Resolver o Simulado Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (AL-SC) - Professor - Educação Infantil

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Pedagogia

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Assim, se inevitavelmente o desenvolvimento da criança está social e culturalmente mediatizado, é mais importante que se explicite e controle conscientemente tal influência de modo que, no processo educativo formal e informal, possam ser detectados seus efeitos e estabelecer seu valor no processo de construção autônoma do novo indivíduo. Uma vez aceita essa premissa, a teoria destaca a importância, também fundamental, da instrução como método mais direto e eficaz para introduzir a criança no mundo cultural do adulto, cujos instrumentos simbólicos serão essenciais para seu desenvolvimento autônomo.
Adaptado de GÓMEZ, A. I. P. A aprendizagem escolar: da didática operatória à reconstrução da cultura na sala de aula. Porto Alegre: Artmed, 2000, p.55.
A respeito do processo de aprendizagem escolar o texto se refere à teoria de
  • A Philippe Ariès.
  • B Jean Piaget.
  • C Lev Vygotsky.
  • D Paulo Freire.
  • E Henri Wallon.
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Para responder à questão, considere o Plano Nacional de Educação (PNE).

Assinale a alternativa INCORRETA acerca das instâncias que são responsáveis pela execução e cumprimento das metas do PNE.

  • A Ministério da Educação.
  • B Sistema Educacional Brasileiro.
  • C Fórum Nacional de Educação.
  • D Conselho Nacional de Educação.
  • E Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Comissão de Educação, Cultura e Esporte do Senado Federal.
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Analise as afirmativas abaixo, que tratam da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9.394/1996, sobre a educação básica.

I. A educação básica tem por finalidades desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para permanecer no trabalho e em estudos atuais.

II. A educação básica pode organizar-se em séries anuais, períodos semestrais, ciclos, grupos não seriados, com base na aprovação ou reprovação, na competência e em outros critérios, ou por forma diversa de organização, sempre que o interesse do processo de aprendizagem assim o recomendar.

III. Os currículos da educação infantil, do ensino fundamental e do ensino médio devem se orientar pela base nacional comum, a ser complementada, em cada sistema de ensino e em cada estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas características regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e dos educandos.

Assinale a alternativa correta.

  • A Apenas as afirmativas I e III estão corretas
  • B Apenas a afirmativa III está correta
  • C Apenas as afirmativas I e II estão corretas
  • D As afirmativas I, II e III estão corretas
  • E Apenas as afirmativas II e III estão corretas
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A LDB, em seu Artigo 21, determina que a educação brasileira se organiza em dois níveis: educação básica e educação superior.

Avalie as afirmações sobre a organização da educação brasileira.
I - A educação básica tem por finalidade desenvolver o educando, assegurar-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhe meios para progredir no trabalho e em estudos posteriores.
II - A educação básica compreende as etapas: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação especial.
III - A educação infantil é a primeira etapa da educação básica; tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.
IV - Com a aprovação da Lei nº 11.274/2006 foi estabelecida a ampliação do ensino fundamental de oito para nove anos, a partir dos seis anos de idade.

Está correto apenas o que se afirma em

  • A I.
  • B II.
  • C IV.
  • D II e III.
  • E I, III e IV.
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A atividade recreativa tem sua essência na organização própria dos jogos e brincadeiras, segundo Kishimoto, o jogo entendido em seu sentido amplo, ou seja, também denominado como brincadeira, tem por excelência duas funções:

I.Função lúdica: propiciando mais desprazer do que diversão e prazer.

II.Função educativa: ensina qualquer coisa que complete o indivíduo em seu saber, seus conhecimentos e sua apreensão do mundo.

Fonte: Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu. Estado do Paraná. Recreação. Foz do Iguaçu, 2014.

Marque a alternativa CORRETA.

  • A I, está incorreta e II, está correta.
  • B I e II, estão incorretas.
  • C I e II, estão corretas.
  • D I, está correta e II, está incorreta.
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Conforme descrito no Art. 5° da Lei nº 9.394/96 (Lei de Diretrizes e Base da Educação Nacional) o acesso à educação básica obrigatória é direito público subjetivo, podendo, conforme descrito abaixo qualquer cidadão e outros discriminados na referida Lei, acionar o poder público para exigi-lo. No que se refere aos outros, julgue os itens a seguir:

I.Organização sindical.
II.Entidade de classe ou outra legalmente constituída.
III.Ministério Público.
IV.Representante de Embaixada e Consulado.
V.Associação comunitária.

Marque a alternativa que contenha todos os itens CORRETOS.

  • A I, II, III, IV e V.
  • B I, II e V, apenas.
  • C I e II, apenas.
  • D I, II, III e V, apenas.
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A Lei nº 8.069/90 (Estatuto da Criança e do Adolescente) estabelece diretrizes sobre a proteção integral à criança e ao adolescente. Por meio dessa lei tem-se as penalidades propostas para os crimes em espécies, tal como, Art. 232, submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a vexame ou a constrangimento. Qual seria a penalidade proposta em lei para esse crime? Marque a alternativa CORRETA.

  • A Detenção de seis meses a dois anos.
  • B Detenção de dois a seis meses, e multa.
  • C Detenção de seis meses a dois anos, e multa.
  • D Detenção de dois a seis meses.
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Dentre as tendências pedagógicas, avalie o papel da escola, em uma delas:

Acentua-se nesta tendência o papel da escola na formação de atitudes, razão pela qual deve estar mais preocupada com os problemas psicológicos do que com os pedagógicos ou sociais. Todo esforço está em estabelecer um clima favorável a uma mudança dentro do indivíduo, isto é, a uma adequação pessoal as solicitações do ambiente. Rogers considera que o ensino é uma atividade excessivamente valorizada, para ele os procedimentos didáticos, a competência na matéria, as aulas, livros, tudo tem muito pouca importância, face ao propósito de favorecer a pessoa um clima de autodesenvolvimento e realização pessoal, o que implica estar bem consigo próprio e com seus semelhantes. O resultado de uma boa educação é muito semelhante ao de uma boa terapia.
Fonte: Luckesi, Cipriano Carlos. Filosofia da Educação. Editora Cortez, 1994.

A qual tendência pedagógica que se refere o papel da escola, supracitado? Marque a alternativa CORRETA.

  • A Tendência liberal renovada progressivista
  • B Tendência liberal renovada não-diretiva.
  • C Tendência liberal tradicional.
  • D Tendência liberal tecnicista.
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De acordo com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, por exemplo tendo um ambiente onde as práticas privilegiam os cuidados físicos, partindo de concepções que compreendem a criança pequena como carente, frágil, dependente e passiva, e que levam à construção de procedimentos e rotinas rígidas, dependentes todo o tempo da ação direta do adulto.

Marque a alternativa CORRETA em que se denota uma consequência do ambiente acima descrito para as crianças.

  • A Períodos curtos de espera entre um cuidado e outro, mantendo a singularidade e a individualidade de cada criança sendo respeitada.
  • B Períodos curtos de espera entre um cuidado e outro, sem que a singularidade e individualidade de cada criança seja respeitada.
  • C Períodos longos de espera entre um cuidado e outro, sem que a singularidade e individualidade de cada criança seja respeitada.
  • D Períodos longos de espera entre um cuidado e outro, mantendo a singularidade e a individualidade de cada criança sendo respeitada.
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De acordo com a Política Nacional de Educação Infantil, as propostas pedagógicas das instituições de Educação Infantil devem explicitar concepções, bem como definir diretrizes referentes à (I) e ao (II), prevendo a avaliação como parte do trabalho pedagógico, que envolve toda a comunidade escolar.

Marque a alternativa CORRETA que substitui os itens, I e II.

  • A I.metodologia do trabalho pedagógico, II.processo de desenvolvimento e aprendizagem.
  • B I.associação cognitiva, II.atendimento educacional.
  • C I.manutenção financeira da estrutura escolar, II.acesso de crianças com necessidades educacionais especiais.
  • D I.formação continuada de professores, II.plano de cargos e salários de professores.
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I.Dentre os métodos e técnicas propostos na Educação Infantil está aquele que se refere a divulgar, permanentemente, padrões mínimos de infraestrutura para o funcionamento adequado das instituições de Educação Infantil (creches e pré-escolas) públicas e privadas.

RESPEITANDO,

II.As diversidades regionais, sem assegurar o atendimento das características das distintas faixas etárias, mas mantendo o funcionamento das necessidades do processo educativo quanto às diretrizes curriculares e a metodologia da Educação Infantil, incluindo o repouso, a expressão livre, o movimento e o brinquedo.

Fonte: Brasil. Política Nacional de Educação Infantil: pelo direito das crianças de zero a seis anos à Educação. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.

A partir da análise dessas asserções, é possível AFIRMAR que:

  • A I, está correta e II, está incorreta.
  • B I e II, estão incorretas.
  • C I e II, estão corretas.
  • D I, está incorreta e II, está correta.
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No contexto brasileiro, discutir a qualidade da educação na perspectiva do respeito à diversidade implica necessariamente enfrentar e encontrar caminhos para superar as desigualdades no acesso a programas de boa qualidade, que respeitem os direitos básicos das crianças e de suas famílias, seja qual for sua origem ou condição social, sem esquecer que, entre esses direitos básicos, se inclui o direito ao respeito às suas diversas identidades culturais, étnicas e de gênero. 
Fonte: Santos, M.O; Ribeiro, M.I.S. Brasil (2006) apud Educação infantil − os desafios estão postos e o que estamos fazendo? Bahia: Sooffset Gráfica e Editora Ltda, 2014. 

Portanto, de acordo com o texto sobre a Educação Infantil, é CORRETO afirmar que:

  • A Ainda não existem normativas que exemplificam claramente as diretrizes educacionais relativas à Educação Infantil.
  • B Para implementar uma Educação Infantil democrática e de qualidade no Brasil não depende de melhores diretrizes ou normatização mais ampla e abrangente, mas sim enfrentar o descompasso entre esse ideal e o real da prática cotidiana.
  • C Para implementar uma Educação Infantil democrática e de qualidade no Brasil depende de melhores diretrizes e que as normatizações sejam mais completas.
  • D A Educação Infantil no Brasil é democrática, além de apresentar os índices com melhores características mundiais.
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O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil operacionaliza o processo educativo, por meio dos objetivos gerais e específicos, conteúdos e orientações didáticas. Diante disso, é proposto uma integração curricular onde é possível que os objetivos gerais para a educação infantil norteiam a definição de objetivos específicos para os diferentes eixos de trabalho. Dentre os eixos de trabalho que estão estabelecidos nessa proposta curricular, tem-se os dispostos abaixo, EXCETO:

  • A Música.
  • B Identidade e autonomia.
  • C Ética e cidadania.
  • D Artes visuais.
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De acordo com o tema papel do professor na alfabetização, julgue os itens como Verdadeiros (V) ou Falsos (F):

I.(   )Por unanimidade, todos os autores concordam, que a alfabetização e letramento são sinônimos devendo ser entendidos como a habilidade da leitura e da escrita.

II.(  )A alfabetização deve ser trabalhada de forma que os indivíduos adquiram as habilidades da leitura e da escrita, bem como a utilização dessas práticas em sua vida social, ou seja, se tornem indivíduos alfabetizados e letrados.

III.(  )O professor, no papel do mediador desse processo tem por finalidade realizar estratégias de antecipação, dando possibilidades para o educando avançar no processo da leitura e escrita, tornando a leitura contextualizada, ou seja, com significados que permitam ao aluno imaginar o que poderia estar escrito.

Fonte: Edna dos Reis Ricardo. O professor e seu papel durante a alfabetização. Revista Primeira Evolução. São Paulo: Edições Livro Alternativo, 2021.

Marque a alternativa CORRETA

  • A I.F, II.V, III.V.
  • B I.F, II.V, III.F.
  • C I.F, II.F, III.V.
  • D I.V, II.V, III.F.
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Durante a fase de alfabetização emergente, as crianças estão ocupadas desenvolvendo sua linguagem oral, sua compreensão de como e por que usar a escrita e sua consciência fonêmica e sintática inicial. Para desenvolver a consciência fonológica em todas as crianças, os professores devem conhecer um pouco acerca da estrutura da língua, especialmente a fonologia.

Portanto sobre os aspectos que envolvem a fonologia, faça a correta correlação entre os mesmos: 

Coluna I
I.Fônica. II.Fonologia. III.Fonética.

Coluna II

a.É o estudo das regras que comandam a produção de sons da fala.
b.É o sistema pelo qual os símbolos representam sons em um sistema de escrita alfabética.
c.É o estudo da forma como os sons da fala são articulados.

Fonte: Edna dos Reis Ricardo. O professor e seu papel durante a alfabetização. Revista Primeira Evolução. São Paulo: Edições Livro Alternativo, 2021. ADAMS, et al, 2005

Marque a alternativa CORRETA.

  • A I.a, II.c, III.b.
  • B I.a, II.b, III.c.
  • C I.b, II.c, III.a.
  • D I.b, II.a, III.c.
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De acordo com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs), assinale a alternativa que apresenta um desafio nas relações humanas em sala de aula e na aprendizagem de Língua Estrangeira.

  • A A predominância das práticas de memorização nas tradições escolares.
  • B A resistência de alguns alunos aos padrões interacionais em sala de aula.
  • C A quantidade excessiva de tempo preenchida pela fala dos alunos.
  • D O excesso de conflitos entre o corpo docente e a equipe pedagógica.
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De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), assinale a alternativa que descreve corretamente uma responsabilidade dos pais ou responsáveis.

  • A Zelar pela saúde, alimentação, educação e lazer da criança ou adolescente, assegurando o desenvolvimento integral e saudável.
  • B Garantir a participação da criança ou adolescente em qualquer atividade ou decisão sem a necessidade de considerar seus desejos e opiniões.
  • C Proporcionar atividades extracurriculares a partir de uma vivência interacionista e progressista.
  • D Assegurar o acesso à educação no Ensino Fundamental, Médio e Superior.
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O desenvolvimento da linguagem oral é uma etapa crucial no crescimento cognitivo e social das crianças. Nesse sentido, considere a seguinte situação abaixo:

Situação: Clara, uma criança de 3 anos, está interagindo com sua mãe durante uma brincadeira com bonecas. Ela pega uma das bonecas e diz: "Dolly dormir". Sua mãe responde: "Sim, a Dolly está dormindo na caminha."

Qual das seguintes alternativas descreve a situação acima, relacionando-a com um aspecto do desenvolvimento da linguagem oral e uma teoria correspondente?

  • A Clara demonstrou aquisição da morfologia ao adicionar a marca de plural ao substantivo "Dolly". Essa situação está alinhada com a teoria behaviorista, que enfatiza o papel do condicionamento na formação da linguagem.
  • B Clara exibiu um exemplo de overgeneralization, aplicando incorretamente a regra de concordância do sujeito e do verbo. Essa situação está relacionada à teoria inatista, que ressalta a presença de uma gramática inata.
  • C Clara demonstrou a internalização das regras sintáticas complexas ao usar a estrutura de frase adequada. Essa situação está alinhada com a teoria construtivista, que destaca o papel ativo da criança na construção do conhecimento linguístico
  • D Clara ilustrou a fase telegráfica do desenvolvimento da linguagem, focando em palavras-chave para transmitir seu significado. Isso reflete a teoria interacionista, que destaca a importância do ambiente e da interação social no desenvolvimento linguístico.
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A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Lei nº 9.394/96, estabelece os princípios e normas para a educação no Brasil. Considerando o contexto da LDB, analise as seguintes afirmativas e indique a alternativa correta:

I.A educação básica, nos níveis fundamental e médio, tem como finalidade desenvolver o educando, assegurando-lhe a formação comum indispensável para o exercício da cidadania.

II.A educação superior tem por finalidade desenvolver o aluno prioritariamente em aspectos profissionais e técnicos.

III.A educação escolar deverá vincular-se ao mundo do trabalho e à prática social, de acordo com as diretrizes do governo federal, com foco no mercado de trabalho.

Assinale a alternativa correta.

  • A Somente a afirmativa II está correta.
  • B Somente as afirmativas I e II estão corretas.
  • C Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
  • D Somente a afirmativa I está correta.
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Em um contexto educacional, os níveis de leitura desempenham um papel fundamental no desenvolvimento das habilidades de compreensão e interpretação de textos. Nesse sentido, considere a seguinte situação:

Em uma aula de literatura inglesa, os alunos estão discutindo um poema que aborda temas complexos, como a natureza efêmera da vida e a passagem do tempo. Os alunos estão analisando o uso de metáforas e simbolismo no poema para entender suas camadas de significado.

Qual das seguintes alternativas descreve adequadamente o nível de leitura exemplificado acima?

  • A Nível crítico: Os alunos estão avaliando o poema com base em seu próprio ponto de vista e experiências pessoais, expressando opiniões sobre sua relevância e impacto.
  • B Nível literal: Os alunos estão focados em identificar os elementos básicos do poema, como personagens e enredo, sem se aprofundar em interpretações mais complexas.
  • C Nível estrutural: Os alunos estão examinando as escolhas formais do autor, como o uso de ritmo, métrica e estrofes, para analisar a construção estilística do poema.
  • D Nível inferencial: Os alunos estão usando pistas e informações implícitas no poema para deduzir significados mais profundos e compreender as mensagens subjacentes

Matemática

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12,9 km equivalem a

  • A 129000 dm.
  • B 12900 dm.
  • C 1290 dm.
  • D 129 dm.
  • E 1,29 dm
22

Hélio comprou um pacote com menos de 160 alfinetes, e pretende utilizar diariamente o mesmo número de alfinetes. Após contabilizar o número total de alfinetes disponíveis no pacote, percebeu que poderia utilizar por dia, ou 4 alfinetes, ou 5 alfinetes, ou 6 alfinetes, e, qualquer fosse a opção, todos os alfinetes seriam utilizados. O número total de alfinetes do pacote é

  • A 40.
  • B 45.
  • C 50.
  • D 55.
  • E 60.
23

Josué faz trufas. Quando ele trabalha com outros dois funcionários por três dias, juntos produzem 180 trufas. Quantas trufas serão produzidas se ele trabalhar com outros quatro funcionários, no mesmo ritmo, por quatro dias?

  • A 300 trufas.
  • B 400 trufas.
  • C 500 trufas.
  • D 600 trufas.
  • E 700 trufas.
24
A área comum de um condomínio é utilizada por 4 pessoas: João, Maria, Carla e Ana. Ana e Carla utilizam a área comum durante 5 horas no mês, cada uma, e João a utiliza durante 3 horas. As despesas com manutenção somam R$ 5.000,00 mensais e são divididas de forma proporcional ao tempo de uso. Sabendo-se que João paga R$ 1.000,00, quantas horas mensais Maria utiliza a área comum?
  • A 8
  • B 5
  • C 3
  • D 2
  • E 1
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Prestando colaboração efetiva aos Médicos Legistas no decurso dos trabalhos de necropsia, um Auxiliar de Necropsia se descuidou e deixou um frasco, inicialmente contendo 360ml, de certo reagente aberto. Por se tratar de um material volátil, com taca de evaporação de 1,8 ml por minuto, estima-se que o conteúdo do frasco terá evaporado completamente em
  • A 20 horas e 00 minutos.
  • B 4 horas e 12 minutos.
  • C 3 horas e 33 minutos.
  • D 3 horas e 20 minutos.
  • E 2 horas e 00 minutos.
26
Um pintor leva 3 horas para pintar uma parede de 12 metros quadrados. Caso ele chame mais uma pessoa para ajudá-lo, o tempo será reduzido em:
  • A 1 hora.
  • B 1 hora e 20 minutos.
  • C 1 hora e 30 minutos.
  • D 1 hora e 50 minutos.
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RACIOCÍNIO LÓGICO-MATEMÁTICO  
Roberto, José e Vander são funcionários de um determinado Conselho Regional de Farmácia há 28, 30 e 54 meses, respectivamente. Com a atualização do sistema de cadastro de denúncias recebidas por telefone e e-mail, 1.324 denúncias precisam ser arquivadas. Considerando que o número de denúncias que cada funcionário irá arquivar é inversamente proporcional ao tempo de trabalho de cada um, em meses, é correto afirmar que: 
  • A José arquivou 504 denúncias.
  • B Vander arquivou 290 denúncias.
  • C Vander arquivou 316 denúncias.
  • D Roberto arquivou 542 denúncias.
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Assinale a alternativa que apresenta o décimo segundo número ímpar sucessor de 237:

  • A 259.
  • B 261.
  • C 263.
  • D 265.
  • E 267.
29

No primeiro dia de agosto, foram registradas 180 reclamações em um órgão de defesa do consumidor. No segundo dia, foram registradas 184 reclamações.
Supondo-se que há reclamações todos os dias e que cada dia tenha 4 reclamações a mais do que o dia anterior, durante todos os 31 dias do mês de agosto, o total de reclamações registradas será igual a

  • A 7.108
  • B 7.440
  • C 7.860
  • D 8.184
  • E 8.880
30

Ricardo tem 3 cachorros. Um pacote de ração de 9 kg alimenta-os por 9 dias. Quantos quilos de ração são necessários para alimentar 5 cachorros do mesmo porte por 30 dias?

  • A 45 kg
  • B 50 kg
  • C 55 kg
  • D 60 kg
  • E 65 kg

Português

31

O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

Quanto à flexão verbal, assinale a alternativa que apresenta uma passagem do texto, retirada do 8º parágrafo, com verbo no pretérito maisque-perfeito do modo indicativo:

  • A “Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, (...)”.
  • B “(...) ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos.”.
  • C “Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, (...)”.
  • D “A visita não era de todo desagradável, (...)”.
  • E “(...) desde que a doença deixara de ser assunto.”.
32

O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

Há um uso adequado do acento grave indicativo de crase apenas na opção:

  • A Não me dirigi à ela nem à ninguém durante a reunião.
  • B Os viajantes chegaram bem àquele território inóspito.
  • C Não costumo comprar nada à prazo.
  • D Ela se referiu à uma heroína do século XIX.
  • E Por causa da promoção, os produtos estavam orçados à partir de 1,99.
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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

Em relação aos aspectos de concordância nominal, assinale a alternativa correta:

  • A Era proibida entrada de menores no estabelecimento.
  • B Escolhemos estampas o mais belas possíveis.
  • C A porta estava meia aberta quando cheguei à sala de aula.
  • D Seguem anexas ao e-mail as propostas de compra e venda do imóvel.
  • E Compramos bastante livros na feira literária.
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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

O vocábulo corretamente grafado está presente na alternativa:

  • A Pretencioso.
  • B Inadmiscível.
  • C Sisudez.
  • D Enxarcado.
  • E Xávena.
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O outro marido


Era conferente da Alfândega — mas isso não tem importância. Somos todos alguma coisa fora de nós; o eu irredutível nada tem a ver com as classificações profissionais. Pouco importa que nos avaliem pela casca. Por dentro, sentia-se diferente, capaz de mudar sempre, enquanto a situação exterior e familiar não mudava. Nisso está o espinho do homem: ele muda, os outros não percebem.


Sua mulher não tinha percebido. Era a mesma de há 23 anos, quando se casaram (quanto ao íntimo, é claro). Por falta de filhos, os dois viveram demasiado perto um do outro, sem derivativo. Tão perto que se desconheciam mutuamente, como um objeto desconhece outro, na mesma prateleira de armário. Santos doía-se de ser um objeto aos olhos de d. Laurinha. Se ela também era um objeto aos olhos dele? Sim, mas com a diferença de que d. Laurinha não procurava fugir a essa simplificação, nem reparava; era de fato objeto. Ele, Santos, sentia-se vivo e desagradado.


Ao aparecerem nele as primeiras dores, d. Laurinha penalizou-se, mas esse interesse não beneficiou as relações do casal. Santos parecia comprazer-se em estar doente. Não propriamente em queixar-se, mas em alegar que ia mal. A doença era para ele ocupação, emprego suplementar. O médico da Alfândega dissera-lhe que certas formas reumáticas levam anos para ser dominadas, exigem adaptação e disciplina. Santos começou a cuidar do corpo como de uma planta delicada. E mostrou a d. Laurinha a nevoenta radiografia da coluna vertebral, com certo orgulho de estar assim tão afetado.


– Quando você ficar bom…


– Não vou ficar. Tenho doença para o resto da vida.


Para d. Laurinha, a melhor maneira de curar-se é tomar remédio e entregar o caso à alma do padre Eustáquio, que vela por nós. Começou a fatigar-se com a importância que o reumatismo assumira na vida do marido. E não se amolou muito quando ele anunciou que ia internar-se no Hospital Gaffrée Guinle.


– Você não sentirá falta de nada, assegurou-lhe Santos. Tirei licença com ordenado integral. Eu mesmo virei aqui todo começo de mês trazer o dinheiro.


(...) Pontualmente, Santos trazia-lhe o dinheiro da despesa, ficaram até um pouco amigos nessa breve conversa a longos intervalos. Ele chegava e saía curvado, sob a garra do reumatismo, que nem melhorava nem matava. A visita não era de todo desagradável, desde que a doença deixara de ser assunto. Ela notou como a vida de hospital pode ser distraída: os internados sabem de tudo cá de fora.


– Pelo rádio — explicou Santos. (...)


Santos veio um ano, dois, cinco. Certo dia não veio. D. Laurinha preocupou-se. Não só lhe faziam falta os cruzeiros; ele também fazia. Tomou o ônibus, foi ao hospital pela primeira vez, em alvoroço.


Lá ele não era conhecido. Na Alfândega informaram-lhe que Santos falecera havia quinze dias, a senhora quer o endereço da viúva?


– Sou eu a viúva — disse d. Laurinha, espantada.


O informante olhou-a com incredulidade. Conhecia muito bem a viúva do Santos, d. Crisália, fizera bons piqueniques com o casal na ilha do Governador. Santos fora seu parceiro de bilhar e de pescaria. Grande praça. Ele era padrinho do filho mais velho de Santos. Deixara três órfãos, coitado.


E tirou da carteira uma foto, um grupo de praia. Lá estavam Santos, muito lépido, sorrindo, a outra mulher, os três garotos. Não havia dúvida: era ele mesmo, seu marido. Contudo, a outra realidade de Santos era tão destacada da sua, que o tornava outro homem, completamente desconhecido, irreconhecível.


– Desculpe, foi engano. A pessoa a que me refiro não é essa — disse d. Laurinha, despedindo-se.


ANDRADE, Carlos Drummond. Disponível em: https://contobrasileiro.com.br/o-outromarido-cronica-de-carlos-drummond-deandrade/ (Adaptado)

O processo de formação da palavra “esfarelar” está corretamente apontado em:

  • A Sufixação.
  • B Prefixação.
  • C Aglutinação.
  • D Parassíntese.
  • E Conversão.
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Observe a seguinte frase de um jornalista colombiano:

"Um a um somos todos mortais. Juntos somos eternos".
Sobre a estruturação dessa frase, é correto afirmar que:
  • A a locução "um a um" equivale ao advérbio "unicamente";
  • B o pronome indefinido "todos" semanticamente indispensável na frase;
  • C entre os dois períodos que compõem a frase, poderia estar adequadamente a conjunção concessiva "embora";
  • D o adjetivo "mortais" funciona como antônimo de "eternos";
  • E o emprego da vírgula no segundo período se deve à elipse do pronome indefinido "todos".
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O adjetivo pode ser substituído por algumas outras palavras ou estruturas de valor equivalente.

A frase abaixo em que a adjetivação é realizada  por meio de um substantivo, é:
  • A Toda sociedade é um organismo podre;
  • B O menino recebeu muitos presentes aniversários;
  • C O que não serve para o enxame não serve para a abelha;
  • D O que é difícil é ser puro como o arroio e grande como o rio;
  • E Ambiente limpo é o que menos se suja.
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Em todas as alternativas abaixo há duas palavras com o sufixo -eiro.


Esse sufixo mostra o mesmo valor semântico nas duas palavras em:


  • A brasileiro - fuzileiro;
  • B engenheiro - caseiro;
  • C saleiro - cinzeiro,
  • D marinheiro - certeiro;
  • E chaveiro - cozinheiro.
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Assinale o trecho que apresenta INCONSISTÊNCIA quanto à concordância: 
  • A “[…] uma vez que a distribuição de verbas federais é proporcional ao número de residentes.” (7º§)
  • B “‘Com menos pessoas, dá para investir mais na saúde e na educação de cada um, e o meio ambiente é naturalmente menos castigado’, [...]” (10º§)
  • C “O escasseamento de nascimentos em contraste ao volume de idosos já trazem consequências, entre elas o estrangulamento dos sistemas previdenciários [...]” (9º§)
  • D “Com tudo isso, a bem-vinda janela do bônus demográfico, que se abre quando o número de pessoas em idade ativa supera o de crianças e idosos, deve se fechar por volta de 2035, […]” (5º§)
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Dos seguintes, assinalar o único vocábulo que NÃO apresenta dígrafo:

  • A Iglu.
  • B Exceder.
  • C Lhama.
  • D Guidão.