Resolver o Simulado Agente Administrativo - Assistente Administrativo - IBAM

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Português

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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

Quanto à flexão verbal, assinale a alternativa que apresenta uma passagem do texto, retirada do 8º parágrafo, com verbo no pretérito maisque-perfeito do modo indicativo:

  • A “Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, (...)”.
  • B “(...) ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos.”.
  • C “Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, (...)”.
  • D “A visita não era de todo desagradável, (...)”.
  • E “(...) desde que a doença deixara de ser assunto.”.
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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

Há um uso adequado do acento grave indicativo de crase apenas na opção:

  • A Não me dirigi à ela nem à ninguém durante a reunião.
  • B Os viajantes chegaram bem àquele território inóspito.
  • C Não costumo comprar nada à prazo.
  • D Ela se referiu à uma heroína do século XIX.
  • E Por causa da promoção, os produtos estavam orçados à partir de 1,99.
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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

O vocábulo corretamente grafado está presente na alternativa:

  • A Pretencioso.
  • B Inadmiscível.
  • C Sisudez.
  • D Enxarcado.
  • E Xávena.
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Aos poetas clássicos

Patativa do Assaré


Poetas niversitário,

Poetas de Cadenia,

De rico vocabulário

Cheio de mitologia,

Se a gente canta o que pensa,

Eu quero pedir licença.

Pois mesmo sem português

Neste livrinho apresento

O prazê e o sofrimento

De um poeta camponês

Disponível em <https//www.jornaldepoesia.jor.br/antonio3html> Acesso em 03 mai 2023



Na sequência "Poetas niversitário/Poetas de Cademia", o uso da vírgula separa dois elementos linguisticos de mesma natureza sintática, qual seja,

  • A aposto.
  • B vocativo.
  • C agente de passiva.
  • D adjunto adverbial.
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Considerando-se as palavras “foco”, “apreender”, “atrair”, “assimilar” e “suscitar”, quantas são classificadas como trissílabas (três sílabas)?

  • A Somente uma palavra. 
  • B Somente duas palavras.
  • C Somente três palavras.
  • D Todas as palavras
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Considerando-se a combinação entre tempos e modos, a frase que atende à norma-padrão é:

  • A Como chovesse muito pela manhã, resolvi sair à tarde.
  • B Se nós nos acostumássemos, seremos felizes.
  • C Ela ligaria para mim quando chegar.
  • D Embora eu precisava ser visto, sou ignorado.
  • E Se você dormir cedo, ficaria satisfeito.
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Você sabe como a relação entre um cão e um humano é construída?

        Pesquisadoras da USP acreditam que a capacidade do animal entender expressões humanas é um dos pontoschave para esse relacionamento. O artigo da professora Briseida Dôgo de Resende e da pesquisadora Natalia Albuquerque, ambas do Instituto de Psicologia (IP) da USP, discute as habilidades de percepção de emoções de cães, como essa percepção é utilizada por eles e traz sugestões para investigações futuras, como a da personalidade, dos níveis de apego com o cachorro e de fatores demográficos.
        O artigo Dogs functionally respond to and use emotional information from human expressions, publicado na revista Evolutionary Human Sciences, é uma revisão sistemática, ou seja, quando os autores apresentam discussões e ________ com base na literatura científica existente sobre o tema. Natalia conta que foram usadas 61 referências, escolhidas de acordo com a relevância na área.
        A professora Briseida explica que o desenvolvimento da capacidade dos cachorros de entender as expressões humanas pode ser pensado em dois momentos: durante a evolução da espécie e durante a história individual de cada cão. “A seleção natural pode ter atuado no sentido de favorecer a sobrevivência de cães mais _______ para aprender sobre as expressões das emoções dos humanos”, explica. No entanto, ela ressalta que ainda não é possível dizer exatamente como essa evolução ocorreu. Mas, ao se aproximar dos tutores, o cachorro passa a reconhecer as emoções e vai se _________ a elas.
        Os cães não apenas reconhecem as emoções humanas, mas também entendem as consequências disso e respondem de acordo com cada expressão. “Essas habilidades foram críticas para a aproximação das duas espécies, para o estabelecimento de laços e para a manutenção dos relacionamentos. Hoje em dia, dividimos nossas vidas com animais que são sintonizados a nós e que podem nos compreender”, diz Natalia Albuquerque.
(Fonte: Jornal da USP - adaptado.) 

Assinalar a frase em que a palavra homônima sublinhada está empregada de forma INCORRETA:

  • A O prefeito dirigiu os cumprimentos aos familiares das vítimas.
  • B Conforme esperado, delatou o empregador.
  • C Com cuidado, guardou todos os alimentos na dispensa da cozinha.
  • D O juiz absolveu o réu.
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Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

Imagem relacionada à questão do Questões Estratégicas

A palavra destacada atende às exigências de concordância de acordo com a norma-padrão da língua portuguesa em:

  • A A administração de empresas de tecnologia e o marketing profissional estão envolvidos na promoção de novos negócios na área econômica.
  • B A assistência social às pessoas carentes e os cuidados com o aparecimento de novas doenças são necessárias para manter a saúde da população.
  • C A iniciativa de implementar mudanças nas empresas e o sucesso ao alcançar êxito são comemoradas pelos funcionários.
  • D O financiamento de projetos e a assistência aos necessitados, desejadas pelos empreendedores sociais, precisam da atenção redobrada dos responsáveis.
  • E A vacinação de toda a população e a intensificação dos estudos sobre a pandemia devem ser implementados pelas autoridades. 
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  • Texto CGIAI-I


  • Nem mais como tema literário serve ainda esse assunto de seca. Já cansou quem escreve, cansou quem lê e cansou principalmente quem o sofre. Parece mesmo que cansou o próprio Deus Nosso Senhor, pois que afinal, repetindo um gesto sucedido há exatamente um século (o último diz a tradição que foi em 1851), contra todos os cálculos, contra todas as experiências, ultrapassando os otimismos mais alucinados, fez começar um inverno no Nordeste durante a primeira quinzena de abril.


    Eu estava lá Assisti mais uma vez à mágica transformação do deserto em jardim do paraíso. E vendo o céu escurecer bonito, depois de tantos meses de desesperança, os compadres diziam que eu lhes levara o inverno nas malas. O fato é que, durante a viagem de ida, enquanto o "Constellation" da Panair voava por cima do colchão compacto de nuvens carregadas de água, me dava uma vontade desesperada de rebocá-las todas, lá para onde tanta falta faziam, levá-las como rebanho de golfinhos prisioneiros e despejá-las em cheio sobre os serrotes do Quixadá.


    Pois choveu, Encheram-se os açudes, as várzeas deram nado, os rios subiram de barreira a barreira.


    Mas ninguém espere muito de um inverno assim tardio. Já se agradece de joelhos o pasto aparentemente garantido, o gado salvo. Mas não se espera que haja milho. Talvez feijão, desse precoce que dá em dois meses. E o algodão aguenta, provavelmente. Nada mais.


Rachel de Queiroz. Choveu (com adaptações)

Assinale a opção que apresenta uma proposta de reescrita que preserva a correção gramatical e o sentido do seguinte trecho primeiro parágrafo do texto CGIAl-I: "(o último diz a tradição que foi em 1851)".

  • A (a tradição diz que, foi em 1851, o último gesto)
  • B (segundo a tradição, o último gesto foi em 1851)
  • C (o último gesto diz que a tradição foi em 1851)
  • D (em 1851, foi quando a tradição disse o último gesto)
  • E (o último século, a tradição diz, foi em 1851)
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  • Texto CGIAI-I


  • Nem mais como tema literário serve ainda esse assunto de seca. Já cansou quem escreve, cansou quem lê e cansou principalmente quem o sofre. Parece mesmo que cansou o próprio Deus Nosso Senhor, pois que afinal, repetindo um gesto sucedido há exatamente um século (o último diz a tradição que foi em 1851), contra todos os cálculos, contra todas as experiências, ultrapassando os otimismos mais alucinados, fez começar um inverno no Nordeste durante a primeira quinzena de abril.


    Eu estava lá Assisti mais uma vez à mágica transformação do deserto em jardim do paraíso. E vendo o céu escurecer bonito, depois de tantos meses de desesperança, os compadres diziam que eu lhes levara o inverno nas malas. O fato é que, durante a viagem de ida, enquanto o "Constellation" da Panair voava por cima do colchão compacto de nuvens carregadas de água, me dava uma vontade desesperada de rebocá-las todas, lá para onde tanta falta faziam, levá-las como rebanho de golfinhos prisioneiros e despejá-las em cheio sobre os serrotes do Quixadá.


    Pois choveu, Encheram-se os açudes, as várzeas deram nado, os rios subiram de barreira a barreira.


    Mas ninguém espere muito de um inverno assim tardio. Já se agradece de joelhos o pasto aparentemente garantido, o gado salvo. Mas não se espera que haja milho. Talvez feijão, desse precoce que dá em dois meses. E o algodão aguenta, provavelmente. Nada mais.


Rachel de Queiroz. Choveu (com adaptações)

Entende-se do penúltimo parágrafo do texto CGIAl-I que o segundo período expressa, em relação ao primeiro, uma ideia de

  • A consequência.
  • B finalidade.
  • C causa.
  • D conclusão.
  • E explicação.

Redes de Computadores

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Caso uma empresa deseje obter um equipamento para dividir uma rede em sub-redes, visando à redução do tráfego, que possa compatibilizar diferentes padrões, mantendo esse tráfego separado em ambos os lados, deve-se adquirir equipamento do tipo:

  • A ponte
  • B switch 
  • C firewall
  • D roteador
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Sobre VPN’s analise a afirmações a seguir:
I - VPNs criptografam todos os dados que você envia pela internet.
II - VPN também protege sua privacidade.
III - VPNs bloqueiam sites maliciosos, anúncios e trackers.

Estão corretas as afirmações:

  • A I e II, apenas
  • B II e III, apenas.
  • C I e III, apenas.
  • D I, II e III.
  • E II, apenas.
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Tendo como base conhecimentos acerca da arquitetura de redes de computadores. Quantas camadas possui o modelo OSI?

  • A 10.
  • B 15.
  • C 8.
  • D 5.
  • E 7.
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“Os dispositivos com reconhecimento de estado não apenas examinam cada pacote, mas também controlam se o pacote faz parte de um TCP estabelecido ou de outra sessão de rede. Isso oferece mais segurança do que a filtragem de pacotes ou o monitoramento de circuito sozinho, mas tem um impacto maior no desempenho da rede.” 
A qual tipo de firewall a descrição acima está se referindo? 

  • A Firewall de inspeção estado (Stateful inspection firewall).
  • B Firewall de última geração (Next-generation firewall).
  • C Gateway de nível de aplicativo.
  • D Gateway de nível de circuito (Circuit-level gateway).
  • E Firewall de filtragem de pacotes (Packet filtering firewall).
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O modelo OSI (Open Systems Interconnection) é um modelo de referência para a comunicação em redes de computadores proposto pela ISO (International Organization for Standardization) em 1984. Ele é composto por 7 camadas, cada uma com funções específicas que permitem que os dispositivos de diferentes fabricantes possam se comunicar de maneira padronizada. O protocolo Ethernet opera na camada de

  • A rede.
  • B aplicação.
  • C enlace de dados.
  • D transporte.
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Os equipamentos de interligação de redes são fundamentais para o funcionamento de redes de computadores, permitindo a comunicação entre diferentes redes e dispositivos. Dispositivos que operam na camada de rede do modelo OSI e permitem que duas ou mais redes se comuniquem são denominados

  • A Hubs.
  • B Gateways. 
  • C Roteadores.
  • D Switches. 
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A equipe de suporte de TI da PGM de Niterói recebeu a tarefa de estruturar a rede do departamento Novo. A equipe atribuiu ao departamento Novo o bloco de endereços IP 192.0.0.128/26, na notação CIDR (Classes Inter-Domain Routing).
Sendo assim, a quantidade de endereços IP e a máscara de subrede definidas para o departamento Novo foram, respectivamente:

  • A 26 e 255.255.255.26;
  • B 92 e 255.255.255.26;
  • C 128 e 255.255.255.64;
  • D 64 e 255.255.255.192;
  • E 192 e 255.255.255.192.
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Aurélio é um analista de infraestrutura e está remodelando a rede do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte em virtude de alterações administrativas. Com a nova divisão, o Tribunal passaria a ter cinco departamentos (Administrativo, Tecnologia, Pessoal, Tesouraria e Chefia) que, por determinação da Chefia, deverão ter uma sub-rede segregada para cada Departamento. Sabe-se que cada sub-rede deverá ter menos que trinta hospedeiros e o endereço de rede é 10.16.0.0/24.
A máscara de sub-rede utilizada por Aurélio para atender à demanda do tribunal é:

  • A 11111111.11111111.11111111.11100000
  • B 11111111.11111111.11111111.11000000
  • C 11111111.11111111.11111111.10000000
  • D 11111111.11111111.11111111.00000000
  • E 11111111.11111111.11111110.00000000
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Lara, engenheira de telecomunicações, foi contratada para implementar a telefonia por IP no Tribunal de Justiça do Rio Grande do Norte (TJRN). A telefonia já existe em outros Tribunais e a intenção é integrar essa rede de comunicação com a do TJRN. Lara identificou que o protocolo padrão utilizado é o H.323. A partir desse ponto, foi necessária a implementação de vários protocolos que permitam a comunicação. É necessário um protocolo para codificação e decodificação de áudio e vídeo. Outro protocolo necessário à implementação do H.323 deve permitir a negociação dos algoritmos a serem utilizados na conexão. Por último, é preciso um protocolo para estabelecer e encerrar conexões, fornecer sinais de discagem e gerar sons de chamada.
Em virtude da necessidade de utilização desses protocolos, Lara deve usar, respectivamente, os protocolos:

  • A H.225, RAS, RTCP;
  • B H.264, H.245, RTP;
  • C Q.931, H.225, G.711;
  • D RTCP, H.264, RAS;
  • E G.711, H.245, Q.931.
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O funcionamento das redes de computadores com acesso à internet se baseia nos protocolos da arquitetura TCP/IP. De acordo com os critérios para identificação dos endereços IP versão 4 de classe C, são válidos os indicados na seguinte opção:

  • A 189.191.128.23, 191.255.10.0 e 200.249.240.255
  • B 192.43.261.0, 203.149.132.223 e 221.87.257.237
  • C 199.256.251.0, 203.19.255.167 e 255.32.254.259
  • D 192.243.51.0, 203.149.132.223 e 221.87.186.235
  • E 200.101.10.1, 192.168.11.256 e 211.198.255.255