em um determinado momento, estão em debate as aspirações da instituição em relação à organização do currículo, interação com a comunidade e modelo a ser seguido na estruturação de seu corpo técnico.
Considerando os componentes do Projeto Político-Pedagógico, é correto afirmar que a equipe está discutindo o(a):
“Qual a relação entre experiência social e conhecimento? O currículo é tratado como se fosse possível a separação entre experiência e conhecimento. A produção do conhecimento é pensada como um processo de distanciamento da experiência, do real vivido. Desse modo, o real pensado seria construído por mentes privilegiadas através de métodos sofisticados, distantes do viver cotidiano, comum. Logo, o conhecer passa a ser visto como um processo distante do homem e da mulher comuns, do povo comum; distante até do docente que ensina o povo comum.”
Adaptado de ARROYO, Miguel G. Currículo, território em disputa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2013.
No trecho apresentado, o autor sustenta que:
“Se é importante aprender aquilo que se ensina na escola, a função da avaliação será possibilitar ao educador condições de compreensão do estágio em que o aluno se encontra, tendo em vista trabalhar com ele para que saia do estágio defasado em que se encontra e possa avançar em termos de conhecimento. Desse modo, a avaliação não seria tão somente um instrumento para aprovação ou reprovação dos alunos, mas sim um instrumento tendo em vista a definição de encaminhamentos adequados para sua aprendizagem.”
Adaptado de LUCKESI, Cipriano. Avaliação da aprendizagem escolar. São Paulo: Cortez, 2008.
No trecho acima, o autor descreve uma avaliação:
“O surgimento da ciência trouxe consigo uma nova mentalidade. Determinou que a nova ordem de coisas passasse, de estável e permanente, a dinâmica. Tudo está mudando e se transformando. O homem passou a ver tudo em função da mobilidade e da experimentação. Portanto, temos que construir nossa escola, não como preparação para um futuro conhecido, mas para um futuro rigorosamente imprevisível.”
O trecho apresentado acima expressa a posição do pensamento educacional de uma vertente:
A gamificação é a aplicação de características e elementos da mecânica dos games (jogos digitais) em outros contextos. Recentemente, com a disseminação da cultura gamer, esse recurso tem sido aplicado também aos processos educativos.
Um exemplo adequado do uso da gamificação é o(a):
A Lei nº 11.645/2008 representa um avanço da sociedade brasileira no sentido da quebra de preconceitos e estereótipos relativos às populações afro-brasileiras e indígenas a partir de modificações curriculares obrigatórias.
A ação adequada ao que determina esta lei é a:
O outro marido
Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.
Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.
Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.
– Quando você ficar bom…
– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.
Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.
– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.
(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.
– Pelo rádio — explicou Santos. (...)
Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.
Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?
– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.
O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.
E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.
– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.
ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)
Quanto à flexão verbal, assinale a alternativa que apresenta uma passagem do texto, retirada do 8º parágrafo, com verbo no pretérito maisque-perfeito do modo indicativo:
O outro marido
Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.
Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.
Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.
– Quando você ficar bom…
– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.
Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.
– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.
(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.
– Pelo rádio — explicou Santos. (...)
Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.
Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?
– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.
O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.
E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.
– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.
ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)
Há um uso adequado do acento grave indicativo de crase apenas na opção:
O outro marido
Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.
Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.
Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.
– Quando você ficar bom…
– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.
Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.
– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.
(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.
– Pelo rádio — explicou Santos. (...)
Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.
Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?
– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.
O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.
E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.
– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.
ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)
O vocábulo corretamente grafado está presente na alternativa:
Assinalar a frase em que a palavra homônima sublinhada está empregada de forma INCORRETA:
Rachel de Queiroz. Choveu (com adaptações)
Entende-se do penúltimo parágrafo do texto CGIAl-I que o segundo período expressa, em relação ao primeiro, uma ideia de
Rachel de Queiroz. Choveu (com adaptações)
Sem alteração da coerência das ideias do texto CGIAl-I, a expressão de tempo e de modo verbal da oração "haja milho" (terceiro período do último parágrafo) seria preservada caso a forma verbal "haja" fosse substituída por
A palavra ‘surto’ pode ser empregada não somente como substantivo, referente à doença local que se dissemina rapidamente, mas também como verbo no presente do indicativo na primeira pessoa do singular do verbo ‘surtar’.
A esse fenômeno linguístico dá-se o nome de:
Das seguintes orações: “Segundo a OMS, há várias investigações em andamento”, “Existem equipes nos distritos afetados” e “O vírus é altamente infeccioso”, o sujeito se classifica, respectivamente, como:
Assinale a alternativa em que a expressão entre colchetes substitui o trecho destacado de acordo com a norma- -padrão de emprego do pronome.
Assinale a alternativa que indica a correta função sintática do termo sublinhado no trecho a seguir: “passado, presente e futuro se misturam sempre em um constante direcionar de nossas vidas”.
Considerando a formação do período composto, analise o período e as assertivas a seguir:
“Mas, o tempo passou, o mundo girou, o contexto se alterou e cá estamos para comprovar as tendências”.
I. O período é composto por cinco orações. II. Há uma oração reduzida no período. III. O período apresenta duas orações coordenadas.
Quais estão corretas?
As normas de concordância verbal estão plenamente observadas na frase:
Está correto o emprego de todas as formas verbais na frase: