Resolver o Simulado Professor (40H) - Nosso Rumo

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Raciocínio Lógico

1

Uma loja de eletrodomésticos está vendendo um aparelho de TV da seguinte maneira, paga-se uma entrada de valor (E) e mais quatro prestações, cada uma de valor (p). A equação que expressa corretamente o valor total (V) a ser pago pela por este aparelho é

  • A V = E + 4p
  • B V = 4(E + p)
  • C V = 4E + p
  • D V = E + p + 4
  • E V = 4Ep
2

Uma pesquisa ouviu 700 pessoas das quais 45% eram homens. Do total de homens ouvidos, 60% eram casados. A quantidade de homens casados ouvidos nesta pesquisa foi de

  • A 219
  • B 204
  • C 195
  • D 189
  • E 164
3

Numa cidade, 15 caminhões levam 30 horas para coletar todo o lixo. Se o número de caminhões coletores nesta cidade subir para 25, o tempo que se levará para coletar todo o lixo será, em horas, de

  • A 45
  • B 37
  • C 28
  • D 22
  • E 18
4

Ana e João compraram juntos um bilhete de rifa no valor de R$ 2,00, dos quais Ana pagou R$ 1,20 e João pagou R$ 0,80. Eles ganharam o prêmio que consiste em uma cesta com 60 barras de chocolate e resolveram dividir este prêmio proporcionalmente ao dinheiro que cada um investiu na compra do bilhete. Sendo assim, a quantidade de barras de chocolate que caberá à Ana e a quantidade de barras de chocolate que caberá ao João, depois da divisão, será respectivamente de

  • A 32 e 28
  • B 34 e 26
  • C 36 e 24
  • D 35 e 25
  • E 33 e 23
5

Uma máquina copiadora é capaz de produzir 8 cópias em 14 segundos. O tempo que esta máquina levará para produzir 120 cópias é de

  • A 50 segundos.
  • B 1 minuto e 50 segundos.
  • C 2 minutos e 20 segundos.
  • D 3 minutos e 30 segundos.
  • E 4 minutos e 10 segundos.
6

Um comerciante compra seus produtos à R$ 0,50 e revende à R$ 1,20, sendo seu lucro a diferença entre o preço de compra e o preço de revenda destes produtos. Se em um dia este comerciante vender 230 destes produtos, seu lucro será de

  • A R$ 244,00
  • B R$ 230,00
  • C R$ 184,00
  • D R$ 161,00
  • E R$ 153,00
7

Um aluno tem 1 hora para fazer uma prova que contém perguntas de português, matemática e ciências. Ele usou 1/3 desta hora para responder as perguntas de português e 1/2 de hora para responder as perguntas de matemática.

Para este aluno responder as perguntas de ciências restou

  • A 50 minutos.
  • B 45 minutos.
  • C 30 minutos.
  • D 15 minutos.
  • E 10 minutos.

Português

8
Leia o texto abaixo para responder à questão.

Realidade Paralela

        Um passo a frente. Esta languidez chegará ao fim. Os olhos dela calam-me a intensidade. A celebração. Para sempre vou te amar.

        Por isso, me aproximo. Abro a boca. Vou declarar-lhe meu amor. Mas então, subitamente, ele surge. Um homem de quase dois metros de altura. Coloca o braço sobre os ombros dela. E os dois me encaram como que perguntando: “o que deseja?”

           Volte. Volte. Volte.

      Vinte segundos antes. Aproximo-me lentamente, mas nada digo. Deixo que o efeito do silêncio coloque meus pensamentos no eixo. Assim, não me precipito. Afinal, estou cansado de me precipitar. Trinta e poucos anos tomando atitudes imbecis, me arrependendo, e voltando 20 segundos antes. Às vezes, menos que isso.

        Vinte segundos é o máximo que consigo. Descobri este dom na adolescência. Posso navegar por entre as milhares de portas abertas de minha realidade paralela. Pena que não consigo voltar mais do que 20 segundos. Isto me limita. Isto me trava. Isto me corrói.

        Sempre fui inconsequente. Afinal, se eu tomar uma decisão errada, posso voltar atrás. Mas sempre precisei analisar as consequências nos 20 segundos após agir. Do contrário, perderia a oportunidade de explorar as outras portas de minha realidade paralela. E então elas se fechariam, e precisaria conviver com as inevitáveis consequências de atos irrefletidos.

        E, agora, justo agora, que ia lhe declarar meu amor, surge este ser ao seu lado. Qual o problema dela? Tem vocação para sofrer? Um desejo incontido de mergulhar fundo em um lamaçal de más escolhas? Não consigo deixar de concluir: se ela não pode voltar e escolher outra realidade paralela, deveria tomar mais cuidado.

        Estou diante dos dois, mas não os encaro. Percebo pelo canto dos olhos que ele a abraça. Cada centímetro cúbico do meu sangue chegando facilmente aos 100°. Pode acreditar. Olho para eles. Na verdade, para ele. Diretamente para ele. Avanço sobre ele, um salto com as duas mãos na direção do seu pescoço.

        Ele desequilibra e cai. Ela grita. Olha para mim. Fica sem entender minha reação. Pessoas costumam ficar estáticas diante de eventos inesperados. Animal acuado. Pronto para o abate.

        – O que você fez? – ela pergunta, enquanto o gigante se levanta pronto para o segundo round.

        Dou um sorriso malévolo.

        – Não se preocupe. Já dou um jeito nisso.
    
        Volte. Volte. Volte.

        Vinte segundos antes. Estou parado diante deles. Dessa vez olho para ela. Encaro-a. Eles me percebem.

        – Olá, Adélia. Sinto dizer, mas você vai sofrer. Uma pena. Eu quis te proteger, te guardar de todo o mal. Mas você tinha que seguir seu estúpido coração. Agora vai carregar este fardo.

        Eles ficam inertes por alguns segundos.

        – Você conhece esse aí? – pergunta o cidadão.

        Ela não tem tempo de responder. Vou para cima dela agarrando-a pela roupa. Ele fica parado, estático ante o evento inesperado. Aproveito seu instante de hesitação e sacudo Adélia, gritando:

        – Qual é o seu problema? Eu te amaria como ninguém. Eu cuidaria de você.

        Sinto o braço do gigante envolvendo meu pescoço. O animal acuado reage, e me derruba violentamente ao chão. Dor. Falta de ar. Ele não solta. Insano e forte – uma perigosa combinação. Tento me soltar. Não consigo. Pessoas em volta. Ouço vozes, mas não entendo o que dizem. Acho que vou apagar. Mas antes…

        Volte. Volte. Volte.

        – Olá, Adélia…

        Por pouco. Se demorasse um ou dois segundos a mais, não conseguiria evitar a frase “Sinto dizer, mas você vai sofrer”.

        – Olá, Edgar… Está tudo bem? – Ela estranha meu silêncio, meu olhar desolado, provavelmente.

        – Aham.

        – Esse aqui é William, meu namorado. William, esse é o Edgar.

        William Patético da Silva me olha. Ele sorri e estende-me a mão. Cumprimento-o e devolvo o sorriso.

        Ergo a bandeira branca no exato instante em que pergunto:

        – Posso pagar uma bebida para vocês?

        Não há como negar. Mesmo com inúmeras escolhas, algumas batalhas simplesmente não podem ser vencidas.

Juliano Martinez
Disponível em https://corrosiva.com.br/cronicas/realidade-paralela/

Assinale a alternativa cuja sentença retirada do texto apresenta o uso correto da crase, conforme a norma-padrão da Língua Portuguesa.

  • A Um passo à frente.
  • B Abro à boca.
  • C Percebo pelo canto dos olhos que ele à abraça.
  • D Se demorasse um ou dois segundos à mais (...)
  • E Ergo à bandeira branca no exato instante em que pergunto (...)
9

Assinale a alternativa que apresenta um adjetivo uniforme.

  • A Elegante.
  • B Mau.
  • C Cru.
  • D Ateu.
  • E Condutor.
10

Sobre o texto prescritivo, é correto afirmar que

  • A utiliza linguagem rebuscada.
  • B permite a liberdade de atuação do leitor.
  • C utiliza somente verbos no subjuntivo.
  • D instrui o leitor acerca de um procedimento.
  • E não exige que o leitor proceda de determinada forma.
11

Assinale a alternativa que apresenta a correta ortografia das palavras, considerando o contexto da frase, de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa.

  • A Vou colocar uma blusa, se não sentirei frio.
  • B Obtive hesito na prova de matemática.
  • C Mal posso esperar pelo final de semana.
  • D De boas intensões o inferno está cheio.
  • E Farei um orçamento para o concerto do micro-ondas.
12
Leia o texto abaixo para responder à questão.

Realidade Paralela

        Um passo a frente. Esta languidez chegará ao fim. Os olhos dela calam-me a intensidade. A celebração. Para sempre vou te amar.

        Por isso, me aproximo. Abro a boca. Vou declarar-lhe meu amor. Mas então, subitamente, ele surge. Um homem de quase dois metros de altura. Coloca o braço sobre os ombros dela. E os dois me encaram como que perguntando: “o que deseja?”

           Volte. Volte. Volte.

      Vinte segundos antes. Aproximo-me lentamente, mas nada digo. Deixo que o efeito do silêncio coloque meus pensamentos no eixo. Assim, não me precipito. Afinal, estou cansado de me precipitar. Trinta e poucos anos tomando atitudes imbecis, me arrependendo, e voltando 20 segundos antes. Às vezes, menos que isso.

        Vinte segundos é o máximo que consigo. Descobri este dom na adolescência. Posso navegar por entre as milhares de portas abertas de minha realidade paralela. Pena que não consigo voltar mais do que 20 segundos. Isto me limita. Isto me trava. Isto me corrói.

        Sempre fui inconsequente. Afinal, se eu tomar uma decisão errada, posso voltar atrás. Mas sempre precisei analisar as consequências nos 20 segundos após agir. Do contrário, perderia a oportunidade de explorar as outras portas de minha realidade paralela. E então elas se fechariam, e precisaria conviver com as inevitáveis consequências de atos irrefletidos.

        E, agora, justo agora, que ia lhe declarar meu amor, surge este ser ao seu lado. Qual o problema dela? Tem vocação para sofrer? Um desejo incontido de mergulhar fundo em um lamaçal de más escolhas? Não consigo deixar de concluir: se ela não pode voltar e escolher outra realidade paralela, deveria tomar mais cuidado.

        Estou diante dos dois, mas não os encaro. Percebo pelo canto dos olhos que ele a abraça. Cada centímetro cúbico do meu sangue chegando facilmente aos 100°. Pode acreditar. Olho para eles. Na verdade, para ele. Diretamente para ele. Avanço sobre ele, um salto com as duas mãos na direção do seu pescoço.

        Ele desequilibra e cai. Ela grita. Olha para mim. Fica sem entender minha reação. Pessoas costumam ficar estáticas diante de eventos inesperados. Animal acuado. Pronto para o abate.

        – O que você fez? – ela pergunta, enquanto o gigante se levanta pronto para o segundo round.

        Dou um sorriso malévolo.

        – Não se preocupe. Já dou um jeito nisso.
    
        Volte. Volte. Volte.

        Vinte segundos antes. Estou parado diante deles. Dessa vez olho para ela. Encaro-a. Eles me percebem.

        – Olá, Adélia. Sinto dizer, mas você vai sofrer. Uma pena. Eu quis te proteger, te guardar de todo o mal. Mas você tinha que seguir seu estúpido coração. Agora vai carregar este fardo.

        Eles ficam inertes por alguns segundos.

        – Você conhece esse aí? – pergunta o cidadão.

        Ela não tem tempo de responder. Vou para cima dela agarrando-a pela roupa. Ele fica parado, estático ante o evento inesperado. Aproveito seu instante de hesitação e sacudo Adélia, gritando:

        – Qual é o seu problema? Eu te amaria como ninguém. Eu cuidaria de você.

        Sinto o braço do gigante envolvendo meu pescoço. O animal acuado reage, e me derruba violentamente ao chão. Dor. Falta de ar. Ele não solta. Insano e forte – uma perigosa combinação. Tento me soltar. Não consigo. Pessoas em volta. Ouço vozes, mas não entendo o que dizem. Acho que vou apagar. Mas antes…

        Volte. Volte. Volte.

        – Olá, Adélia…

        Por pouco. Se demorasse um ou dois segundos a mais, não conseguiria evitar a frase “Sinto dizer, mas você vai sofrer”.

        – Olá, Edgar… Está tudo bem? – Ela estranha meu silêncio, meu olhar desolado, provavelmente.

        – Aham.

        – Esse aqui é William, meu namorado. William, esse é o Edgar.

        William Patético da Silva me olha. Ele sorri e estende-me a mão. Cumprimento-o e devolvo o sorriso.

        Ergo a bandeira branca no exato instante em que pergunto:

        – Posso pagar uma bebida para vocês?

        Não há como negar. Mesmo com inúmeras escolhas, algumas batalhas simplesmente não podem ser vencidas.

Juliano Martinez
Disponível em https://corrosiva.com.br/cronicas/realidade-paralela/

Leia o trecho abaixo, retirado do texto.
“Isto me limita. Isto me trava. Isto me corrói.”
Nas frases acima, o uso da próclise está correto porque

  • A trata-se de uma locução adverbial.
  • B há um pronome demonstrativo antes do verbo.
  • C há um pronome relativo antes do verbo.
  • D são conjunções subordinativas.
  • E a conjugação verbal não permite o emprego da ênclise.
13
Leia o texto abaixo para responder à questão.

Realidade Paralela

        Um passo a frente. Esta languidez chegará ao fim. Os olhos dela calam-me a intensidade. A celebração. Para sempre vou te amar.

        Por isso, me aproximo. Abro a boca. Vou declarar-lhe meu amor. Mas então, subitamente, ele surge. Um homem de quase dois metros de altura. Coloca o braço sobre os ombros dela. E os dois me encaram como que perguntando: “o que deseja?”

           Volte. Volte. Volte.

      Vinte segundos antes. Aproximo-me lentamente, mas nada digo. Deixo que o efeito do silêncio coloque meus pensamentos no eixo. Assim, não me precipito. Afinal, estou cansado de me precipitar. Trinta e poucos anos tomando atitudes imbecis, me arrependendo, e voltando 20 segundos antes. Às vezes, menos que isso.

        Vinte segundos é o máximo que consigo. Descobri este dom na adolescência. Posso navegar por entre as milhares de portas abertas de minha realidade paralela. Pena que não consigo voltar mais do que 20 segundos. Isto me limita. Isto me trava. Isto me corrói.

        Sempre fui inconsequente. Afinal, se eu tomar uma decisão errada, posso voltar atrás. Mas sempre precisei analisar as consequências nos 20 segundos após agir. Do contrário, perderia a oportunidade de explorar as outras portas de minha realidade paralela. E então elas se fechariam, e precisaria conviver com as inevitáveis consequências de atos irrefletidos.

        E, agora, justo agora, que ia lhe declarar meu amor, surge este ser ao seu lado. Qual o problema dela? Tem vocação para sofrer? Um desejo incontido de mergulhar fundo em um lamaçal de más escolhas? Não consigo deixar de concluir: se ela não pode voltar e escolher outra realidade paralela, deveria tomar mais cuidado.

        Estou diante dos dois, mas não os encaro. Percebo pelo canto dos olhos que ele a abraça. Cada centímetro cúbico do meu sangue chegando facilmente aos 100°. Pode acreditar. Olho para eles. Na verdade, para ele. Diretamente para ele. Avanço sobre ele, um salto com as duas mãos na direção do seu pescoço.

        Ele desequilibra e cai. Ela grita. Olha para mim. Fica sem entender minha reação. Pessoas costumam ficar estáticas diante de eventos inesperados. Animal acuado. Pronto para o abate.

        – O que você fez? – ela pergunta, enquanto o gigante se levanta pronto para o segundo round.

        Dou um sorriso malévolo.

        – Não se preocupe. Já dou um jeito nisso.
    
        Volte. Volte. Volte.

        Vinte segundos antes. Estou parado diante deles. Dessa vez olho para ela. Encaro-a. Eles me percebem.

        – Olá, Adélia. Sinto dizer, mas você vai sofrer. Uma pena. Eu quis te proteger, te guardar de todo o mal. Mas você tinha que seguir seu estúpido coração. Agora vai carregar este fardo.

        Eles ficam inertes por alguns segundos.

        – Você conhece esse aí? – pergunta o cidadão.

        Ela não tem tempo de responder. Vou para cima dela agarrando-a pela roupa. Ele fica parado, estático ante o evento inesperado. Aproveito seu instante de hesitação e sacudo Adélia, gritando:

        – Qual é o seu problema? Eu te amaria como ninguém. Eu cuidaria de você.

        Sinto o braço do gigante envolvendo meu pescoço. O animal acuado reage, e me derruba violentamente ao chão. Dor. Falta de ar. Ele não solta. Insano e forte – uma perigosa combinação. Tento me soltar. Não consigo. Pessoas em volta. Ouço vozes, mas não entendo o que dizem. Acho que vou apagar. Mas antes…

        Volte. Volte. Volte.

        – Olá, Adélia…

        Por pouco. Se demorasse um ou dois segundos a mais, não conseguiria evitar a frase “Sinto dizer, mas você vai sofrer”.

        – Olá, Edgar… Está tudo bem? – Ela estranha meu silêncio, meu olhar desolado, provavelmente.

        – Aham.

        – Esse aqui é William, meu namorado. William, esse é o Edgar.

        William Patético da Silva me olha. Ele sorri e estende-me a mão. Cumprimento-o e devolvo o sorriso.

        Ergo a bandeira branca no exato instante em que pergunto:

        – Posso pagar uma bebida para vocês?

        Não há como negar. Mesmo com inúmeras escolhas, algumas batalhas simplesmente não podem ser vencidas.

Juliano Martinez
Disponível em https://corrosiva.com.br/cronicas/realidade-paralela/

Os verbos em destaque no texto estão conjugados, respectivamente, no

  • A pretérito imperfeito do subjuntivo / futuro do pretérito do indicativo.
  • B futuro do pretérito do indicativo / pretérito mais-queperfeito do indicativo.
  • C presente do subjuntivo / futuro do subjuntivo.
  • D pretérito perfeito do indicativo / futuro do pretérito do indicativo.
  • E pretérito imperfeito do indicativo / futuro do indicativo.
14
Leia o texto abaixo para responder à questão.

Realidade Paralela

        Um passo a frente. Esta languidez chegará ao fim. Os olhos dela calam-me a intensidade. A celebração. Para sempre vou te amar.

        Por isso, me aproximo. Abro a boca. Vou declarar-lhe meu amor. Mas então, subitamente, ele surge. Um homem de quase dois metros de altura. Coloca o braço sobre os ombros dela. E os dois me encaram como que perguntando: “o que deseja?”

           Volte. Volte. Volte.

      Vinte segundos antes. Aproximo-me lentamente, mas nada digo. Deixo que o efeito do silêncio coloque meus pensamentos no eixo. Assim, não me precipito. Afinal, estou cansado de me precipitar. Trinta e poucos anos tomando atitudes imbecis, me arrependendo, e voltando 20 segundos antes. Às vezes, menos que isso.

        Vinte segundos é o máximo que consigo. Descobri este dom na adolescência. Posso navegar por entre as milhares de portas abertas de minha realidade paralela. Pena que não consigo voltar mais do que 20 segundos. Isto me limita. Isto me trava. Isto me corrói.

        Sempre fui inconsequente. Afinal, se eu tomar uma decisão errada, posso voltar atrás. Mas sempre precisei analisar as consequências nos 20 segundos após agir. Do contrário, perderia a oportunidade de explorar as outras portas de minha realidade paralela. E então elas se fechariam, e precisaria conviver com as inevitáveis consequências de atos irrefletidos.

        E, agora, justo agora, que ia lhe declarar meu amor, surge este ser ao seu lado. Qual o problema dela? Tem vocação para sofrer? Um desejo incontido de mergulhar fundo em um lamaçal de más escolhas? Não consigo deixar de concluir: se ela não pode voltar e escolher outra realidade paralela, deveria tomar mais cuidado.

        Estou diante dos dois, mas não os encaro. Percebo pelo canto dos olhos que ele a abraça. Cada centímetro cúbico do meu sangue chegando facilmente aos 100°. Pode acreditar. Olho para eles. Na verdade, para ele. Diretamente para ele. Avanço sobre ele, um salto com as duas mãos na direção do seu pescoço.

        Ele desequilibra e cai. Ela grita. Olha para mim. Fica sem entender minha reação. Pessoas costumam ficar estáticas diante de eventos inesperados. Animal acuado. Pronto para o abate.

        – O que você fez? – ela pergunta, enquanto o gigante se levanta pronto para o segundo round.

        Dou um sorriso malévolo.

        – Não se preocupe. Já dou um jeito nisso.
    
        Volte. Volte. Volte.

        Vinte segundos antes. Estou parado diante deles. Dessa vez olho para ela. Encaro-a. Eles me percebem.

        – Olá, Adélia. Sinto dizer, mas você vai sofrer. Uma pena. Eu quis te proteger, te guardar de todo o mal. Mas você tinha que seguir seu estúpido coração. Agora vai carregar este fardo.

        Eles ficam inertes por alguns segundos.

        – Você conhece esse aí? – pergunta o cidadão.

        Ela não tem tempo de responder. Vou para cima dela agarrando-a pela roupa. Ele fica parado, estático ante o evento inesperado. Aproveito seu instante de hesitação e sacudo Adélia, gritando:

        – Qual é o seu problema? Eu te amaria como ninguém. Eu cuidaria de você.

        Sinto o braço do gigante envolvendo meu pescoço. O animal acuado reage, e me derruba violentamente ao chão. Dor. Falta de ar. Ele não solta. Insano e forte – uma perigosa combinação. Tento me soltar. Não consigo. Pessoas em volta. Ouço vozes, mas não entendo o que dizem. Acho que vou apagar. Mas antes…

        Volte. Volte. Volte.

        – Olá, Adélia…

        Por pouco. Se demorasse um ou dois segundos a mais, não conseguiria evitar a frase “Sinto dizer, mas você vai sofrer”.

        – Olá, Edgar… Está tudo bem? – Ela estranha meu silêncio, meu olhar desolado, provavelmente.

        – Aham.

        – Esse aqui é William, meu namorado. William, esse é o Edgar.

        William Patético da Silva me olha. Ele sorri e estende-me a mão. Cumprimento-o e devolvo o sorriso.

        Ergo a bandeira branca no exato instante em que pergunto:

        – Posso pagar uma bebida para vocês?

        Não há como negar. Mesmo com inúmeras escolhas, algumas batalhas simplesmente não podem ser vencidas.

Juliano Martinez
Disponível em https://corrosiva.com.br/cronicas/realidade-paralela/

Com base na leitura do texto, é correto afirmar que

  • A Edgar não consegue conter suas atitudes inconsequentes e apanha do namorado de Adélia.
  • B Edgar consegue declarar seu amor a Adélia, mas o sentimento não é recíproco.
  • C em sua realidade paralela, Edgar tem a possibilidade de retornar 20 segundos no tempo e mudar suas atitudes.
  • D mesmo com a oportunidade de voltar 20 segundos no tempo, Edgar sempre analisa suas atitudes antes de agir.
  • E Edgar declara seu amor a Adélia, mas se arrepende e tenta se redimir oferecendo-lhe uma bebida.
15

Função da linguagem em que o emissor se preocupa de que maneira a mensagem será transmitida, por meio da escolha das palavras, das expressões e das figuras de linguagem. Por isso, o principal elemento comunicativo é a mensagem. Sua linguagem apresenta aspecto simbólico e subjetivo. O intuito principal dessa função é transmitir uma mensagem e utilizar o trabalho com a língua como ferramenta estilística e estética, para garantir maior impacto e força no conteúdo. Trata-se da seguinte função da linguagem:

  • A poética.
  • B referencial.
  • C fática.
  • D apelativa.
  • E metalinguística.
16

São características do texto injuntivo, EXCETO:

  • A instruir ou educar o leitor.
  • B incentivar ou induzir o leitor a agir da maneira recomendada no texto.
  • C uso de linguagem culta e técnica.
  • D estrutura geralmente feita em tópicos.
  • E presença de verbos predominantemente no imperativo.
17

Na frase “No curso de cinema, tivemos que assistir muito Steven Spielberg” ocorre a seguinte figura de linguagem:

  • A hipérbole.
  • B metonímia.
  • C sinestesia.
  • D pleonasmo.
  • E analogia.

Pedagogia

18

Entre as tendências pedagógicas, esta atua no aperfeiçoamento da ordem social vigente, articulando de  forma direta com o sistema produtivo. Para isso, defende a tecnologia comportamental. Tem como interesse gerar indivíduos preparados para o mercado de trabalho, sem se ater às mudanças sociais. Diante do exposto, é correto afirmar que o enunciado descreve a tendência

  • A progressista.
  • B tradicional.
  • C tecnicista.
  • D renovada não diretiva.
  • E construtivista.
19

Em conformidade com a Lei nº 14.113, de 25 de dezembro de 2020 (FUNDEB), assinale a alternativa INCORRETA.

  • A A União complementará os recursos dos Fundos a que se refere o art. 3º da referida lei, conforme disposto nesta.
  • B A complementação da União destina-se exclusivamente a assegurar recursos financeiros aos Fundos.
  • C O direito à educação infantil será assegurado às crianças até o término do ano letivo em que completarem 6 (seis) anos de idade.
  • D A complementação da União, nas modalidades especificadas, a ser distribuída em determinado exercício financeiro, será calculada considerando-se as receitas totais dos Fundos do mesmo exercício.
  • E A participação na Comissão Intergovernamental de Financiamento para a Educação Básica de Qualidade é função remunerada de relevante interesse público, e seus membros, quando convocados, farão jus a transporte e a diárias.
20

Conforme a Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014, são diretrizes do Plano Nacional de Educação (PNE):

I. erradicação do analfabetismo;
Il. melhoria da qualidade da educação;
III. — particularização do atendimento escolar;
IV. promoção do princípio da gestão autocrática da educação pública;
V. promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.

Está correto o que se afirma em:

  • A I, II e V, apenas.
  • B I, II e III, apenas.
  • C I, IV e V, apenas.
  • D I, III e IV, apenas.
  • E Il, III e IV, apenas.
21

Tendo por base a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, assinale a alternativa que apresenta uma incumbência dos docentes. 

  • A Assegurar o cumprimento dos dias letivos e horas-aula estabelecidas.
  • B Colaborar com as atividades de articulação da escola com as famílias e a comunidade.
  • C Organizar, manter e desenvolver os órgãos e instituições oficiais dos seus sistemas de ensino.
  • D Coletar, analisar e disseminar informações sobre a educação.
  • E Estabelecer ações destinadas a promover a cultura de paz nas escolas.
22

Os Parâmetros Curriculares Nacionais indicam, entre outros objetivos do ensino fundamental, que os alunos capazes de

  • A compreender a cidadania como participação social, mas nunca política.
  • B posicionar-se de maneira acrítica, responsável e neutra nas diferentes situações sociais.
  • C perceber-se independente e agente transformador do ambiente.
  • D questionar a realidade formulando-se problemas e tratando de resolvê-los.
  • E saber utilizar sempre uma só fonte de informação para adquirir e construir conhecimentos.
23

Conforme a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), campo de experiências relativo a “O eu, o outro e o nós”, trata-se de um objetivo de aprendizagem e desenvolvimento para bebês de zero a 1 ano e 6 meses:

  • A Demonstrar atitudes de cuidado e solidariedade na interação com crianças e adultos.
  • B Perceber que suas ações têm efeitos nas outras crianças e nos adultos.
  • C Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.
  • D Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas conquistas e limitações.
  • E Demonstrar imagem positiva de si e confiança em sua capacidade para enfrentar dificuldades e desafios.
24

A disponibilidade do aluno na aprendizagem é essencial para que uma aprendizagem significativa aconteça. Nesse contexto, é correto afirmar que

  • A o aluno empenhado em estudar apenas para tirar notas tem motivos suficientes para ser aprofundar na aprendizagem, mesmo que não fique evidente.
  • B a disposição para aprender depende somente do aluno, posto que a didática não garante condições de que essa atitude se manifeste.
  • C na realização de atividades, deve-se esperar a mesma resposta de todos os alunos, o que indica uma didática bem-sucedida.
  • D aprendizagem significativa depende de que o aluno tome para si a necessidade e a vontade de aprender.
  • E o professor não deve intervir para que o aluno conheça o objetivo das atividades, mas sim para que se afaste dos problemas que elas apresentam.
25

No que tange ao nível silábico de escrita, é correto afirmar que

  • A as crianças nesse nível não relacionam a escrita à fala, visto que escrevem sempre silabicamente e sem valor sonoro.
  • B nesse nível, tem início um conflito entre a hipótese silábica e a quantidade mínima de letras exigida para que a palavra possa ser lida.
  • C a criança nesse estágio usa uma forma gráfica para registrar palavras com duas sílabas, passando assim da hipótese silábica para a alfabética.
  • D a análise de fonema a fonema feita pela criança surge a partir desse nível, quando ocorre a representação ambiente. de partes sonoras das palavras. 
  • E trata-se do estágio em que a criança escreve com traços típicos, que não se assemelham a letras, de modo que apenas ela entende o que registrou.
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Conforme o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, um dos conteúdos relacionados ao trabalho com movimento na educação infantil é a expressividade. No âmbito da expressividade, espera-se que o trabalho com crianças de zero a três anos tenha foco em

  • A percepção das sensações, limites, potencialidades, sinais vitais e integridade do próprio corpo.
  • B valorização e ampliação das possibilidades estéticas do movimento pelo conhecimento e utilização de diferentes modalidades de dança.
  • C utilização dos recursos de deslocamento e das habilidades de força, velocidade, resistência e flexibilidade.
  • D expressão de sensações e ritmos corporais por meio de gestos, posturas e da linguagem oral.
  • E manipulação de materiais, objetos e brinquedos diversos para aperfeiçoamento de suas habilidades manuais.
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No que concerne à avaliação na aprendizagem, é correto afirmar que os critérios de avaliação escolar

  • A não devem estabelecer expectativas de aprendizagem dos alunos a partir do ensino.
  • B devem ser tomados pelo educador como objetivos, o que aumenta a realização de aprendizagem.
  • C sempre expressam todos os conteúdos que foram trabalhados no ciclo.
  • D explicitam expectativas de aprendizagem, desconsiderando os objetivos de cada ciclo.
  • E apontam as experiências educativas às quais os alunos devem ter acesso.